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Cigarrinha-das-pastagens

12 de julho de 2022

A cigarrinha-das-pastagens é um inseto sugador que ataca os capins de origem tropical na estação chuvosa, afetando diretamente a Produtividade da pastagem. As plantas afetadas pela praga ficam com aspecto amarelado, como se as folhas tivessem sido queimadas.

O maior problema causado pela infestação da praga é a redução da qualidade das pastagens.

Leia este artigo e conheça informações que podem ajudar você a identificar e manejar a cigarrinha-das-pastagens de forma eficaz e sustentável.

Identificação da cigarrinha-das-pastagens

De acordo com o Documento “Cigarrinha-Das-Pastagens”, da Embrapa, o termo cigarrinha é utilizado para nomear vários insetos em diferentes culturas espalhadas pelo Brasil. As espécies associadas às pastagens são:

  • Notozulia entreriana: mais comum na região nordeste;
  • Deois incompleta: encontrada na região norte;
  • Deois flavopicta: predominante na região central do país;
  • Mahanarva tristes: espécie maior e mais agressiva já relatada no Norte e Nordeste do Brasil.

De modo geral, as cigarrinhas-das-pastagens (Hemiptera: Cercopidae) são insetos sugadores que passam por diferentes fases durante o ciclo de vida.

As fêmeas adultas ovipositam na base da planta próximo ao solo. Os ovos são amarelos e alongados, semelhantes a um grão de arroz. Dependendo da espécie, a fase de incubação pode durar entre 14 e 200 dias, podendo apresentar um tipo de dormência que protege os ovos contra o ressecamento do período seco.

Na fase de ninfas, as cigarrinhas se alimentam da base da planta e raízes superficiais. Para se protegerem contra o ressecamento e o ataque de inimigos naturais, produzem uma espuma branca que é facilmente identificável quando levantamos a base das folhas.

Altas temperaturas e elevada umidade aceleram o desenvolvimento do inseto e, em cerca de 24 dias, a ninfa se torna adulta. Segundo publicação da Embrapa, os adultos são os principais causadores dos danos nas folhas pois, enquanto sugam o capim, injetam uma substância tóxica na planta.

O ciclo total da cigarrinha-das-pastagens dura, em média, 50 dias. A ocorrência de novas gerações depende das condições climáticas, com estimativa de três a cinco gerações sucessivas na época das chuvas.

Durante o monitoramento da praga, é importante se recordar de que as ninfas permanecem próximas ao solo, enquanto os adultos voam para explorar a parte aérea das gramíneas.

Sintomas e identificação da cigarrinha-das-pastagens

O ataque da cigarrinha-das-pastagens pode ser identificado pela presença de adultos, espuma no pasto e dos sintomas gerados a partir da injeção da toxina, que são:

  • estrias amareladas nas folhas;
  • secamento das plantas;
  • morte da pastagem.

Além disso, as cigarrinhas afetam a produção e a qualidade do pasto. Durante a infestação, a praga diminui a produção de raízes das gramíneas, gerando aumento do teor de fibras e causando a redução nos teores de Proteína Bruta, fósforo, magnésio e outros nutrientes.

Fazolin e colaboradores (2016), explicam que isso ocorre porque os insetos sugam boa parte dos Nutrientes que deveriam permanecer na pastagem.

As perdas podem ser temporárias em baixa pressão do inseto. Por outro lado, em alta pressão, toda a pastagem pode ser comprometida, resultando na “queima do pasto”.

Impactos econômicos da cigarrinha-das-pastagens

Congio e colaboradores (2010) relataram que a espécie Mahanarva sp. pode reduzir a Produtividade da carne bovina em 74%. Na pastagem, a redução de produtividade causada pelo inseto pode ser de 31 a 43%, dependendo do nível de infestação.

Segundo Auad e colaboradores (2005), as Perdas Econômicas envolvendo o ataque de cigarrinha-das-pastagens em cana-de-açúcar e pastagens superam 2,1 bilhão de dólares anuais em todo o mundo.

Manejo integrado de cigarrinha-das-pastagens

Identificar o inseto corretamente e realizar o monitoramento da área durante a fase em que a praga predomina na pastagem é fundamental para evitar os prejuízos causados pela cigarrinha-das-pastagens.

Para obter sucesso no manejo do inseto, é importante adotar um conjunto de estratégias que sejam adequadas para a propriedade. Conheça as principais a seguir!

Monitoramento periódico

O Monitoramento Dos Insetos no pasto é feito a cada semana ou 15 dias, com o objetivo de encontrar espumas, ninfas ou adultos.

Escolha de cultivares adequadas

O uso de cultivares tolerantes e resistentes e a diversificação dos capins são ações eficientes no manejo do inseto. Segundo Fazolin (2016), quanto maior a quantidade de capim resistente, Menor a severidade do ataque da cigarrinha-da-pastagem.

Confira na tabela o nível de resistência de capins em relação às principais espécies de cigarrinha-das-pastagens:

De acordo com Teixeira, o Consórcio entre capins e leguminosas forrageiras auxilia no controle da praga, pois essas últimas não são atacadas pela cigarrinha-das-pastagens.

Além disso, o pecuarista deve utilizar sementes registradas e certificadas. Sementes piratas podem conter ovos do inseto, o que vai dispersar a praga na pastagem no momento da implantação.

Controle biológico

O manejo biológico da cigarrinha-das-pastagens pode ser realizado com o fungo Metarhizium anisopliae. Esse inseticida microbiológico é registrado para o controle de M. fimbriolata, N. entreariana, D. flavopicta e D. schach., e atua nas diferentes fases do ciclo do inseto.

Ao utilizar este tipo de inseticida, os animais não precisam ser retirados do pasto. Além disso, o fungo não atua sob os inimigos naturais.

Controle químico

O Controle Químico É O Mais Utilizado Pelos Pecuaristas por conta de sua rápida ação sobre adultos e ninfas. Para executar esta operação os animais devem ser retirados do pasto.

Segundo o pesquisador Bruno Pedreira, da Embrapa Agrossilvipastoril, o controle químico deve ser feito nos primeiros focos da praga, no início do período chuvoso. Isso tende a diminuir o ciclo da praga e amenizar o efeito negativo sobre os inimigos naturais.

Os produtos registrados para o pasto incluem os inseticidas organofosforados, piretroides e neonicotinoides.

Manejo antecipado

O ideal é que o manejo comece a ser executado antes da infestação para evitar a utilização de medidas corretivas. O controle pode ser feito durante a estação das chuvas e deve continuar no período seco, já prevendo uma redução na infestação.

Para conhecer produtos que possam auxiliar no manejo da cigarrinha-das-pastagens, fale com um representante Bayer em sua região ou procure um engenheiro agrônomo de confiança.

Fonte: Ag.In.