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Pesquisa, desenvolvimento e inovação a favor do Brasil: Divulgadas ações e recomendações para enfrentamento da influenza aviária

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou o documento "Ações e recomendações de PD&I para o Enfrentamento do vírus H5N1" com diversos alertas; Brasil ainda não registrou entrada da gripe aviária de alta patogenicidade 10 de abril de 2023 /// 6 minutos de leitura

A gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) já foi registrada por entidades sanitárias de diversos países do mundo em aves selvagens e até mesmo em plantéis comerciais, inclusive já são oito os países da América do Sul que tiveram entrada confirmada. O Brasil, porém, ainda não registrou a entrada da doença e seguem os esforços para impedir que isso ocorra e até mesmo os procedimentos para minimizar os impactos caso algum caso seja confirmado. O vírus H5N1 também pode infectar mamíferos.

O Ministério da Agricultura informou que, desde julho de 2022, mais de 35 mil amostras de soros e aproximadamente 11,2 pools de suabes de traqueia e cloaca de aves foram coletados. Foram realizados 10.350 ensaios a partir dos suabes e todos deram negativos. Um alerta da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) de 13 de março aponta que surtos de H5N1 foram relatados em 16 países das Américas e houve a confirmação da primeira infecção humana causada pelo vírus H5N1 na América Latina e no Caribe, além do aumento de casos em mamíferos.

O governo brasileiro acredita que os esforços científicos são fundamentais para o manejo da doença. Por isso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou nos últimos dias o documento "Ações e recomendações de PD&I para o Enfrentamento do vírus H5N1", que reúne uma série de propostas dos pesquisadores que integram a RedeVírus MCTI em termos de ações e recomendações prioritárias de pesquisa, desenvolvimento e inovação para o enfrentamento da gripe aviária H5N1 no país.

O documento propõe ações em duas frentes: as que podem ser desenvolvidas no âmbito de projetos em andamento e também novas iniciativas.

Surtos de H5N1 já foram relatados em 16 países das Américas, segundo OPAS/OMS - Foto: Divulgação/MCTI

"As ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação propostas pela RedeVírus MCTI são fundamentais para a elaboração de uma estratégia de enfrentamento da gripe aviária H5N1. Mesmo que ainda não tenha nenhum caso confirmado no Brasil, precisamos estar preparados, do ponto de vista científico, para o enfrentamento deste problema", afirma Thiago Moraes, coordenador-geral de Ciências da Saúde, Biotecnológicas e Agrárias.

As ações científicas propostas pela RedeVírus MCTI poderão permitir, inclusive, o desenvolvimento de vacinas, medicamentos e tecnologias de diagnóstico eficazes, bem como a melhoria das práticas de biossegurança no país. "Essas ações são essenciais para proteger a saúde pública e animal, reduzir a morbidade e mortalidade e prevenir a inserção e a disseminação desta doença que tem afetado severamente as cadeias de produção de aves ao redor do mundo", ressalta.

Dentre as ações da RedeVírus MCTI, há o braço Rede Previr, uma instituição que se dedica ao monitoramento de viroses em animais silvestres com potencial para migrar para humanos. Desde agosto de 2022, os pesquisadores intensificaram as ações de campo para a busca ativa do vírus H5N1 em aves migratórias. O objetivo é tentar detectar antecipadamente possíveis casos em aves silvestres em regiões estratégicas que estão nas rotas das aves migratórias, como o Pantanal e a região Sul do país, para alertar o serviço oficial de vigilância para adotar medidas preventivas.

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