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Biológicos: Seis Coisas que Você Precisa Saber

05 de julho de 2022



Afinal, o que são produtos biológicos?

Os produtos biológicos são produtos baseados em micro-organismos bacterianos, fúngicos ou se inspiram em extratos de plantas, possibilitando aos agricultores melhorar seus rendimentos por meio do manejo integrado de enfermidades e o combate à resistência.

Para exemplificar, são os fungicidas biológicos, inseticidas e nematicidas que hoje já fazem parte das práticas de proteção de cultivos em todo o mundo.

Onde podem ser aplicados?

Os produtos biológicos podem ser utilizados em diversas culturas, desde frutas, verduras e legumes, até grãos, cana-de-açúcar, entre outros. Eles são divididos em dois tipos: macro biológicos, que consistem no uso de insetos, ácaros e outros inimigos naturais das pragas; e microbiológicos, que se baseiam em bactérias, fungos e vírus.

Benefícios para o produtor

A atividade agrícola é muito dinâmica e vários fatores podem impactar seus resultados. A cada ano, entre 20% a 40% dos rendimentos se perdem no campo devido à presença de patógenos, insetos e doenças. Por isso, ter um controle integrado permite melhores resultados de produção para os agricultores. Os produtos biológicos podem gerar uma simbiose com o sistema radicular da planta, proporcionando uma melhor absorção de nutrientes e nitrogênio. O resultado são plantas mais saudáveis e vigorosas para o consumidor final, além de possibilitar uma maior flexibilidade no uso, haja vista que os produtos biológicos apresentam período de carência (intervalo entre aplicação e colheita) zero.

Bom para o meio ambiente

Além dos produtores rurais, o meio ambiente também se beneficia com a utilização de produtos biológicos. Isso porque eles não deixam resíduos químicos nas culturas ou ocasionam desequilíbrios biológicos.

Graças a essa tecnologia, é possível realizar uma agricultura mais sustentável em todo o mundo. Os biológicos, como parte de um todo, estão permitindo que as plantas possam manifestar seu máximo potencial e sua utilização, somada às inovações no tratamento de sementes, permite, por exemplo, proteger a planta de stress hídrico e gerar um diferencial para os agricultores.

Vale lembrar que o caminho para a agricultura sustentável passa por programas integrados e técnicas de rotação de cultivos, combinando produtos químicos e biológicos com outros mecanismos de ação para um manejo completo, que evita a aparição de resistência das enfermidades.

Futuro dos biológicos

No mundo todo, o mercado de biológicos movimenta em torno de US$ 3,8 bilhões e a expectativa é que até 2025 ele alcance os US$ 11 bilhões, segundo dados do Encontro Anual da Indústria de Biocontrole (ABIM) de 2018. O setor é liderado por Estados Unidos (37%), Espanha (14%) e Itália (10%).

Uso na Latam

Na Argentina, os agricultores já utilizam produtos biológicos, principalmente, no cultivo das leguminosas como a soja. No caso do arroz, a tendência é a incorporação desses produtos à base de fungos para melhorar a geração da rizosfera, o crescimento radicular e a absorção de nutrientes como o fósforo.

O Brasil é o quarto país com melhor performance na produção de produtos biológicos, respondendo por 7% da comercialização mundial. Os produtores brasileiros já vêm utilizando de maneira exponencial os biológicos nas culturas de tomate, batata, hortaliças folhosas e estamos introduzindo este ano a solução em cítricos.

No Equador, país cuja atividade agrícola mais importante é a produção de banana com cerca de 190 mil hectares, o uso de biológicos já está trazendo resultados positivos. O cultivo da fruta enfrenta o grande desafio de combater a Sigatoka Negra, que ataca a todos os países produtores. Se não tratada adequadamente, a doença pode reduzir a produtividade em até 50% e elevar o risco de resistência aos agroquímicos. Por meio do programa “Banano más Sano del Mundo”, os agricultores estão aplicando os produtos biológicos, somado a um serviço de digitalização de suas propriedades rurais e capacitação em boas práticas agrícolas. Além de aumentarem a produtividade, o resultado do trabalho já se reflete no meio ambiente com uma redução de até 30% de carga química graças ao manejo integrado de controle da doença.