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Mancha de Ramulária no Algodão

Danos

Atualmente a mancha de ramulária é considerada a principal doença do algodoeiro no Brasil, podendo provocar uma redução de até 35% na produtividade.


Trata-se de uma doença que tem seus danos ligados à redução da área sadia das folhas, redução da fotossíntese, senescência antecipada, secamento foliar completo e desfolha precoce em situações de alta severidade.


Quando a desfolha ocorrer antes ou durante a formação de maçãs, o crescimento das estruturas reprodutivas já formadas é prejudicado. Isso afeta a produtividade e indução da abertura precoce de capulhos, o que implica na perda de qualidade da fibra.


Os danos causados são mais expressivos entre o início do florescimento e a abertura dos primeiros capulhos.


Figura 1. Danos causados em folhas de algodão pela severidade de ramulária. Foto: Tormen, N. (Phytus Group)

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Condições favoráveis e evolução

A doença pode se desenvolver numa ampla faixa de temperatura, de 16°C até 34°C. No entanto, temperaturas entre 22°C e 28°C são extremamente favoráveis. Ciclos com noites úmidas, em que as folhas ficam intensamente molhadas, temperaturas amenas e dias secos com temperaturas elevadas também são circunstâncias que favorecem a doença.


O fungo é disseminado por longas distâncias, principalmente por meio do vento, e por pingos de chuva em distâncias mais curtas. O fungo Ramularia areola sobrevive sobre lesões em restos culturais, e os esporos produzidos nessas condições constituem o inóculo primário que dará início à doença no campo.


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A doença comumente tem seu início próximo à abertura dos primeiros botões florais (em torno de 40 dias após a emergência). Porém, isso não é regra, pois, em algumas regiões, sob condições favoráveis e cultivares suscetíveis, a doença pode surgir já nos primeiros estágios de desenvolvimento (em torno de 20 dias após a emergência).


A doença inicia nas folhas inferiores da planta. Uma série de razões favorece esse fato, como a proximidade do inóculo, a condição de microclima nessas partes, menor insolação e ventos que mantêm as folhas molhadas por mais tempo, etc.


Após os esporos serem depositados sobre as folhas, eles passam por fases de germinação, desenvolvimento de tubo germinativo, apressório e penetram, preferencialmente, por estômatos. O surgimento de lesões com esporulação ativa é mais comum na face inferior das folhas. Essas lesões são responsáveis pela produção de novos esporos que podem ser disseminados pelo vento, sendo assim responsáveis por espalhar a doença.


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Identificação e monitoramento

Os sintomas da doença podem se manifestar em ambas as faces da folha quando se encontram em níveis elevados de severidade. No entanto, iniciam na face inferior. Os primeiros indícios são caracterizados por pequenas lesões angulares, entre as nervuras, sem presença de esporulação do fungo (conhecidos como “mancha-azul”). Posteriormente as lesões adquirem coloração branca de aspecto pulverulento, devido à presença do patógeno (Figura 2). O número e o tamanho de lesões vão aumentando, as lesões se tornam necróticas e acabam comprometendo o limbo da folha.


O monitoramento constante da lavoura é muito importante, uma vez que a eficiência do controle químico é maior quando as aplicações são iniciadas preventivamente. Caso não sejam realizadas nesse estágio, devem ser feitas no máximo na fase de mancha-azul, antecipadamente à esporulação do fungo.


Figura 2. Lesões de R. areola com aspecto pulverulente devido à esporulação do fungo. Foto: Tormen, N. (Phytus Group)

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Desafios ao manejo

  • Atualmente, a principal forma de controle da doença é feita por meio de aplicações de fungicidas. São utilizados no manejo de ramulária: triazóis, organoestânico, estrobilurinas e carboxamidas. Atualmente, tem sido sugerido o uso desses fungicidas em misturas. A rotação de mecanismos de ação e o reforço das aplicações com fungicidas multissítios diminui o risco de resistência do fungo. O posicionamento assertivo é também extremamente importante nesse cenário, visto que o atraso no início das aplicações pode comprometer a eficiência de controle da doença, ou implicar na necessidade de um grande número de aplicações, tornando o processo mais caro;
  • Por mais que não se tenha sido cientificamente comprovada a sobrevivência do fungo em restos culturais, sabe-se que em áreas de algodão sobre algodão a incidência e severidade da ramulária é elevada. Nesse sentido, acredita-se que a rotação de culturas pode trazer benefícios ao manejo da doença;
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  • A destruição da soqueira é uma prática extremamente importante para o manejo da ramulária. No entanto, ela precisa ser adotada por todos os produtores em regiões vizinhas para funcionar;
  • O uso de variedades resistentes à ramulária tem sido uma prática recomendada. Por mais que apenas o fator genético não entregue elevados níveis de controle, é uma ferramenta a mais para ser inserida dentro de um programa de manejo integrado;
  • A utilização de reguladores de crescimento e espaçamento entrelinha adequados. Isso visa atrasar a formação de microclima favorável ao patógeno e favorecer o funcionamento dos fungicidas no controle da doença.
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