O que esperar do mercado global de milho, soja e algodão?

O novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra global de grãos em 2022/23 abalou os mercados na última semana.

No caso do milho, a produção global foi reduzida em 4,5 milhões de toneladas em um mês. Agora, está estimada em 1,15 bilhão de toneladas, quase 6% inferior à de 2021/22.

Confira a situação da produção de milho nos principais players:

• Nos Estados Unidos, onde a produção do cereal foi estimada em 349 milhões de toneladas, houve baixa de 9%.
• Na China, a oferta deve ficar em 277 milhões de toneladas, 2% acima da produção do ciclo passado.
• No Brasil, o USDA manteve a previsão de 125 milhões de toneladas de milho, mesmo com os atrasos no plantio. Se confirmada, a produção deve crescer quase 8% neste ciclo.

Após os ajustes, os estoques de milho devem ficar em 295 milhões de toneladas, contra 306 do ciclo anterior.

Perspectivas para a soja

Na soja, a produção global deve ficar em 383 milhões de toneladas, uma alta de 7%. No Brasil, a produção deve alcançar 153 milhões de toneladas, um crescimento de 18%. Já nos Estados Unidos, segundo maior produtor global, a oferta deve ser 4% menor, de 116 milhões de toneladas. Na Argentina deverá produzir 41 milhões de toneladas, quase 7% a menos do que o registrado no ciclo anterior.

Com isso, os estoques finais de soja estão agora estimados em 102 milhões de toneladas, 3% superior à safra 2021/22.

Estimativas para o algodão

Para o algodão, a expectativa também é de queda. A produção global da pluma deve ficar em 24,9 milhões de toneladas, ou seja, 1,2% menor. O Brasil deve produzir quase 3 milhões de toneladas, cerca de 300 mil a mais do que em 2021/22. Já os estoques globais de algodão estão projetados em 19,4 milhões de toneladas, um crescimento de 4%.

Na opinião do professor Marcos Fava Neves, os números divulgados no relatório do USDA são favoráveis para o agro brasileiro. "Esse último relatório manteve as nossas produções, principalmente na soja e no milho, e trouxe produções menores na Argentina. Isso é um sinalizador de manutenção de preços porque os estoques vão ficar um pouco menores e o Brasil está com muito volume vindo aí", analisa o Doutor Agro.

Giro de notícias

A potência de geração de energia solar no Brasil cresceu 76% em 2022, alcançando 25 gigawatts. Com isso, a fonte participa de quase 12% da matriz elétrica brasileira, segundo a Absolar.

Nas exportações, os embarques do agronegócio somaram 10,2 bilhões de dólares em janeiro, alta de 16% em relação ao mesmo mês de 2022. O milho foi o grande destaque do mês, com o dobro do volume do mesmo mês do ano passado, de acordo com o Ministério da Economia.

Outro destaque é a nova estimativa da Conab para a safra brasileira de grãos, agora prevista em 310 milhões de toneladas para o ciclo 2022/23, uma alta esperada de 14%.

Melhores momentos do Show Rural Coopavel

Na semana passada aconteceu uma das mais importantes feiras do agro brasileiro, o 35ª Show Rural Coopavel, em Cascavel, Paraná.

A Bayer esteve presente no evento, com suas principais inovações e soluções, como conta Vinicius Faião, diretor de experiência do cliente. "Para a Bayer, a oportunidade de estar numa feira como a Coopavel ou as grandes feiras agrícolas é poder estar próximo do agricultor e apresentar tudo o que a gente tem a oferecer para contribuir no dia a dia da produção. Na Coopavel, trouxemos nossas principais inovações e nossos lançamentos em proteção de cultivo, em sementes e em digital para que os produtores possam conhecer e utilizar em sua lavoura."

A produtora Carla Rossato conta também que feiras como a Coopavel permitem que os produtores rurais tenham acesso a informações e produtos em um só lugar, onde é possível se atualizar sobre o setor. "A gente vem atrás de tecnologias e materiais que usaremos na próxima safra. E a Bayer tem grande importância tanto nas feiras como dentro da minha propriedade porque oferece um grande apoio para o meu negócio."

Agenda da semana

Por fim, o Doutor Agro destaca os principais pontos que os produtores devem acompanhar na próxima semana:

• Operações de colheita da soja e plantio do milho no Brasil
• Incidência do clima sobre a Argentina e o Brasil
• Exportações brasileiras e o sistema logístico, principalmente devido ao grande volume de soja e açúcar que deve sair do país nos próximos dias.