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Conheça as doenças foliares que mais afetam a cultura da soja atualmente

22 de novembro de 2023

Manchas Foliares

As doenças foliares da soja se destacam das demais porque podem causar cerca de 30% de prejuízos na lavoura quando não são manejadas no momento correto. O potencial de dano destas doenças é alto, porque afetam diretamente as folhas das plantas de soja, comprometendo a fotossíntese, e consequentemente, a produção de grãos da lavoura.

Muitos fatores favorecem a ocorrência de doenças foliares na cultura da soja, como clima úmido e quente, manejo inadequado em safras anteriores, sementes contaminadas, sobrevivência de fungos em restos culturais, e o manejo com fungicidas atrasado.

Causadas por fungos, as doenças foliares que mais tem chamado a atenção dos sojicultores são a cercosporiose (Cercospora kikuchii) e septoriose (Septoria glycines), e a mancha alvo (Corynespora cassiicola).

Conhecidas como “doenças de final de ciclo”, ou pela sigla D.F.C, ambas as manchas aparecem na lavoura ainda durante o período vegetativo da cultura, mas passam a afetar a soja com mais intensidade durante os estágios reprodutivos.

Com intuito de ajudar sojicultores a identificar e manejar as doenças foliares que mais afetam a cultura da soja atualmente, a Bayer preparou este texto com a descrição das doenças, e dicas de manejo que podem fazer a diferença no dia a dia da lavoura.


As principais doenças foliares que afetam a soja na atualidade

De acordo com o “Manual de identificação de doenças da soja”, publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mais de 20 doenças que afetam a cultura da soja são causadas por fungos. No entanto, nem todas elas afetam a área foliar das plantas de soja.

Por outro lado, entre as doenças que causam manchas foliares na cultura da soja, existem algumas que afetam não apenas as folhas da planta, mas também hastes, vagens, entrenós e sementes.

Neste contexto, para realizar um bom manejo das doenças foliares que mais impactam a sojicultura na atualidade, é fundamental conhecer as características específicas da cercosporiose, septoriose e mancha-alvo.


Cercosporiose

A cercosporiose também é conhecida como “crestamento foliar de cercospora”, e como “mancha púrpura”. Esta doença é causada pelo fungo Cercospora kikuchii, e pode ser encontrada em todas as regiões produtoras do país, embora ocorra com maior severidade em regiões mais quentes e chuvosas.

Esta doença ataca todas as partes da planta de soja, e pode ser identificada por diferentes sintomas:

  • Pontuações escuras nas folhas, de cor castanho-avermelhadas, com bordas difusas, que com o tempo formam grandes manchas escuras, causando crestamento e desfolha prematura da planta.
  • Nas vagens, aparecem pontuações também castanho-avermelhadas. A partir da vagem, o fungo atinge o grão de soja, e causa o sintoma chamado “mancha púrpura”.
  • Causa manchas vermelhas superficiais nos nós da planta.
  • Fungo penetra na haste e causa necrose de coloração avermelhada.

Este fungo pode chegar até a lavoura por meio de sementes infectadas que não passaram por nenhum tipo de tratamento de sementes industrial (TSI). Além disso, pode sobreviver na palhada.

A cercosporiose é favorecida por temperaturas entre 23 °C e 27 °C, e alta umidade.


Septoriose

Também conhecida como “mancha-parda”, a septoriose é causada pelo fungo Septoria glycines, que é favorecido por alta temperatura e umidade. Segundo publicação da Embrapa, o fungo precisa de um período mínimo de molhamento de 6 horas e temperaturas entre 15 °C e 30 °C para desenvolver sintomas na planta de soja.

Os sintomas de septoriose nas plantas de soja são:

  • Pequenas pontuações ou manchas de contorno angulares de cor castanho-avermelhadas que aparecem cerca de duas semanas após a emergência da cultura.
  • Pontuações pardas, de até 1mm de diâmetro nas folhas.
  • Halos amarelados com centro angular de cor castanha, medindo até 4mm de diâmetro, em ambas as faces das folhas.
  • Desfolha e maturação precoce em casos de infecções severas.

O fungo pode chegar até a cultura da soja por meio de sua capacidade de sobreviver em restos culturais, ou pela ação do vento ou da água, que pode dispersar esporos do S. glycines.


Mancha-alvo

A mancha-alvo é causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Esta doença afeta folhas, hastes, vagens e raízes da planta de soja, e por esse motivo, também é conhecida como “podridão radicular de Corynespora”.

O fungo causador da mancha alvo também é muito comum em todas as regiões produtoras do país, e infecta uma grande variedade de plantas nativas e cultivadas.

