Marcelo Brito é referência na produção de cafés especiais

Conheça a história do produtor do sul de Minas Gerais que é exemplo em sustentabilidade na cafeicultura

  Da indústria para o campo, Marcelo Brito apostou em tecnologia e inovações no manejo para produção de cafés especiais. O engenheiro mecânico de Três Pontas, no sul de Minas Gerais, vem de uma família com histórico centenário na cafeicultura, mas só depois de anos atuando na indústria de siderurgia é que ele decidiu se dedicar à agricultura e expandir os negócios da família. Aliás, Marcelo teve um grande incentivo e parceiro para isso: seu filho mais velho, Renato, havia acabado de se formar em agronomia naquela época, no final dos anos 1990. "Na formatura do Renato, já tinha a intenção de investir muito na agricultura, fazer novas aquisições. Então nós continuamos a investir em tecnologia em novas lavouras", relembra o proprietário da fazenda Sete Cachoeiras. Marcelo, então, adaptou seu conhecimento na indústria para o campo. Determinado a conquistar certificações para seu café, ele contratou um consultor para auxiliá-los e planejar a produção com foco cada vez maior na qualidade do grão e dos processos. Na mesma época, surgiram importantes certificações internacionais na cafeicultura e, em 2004, eles já haviam conquistado selos renomados.  

Iniciativas sustentáveis com padrão internacional

Para produzir café certificado, o cuidado constante no campo é fundamental, o que envolve a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade do negócio. "Há quatro anos adotamos o plantio de plantas de cobertura nas entrelinhas do cafezal. Dessa forma, conseguimos fazer a descompactação do terreno e a reciclagem de nutrientes. Trabalhamos também com a roçagem ecológica, jogando todo esse material para baixo da saia do café, o que proporciona uma retenção maior de umidade", conta André Brito, sócio-proprietário da fazenda e filho mais novo de Marcelo. Mas essa preocupação com a integração do cultivo ao meio ambiente começou lá atrás. Dando a devida importância para a gestão ambiental desde o começo, Marcelo contratou uma engenheira florestal para fazer um projeto que é um modelo de sustentabilidade. "Nós recuperamos todas as áreas degradadas da fazenda e matas ciliares. Fizemos corredores ecológicos onde os animais transitam protegidos, do topo da montanha até os mananciais de água." Surgiu ainda a ideia de buscar uma produção de café carbono neutro e esse foi mais um projeto que rendeu frutos: na safra 2021/22, eles conquistaram a certificação de carbono neutro com base em protocolos internacionais.  

Parcerias de sucesso dentro e fora do campo

Essa vontade constante de inovar no processo de cultivo ganhou mais um capítulo. Como clientes do programa Impulso Bayer , eles tiveram a oportunidade de conhecer a sede da Bayer na Alemanha e participar de um evento exclusivo sobre café. "Fomos convidados para participar da Conexão Bayer Café com diversos produtores e consultores. Foi muito importante porque a gente conseguiu visualizar os cuidados dos processos, com um grau de rigor inimaginável, muito assertivo. A gente também pode ver o que está em desenvolvimento, o que é tendência, e a Bayer escutou quais são as nossas necessidades para pesquisarem o que a gente realmente precisa", comenta Renato Brito.  Com mais de 20 anos de experiência na cafeicultura, Renato ainda deixa uma dica para quem, assim como eles, quer entrar no ramo dos cafés especiais: "Para diminuir os erros é preciso ter boas pessoas ao seu lado para acompanhar e orientar. Além disso, é importante fazer pequenos testes para conseguir enxergar a importância das novas tecnologias. Tudo o que fazemos hoje, e que está implantando em 100% da nossa fazenda, começamos com pequenos pilotos. São oportunidades que não tínhamos há 20 anos", conclui.