Blog do Agro

O potencial do agro brasileiro na produção de energias renováveis

Confira os números da matriz energética do Brasil e como os setores do agro podem contribuir com a geração de bioenergia14 de janeiro de 2023 /// 7 minutos de leitura

As iniciativas para redução dos efeitos da mudança climática ganham cada vez mais força, e uma das principais discussões nesse sentido envolve a transição para matrizes energéticas mais limpas.

No mundo, a média de produção de energia proveniente de fontes renováveis é de apenas 14,3%, de acordo com a International Energy Agency (IEA), enquanto as não renováveis representam 85,7%.

No Brasil, esse cenário é bem diferente, com 44,8%, quase metade da produção, advinda de fontes renováveis. Entre elas, a categoria com maior participação vem do agro: são os derivados da cana, que contribuem com 36,6% da produção energética, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O restante está distribuído entre a fonte hidráulica, com 24,6%; lenha e carvão, com 19,4%; e outras renováveis, com 19,4%.

Quando a análise é da matriz elétrica, ou seja, de eletricidade, o desempenho brasileiro é ainda mais positivo: 78,1% das fontes são renováveis, com destaque para a hidráulica (56,8%), a eólica (10,6%), a biomassa (8,2%) que advém em grande parte de produtos e/ou subprodutos do agro, e a solar (2,5%).

Principais produtos do agro na geração de energia limpa

Etanol: um dos biocombustíveis mais utilizados do país e que emite um volume de gases bastante inferior se comparado com a gasolina.

Biodiesel: outro biocombustível que se destaca principalmente por substituir o óleo diesel para veículos pesados.

Eletricidade da biomassa: resultado da queima de subprodutos, como o bagaço da cana, fonte que já representa 60% de toda a cogeração de energia elétrica no país.

Biogás: além de contribuir para a geração de energia mecânica, térmica ou elétrica, possibilita que resíduos da produção não sejam descartados no meio-ambiente.

Solar fotovoltaica: vem ganhando grande força nas propriedades rurais ou até nas fazendas solares, contribuindo para suprir as necessidades do agricultor e para ofertar volume adicional à rede de energia elétrica.

Além disso, é possível citar novas tecnologias em desenvolvimento como a do hidrogênio, o etanol de 2ª geração e outras.

Oportunidades na produção de bioenergia

Na opinião do professor Marcos Fava Neves, o cenário para o crescimento da produção de bioenergia pelo agro é bastante positivo. Como exemplo disso, ele cita o etanol, o óleo diesel feito a partir da soja (HVO), o biometano, o biodiesel e o etanol de milho.

"Nos próximos anos, o produtor rural tem muita chance de valorização daquilo que ele está fazendo em direção às energias renováveis. Temos ainda a questão dos mercados de carbono e dos ganhos que teremos com a substituição de energia fóssil por renovável, além da preservação de áreas. Portanto, a área ambiental representa grande oportunidade para os produtores", destaca.

Leia mais: https://www.agro.bayer.com.br/mundo-agro/agropedia/impulso-news-oportunidades-para-o-mercado-de-carbono-no-brasil

Estimativas para a safra de cana

O Rabobank divulgou a nova estimativa para safra brasileira de cana em 2023/24, indicando que a moagem de cana-de-açúcar na região centro-sul deve crescer 6,5% e chegar a 575 milhões de toneladas. Segundo o relatório, esse crescimento será resultado da recuperação na produtividade dos canaviais. Em relação ao mix de produção de açúcar e etanol, o resultado dependerá das medidas e políticas do novo governo.

Agenda da semana

Para a última semana do ano, o Doutor Agro recomenda que os produtores fiquem de olho no consumo de carnes e laticínios e na influência do clima sobre as lavouras do país.

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