Preços do algodão voltam a subir após meses em queda

Entenda o comportamento dos preços e as perspectivas de mercado. Acompanhe também o progresso da safra americana de grãos e outros destaques

Os preços do algodão em pluma voltaram a subir entre o fim de maio e o início deste mês. Depois de quatro meses em queda, as médias de junho indicam preços em R$ 4,08 por libra-peso de algodão.

Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os fatores que motivaram as quedas nos meses anteriores foram: 

• A desvalorização do dólar;
• A baixa na paridade de exportação;
• O recuo das cotações no mercado internacional;
• A demanda enfraquecida;
• As incertezas diante da economia global.

Por outro lado, a valorização recente do algodão em pluma se deve ao comportamento mais firme de vendedores em linha com o aumento da paridade de exportação e dos valores externos. Ainda segundo o Cepea, existe um maior interesse dos compradores para negociar lotes à pronta-entrega e contratos envolvendo a safra 2022/23.

Roberta Paffaro, especialista em agronegócio, explica que a relação entre oferta e a demanda são pontos cruciais para entender os rumos dos preços do algodão. Em um dos maiores produtores de algodão do mundo, a Índia, a safra de 2022/23 não foi suficiente para atender a demanda do consumo interno do país. A Associação do Algodão na Índia ainda trouxe mais um alerta: o estoque final da safra diminuiu para 1 milhão e 400 mil fardos, o menor nível dos últimos 30 anos.

"A reação do mercado foi percebida pelo aumento na demanda do algodão brasileiro e, claro, uma melhora nos preços. Para aproveitar as janelas de oportunidade para uma boa comercialização, a dica é acompanhar principalmente dois fatores: as economias globais e o preço do petróleo", destaca a especialista.

Sobre as economias globais e as possíveis recessões, Roberta comenta que o Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou uma desaceleração no crescimento. Em 2022, a economia global teve uma expansão de 3,4%, enquanto, neste ano, o crescimento deve ser inferior, atingindo 2,8%. "Com menos dinheiro circulando, menor consumo e demanda por algodão. Já sobre o segundo ponto, a cotação do petróleo costuma dar suporte ao algodão, então, com o petróleo mais caro, os tecidos naturais seguem competitivos se comparados aos sintéticos", acrescenta.  

Projeções para a produção de algodão no Brasil

No Brasil, a produção da pluma deve alcançar quase 2,9 milhões de toneladas na safra 2023/24. Esse número representa uma alta de 1,9 por cento em relação à temporada atual, de acordo com estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

Sobre as exportações de algodão, os americanos devem seguir na ponta como principais exportadores da pluma na próxima safra, mas veem o Brasil se aproximar na segunda posição com crescimento esperado de 26 % nos embarques.

O professor Marcos Fava Neves comenta, diretamente do meio-oeste americano, o andamento da safra de algodão e de grãos por lá. "Os números mais recentes mostram que o plantio desta safra está um pouco atrasado. A média dos últimos 5 anos é de 75%. No ano passado, nessa mesma época, já estava em 82% e neste ano, em 71%. Em relação às lavouras, a condição boa e ótima é de 51% do total, contra 48% no ano passado. Agora é necessário ficar de olho no clima no estado do Texas para acompanhar os desdobramentos."

De olho na podridão das vagens!

A podridão das vagens, ou anomalia da soja, é um problema que tem preocupado os produtores de grãos, por isso, também é motivo de observação e pesquisa. Com isso, a escolha da semente e o manejo adequado de fungicidas precisam de atenção. Nesse sentido, a Bayer auxilia você, produtor, com alguns dos melhores produtos disponíveis no mercado: os fungicidas Fox® Xpro e Fox® Supra para uma sanidade de alto nível! E Monsoy traz um novo portfólio com a plataforma i2x  para Mato Grosso, com diversas variedades tolerantes ao problema. A variedade M 8220 i2x foi destaque com altíssima tolerância à anomalia da soja, segundo estudos de seis consultorias de mercado nas últimas duas safras.

Giro de notícias

As chances de ocorrência do El Niño na safra 23/24 subiu para 89%. O fenômeno deve marcar o próximo ciclo, após duas ocorrências consecutivas de uma la niña, de acordo com a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos.

O Índice de Preços dos Alimentos da a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 2,6% em maio. A baixa nos valores dos cereais, laticínios e óleos vegetais superou os aumentos das carnes e do açúcar.

Agenda da semana

Por fim, o Doutor Agro destaca cinco pontos para os produtores acompanharem na próxima semana:

1) preços do petróleo e os impactos na cana brasileira;
2) incidência do clima sobre a segunda safra de milho no Brasil;
3) incidência do clima na mega safra dos Estados Unidos;
4) Plano Safra e
5) Cotações do dólar.