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Mais soja e milho no mercado: Safra 2022/23 dos EUA é elevada pelo USDA no boletim mensal de oferta e demanda

Mercado futuro de grãos reagiu ao relatório, mas deve fechar a semana próximo da estabilidade na oleaginosa e com queda no cereal15 de fevereiro de 2023
safra

Esta semana foi marcada no mercado de grãos pela divulgação do boletim mensal de oferta e demanda de grãos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), inclusive com impacto sobre os preços. A entidade trouxe um aumento da safra de soja dos Estados Unidos e nos estoques finais norte-americanos para a safra 2022/23, com vinha sendo esperado pelo mercado.

A produção no país, que é um dos maiores produtores do mundo, passou de 117,38 milhões para 118,28 milhões de toneladas, levando os estoques de 5,44 para 5,99 milhões de toneladas. A projeção de esmagamento subiu de 60,83 milhões para 61,1 milhões de toneladas, enquanto que a estimativa do departamento para as exportações americanas foi mantida em 55,66 milhões de toneladas.

A produtividade da oleaginosa passou a ser vista em 56,26 sacas por hectare no país, sobre 55,81 scs/ha no relatório anterior.

O USDA também traz mensalmente a projeção de produção de grãos de outros países. No Brasil, por exemplo, a safra de soja 2022/23 seguiu estimada em 152 milhões de toneladas no relatório deste mês de novembro. Os estoques, porém, foram revisados de 31,31 milhões no mês anterior para 31,24 milhões de toneladas. As exportações seguiram apontadas em 89,5 milhões de toneladas para o país sul-americano.

Apesar do ajuste nos Estados Unidos, no cenário global, a safra 2022/23 de soja passou a ser estimada pelo departamento em 390,53 milhões de toneladas, sobre 390,99 milhões no mês anterior. Os estoques, porém, foram elevados para 102,17 milhões de toneladas.

“A safra positiva nos Estados Unidos vai se confirmando, apesar dos problemas iniciais de clima”, diz Brandalizze - Foto: CNA

Safra de milho também atualizada nos EUA

A produção de milho dos Estados Unidos também foi revisada para cima no relatório de oferta e demanda deste mês de novembro do USDA, passando de 352,95 milhões para 353,84 milhões de toneladas, com produtividade também sendo corrigida e ficando em 180,25 sacas por hectare, contra 179,82 scs/ha do reporte de outubro. Os estoques finais subiram de 29,77 milhões para 30,02 milhões de toneladas.

A safra 2022/23 do Brasil teve a produção do cereal mantida em 126 milhões de toneladas, com estoques em 8,25 milhões de toneladas e exportações de 47 milhões de toneladas.

Mercado futuro reage ao relatório

No momento da divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA, na última quarta-feira (09), o mercado futuro de grãos reagiu com perdas na Bolsa de Chicago (CBOT), já que a maior safra nos Estados Unidos elevará a oferta global. Porém, essa movimentação foi momentânea, já que o mercado da soja deve fechar a semana com alta acumulada de 0,10%, próximo da estabilidade, em cerca US$ 14,50 por bushel, e o milho queda de mais de 2%, próximo de US$ 6,57 por bushel.

Os preços no Brasil também oscilaram com a divulgação do USDA. “A safra positiva nos Estados Unidos vai se confirmando, apesar dos problemas iniciais de clima. Daqui para a frente o USDA tende a mudar muito pouco esses números”, afirma Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting.

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