De acordo com a Embrapa, o fungo C. cassiicola pode chegar as lavouras de soja a partir de sementes infectadas. Em casos de manejo inadequado de doenças na safra anterior, o fungo também pode sobreviver em restos culturais até a emergência da soja.

Os sintomas da mancha alvo são:

  • Lesões iniciais nas folhas em forma de pontuações pardas com halo amarelado.
  • As lesões evoluem para grandes manchas de formato redondo, de cor que pode variar do castanho-claro ao castanho-escuro, atingindo até 2 cm de diâmetro.
  • Em todos os casos, as manchas apresentam uma pontuação escura no centro, o que remete ao nome “mancha alvo”.
  • Nas hastes e vagens podem ser encontradas manchas de cores que variam entre pardo e vermelho.
  • A infecção nas raízes também afeta a cultura da soja, restringindo sua capacidade de absorver água e nutrientes.
  • Quando cultivares suscetíveis são infectadas, pode ocorrer desfolha severa.

Alta umidade relativa é uma das principais condições que favorecem a infeção da mancha alvo nas folhas da planta de soja.


Manejando as doenças foliares da soja

O manejo de doenças foliares da soja envolve uma série de ações, estratégias e práticas. A princípio, é importante reforçar que para evitar perdas por estas doenças, é fundamental iniciar o trabalho de manejo antes mesmo das sementes chegarem até a fazenda.

Veja quais são as principais práticas de manejo para evitar perdas por doenças que causam manchas foliares na soja:

  • Cumprir corretamente o vazio sanitário.
  • Preparo adequado do solo, evitando talhões compactados.
  • Manejo nutricional ajustado às necessidades da cultura.
  • Adoção de estratégias de rotação de culturas, evitando que os fungos encontrem plantas hospedeiras por longos períodos.
  • Manejo eficiente de plantas daninhas.
  • Aquisição de sementes livres de fungos, com procedência e qualidade comprovadas.
  • Adoção de cultivares resistentes aos fungos mediante histórico da lavoura.
  • Tratamento de sementes industrial (TSI) com fungicidas, para que as sementes cheguem na lavoura preparadas para o plantio.
  • Plantio na janela adequada para a região.
  • Monitoramento constante.
  • Pulverização preventiva de fungicidas a partir do monitoramento, e do histórico de ocorrência de doenças da lavoura.
  • Rotação de fungicidas, considerando modo de ação, sítio específico e multissítios.

De modo geral, o controle químico das doenças cercosporiose, septoriose e mancha-alvo, depende do uso de fungicidas eficientes no momento correto. Quando este momento é perdido, dificilmente os fungicidas apresentarão bons resultados.

Por esse motivo, é essencial que o controle destas doenças tenha início ainda no período vegetativo da lavoura. O objetivo destas pulverizações iniciais é atingir as manchas ainda pequenas, para reduzir as fontes de inóculo da doença.


Produtos Bayer para o manejo de doenças foliares da soja

A Bayer oferece soluções para diversos desafios do sojicultor, com a finalidade de ajudar produtores do Brasil e do mundo a produzirem mais, em menos espaço, e com mais segurança.

Com o objetivo de apresentar soluções eficientes para o manejo de doenças foliares da soja, a Bayer desenvolveu os fungicidas NATIVO® e FOX® XPRO.

NATIVO® é um fungicida mesostêmico e sistêmico, dos grupos químicos estrobilurina e triazol, que apresenta forte ação preventiva e residual e deve ser aplicado na fase vegetativa da soja (V4). O produto pode ser utilizado para manejar as doenças:

  • Oídio (Erysiphe difusa)
  • Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi)
  • Antracnose (Colletotrichum truncatum)
  • Mela (Rhizoctonia solani)
  • Mancha-alvo
  • Cercosporiose
  • Septoriose

FOX® XPRO integra três modos de ação e três ingredientes ativos. O fungicida é mesostêmico e sistêmico, dos grupos químicos carboxamida, triazolintiona e estrobilurina. Além disso, a sugestão é que seja aplicado no pré-fechamento das entrelinhas (V7).

Na cultura da soja, FOX® XPRO pode controlar as doenças:

  • Oídio
  • Ferrugem-asiática
  • Cercosporiose
  • Septoriose
  • Antracnose
  • Mancha-alvo
  • Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)
  • Anomalia das vagens
  • Quebramento das hastes

Ambas as tecnologias podem ser utilizadas de forma integrada para manejar doenças em lavouras de soja. O principal benefício da rotação de fungicidas com NATIVO® e FOX® XPRO, é o manejo de resistência de fungicidas com eficácia de controle.