Importância da mosca branca na cultura da batata

17 de julho de 2022

A batata (Solanum tuberosum L.) é uma hortaliça amplamente cultivada e consumida no mundo todo. No Brasil, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul respondem por mais de 95% da produção do país.

Apesar do grande número de pragas que podem atacar a cultura da batata, a ocorrência de mosca branca vem se destacando devido às grandes perdas na produtividade. Antigamente era considerada praga secundária, mas atualmente esse cenário tem sido outro, com ataques mais frequentes e agressivos em praticamente todas as regiões produtoras, se tornando um dos principais alvos.

Principais danos de mosca branca na batata

Da mesma forma que em outros cultivos, a mosca branca (Bemisia tabaci biótipo B) pode causar danos diretos e/ou indiretos na batata. Os danos diretos são oriundos da alimentação de ninfas e adultos, que sugam seiva e prejudicam o desenvolvimento de plantas jovens, danificando as folhas e reduzindo a produtividade. Porém, a maior preocupação é com os danos indiretos, visto que a mosca branca é transmissora de diferentes tipos de vírus (geminivírus e crinivírus) e, ao se alimentar, libera substâncias açucaradas (honeydew), que propiciam a formação da fumagina sobre as folhas, tendo efeitos significativos na redução da taxa fotossintética e, consequentemente, no potencial produtivo das plantas.

Duas espécies de geminivírus (ou begomovírus) se destacam no Brasil: o Tomato Severe Rugose Virus (ToSRV) e Tomato Yellow Vein Streak Virus (ToYVSV), que causam a doença conhecida como mosaico deformante da batateira (Figura 1A). Dentre os crinivírus, no Brasil, há relatos da ocorrência do Tomato Chlorosis Virus (ToCV), causador da clorose do tomateiro (Figura 1B).

Desafios ao manejo da mosca branca na batata

Os danos diretos são relacionados a ataques severos da mosca branca, com elevados níveis populacionais; no entanto, os danos indiretos pela transmissão de viroses podem ocorrer mesmo em baixas populações. Dessa forma, como não há medidas curativas para plantas com viroses, é recomendável que o controle da mosca branca seja realizado no início das infestações, de maneira constante, mantendo a população em níveis muito baixos.

Para obtenção de um eficiente manejo da mosca branca é imprescindível a integração de diferentes medidas de controle. Medidas profiláticas (preventivas) devem ser consideradas num primeiro momento e, posteriormente, medidas curativas para manter os níveis populacionais baixos.

Fatores como planejamento e escalonamento das épocas de plantio, controle de plantas daninhas hospedeiras e plantas “tigueras”, e o planejamento de cultivos vizinhos hospedeiros da praga contribuem para o manejo preventivo. O controle curativo fica dependente da aplicação de inseticidas recomendados para a cultura, sempre considerando as diferentes fases de desenvolvimento do alvo.

Desafios ao controle químico

O número de inseticidas registrados para o controle de mosca branca na batata ainda é pequeno. Esses produtos devem ser aplicados no momento certo, no início das infestações, sendo as tomadas de decisão orientadas por um monitoramento eficiente da praga. É importante dar preferência aos inseticidas mais seletivos como forma de preservar populações de inimigos naturais. Da mesma forma, é fundamental que um mesmo inseticida não seja aplicado repetidamente, ou seja, recomenda-se que seja feito rotação de diferentes mecanismos de ação como forma de prevenção à resistência.

Além disso, a tecnologia de aplicação deve ser um fator importante para otimizar o controle, como, por exemplo, realizar aplicações em horários mais frescos do dia, usar pontas e volume de calda que favoreçam a penetração de gotas no dossel da cultura, utilizar doses recomendadas e ter cuidado com as misturas de tanque.

Visando minimizar as grandes perdas produtivas na cultura da batata, a Bayer oferece aos produtores o novo inseticida Sivanto, que possui alta tecnologia e efetividade no controle da mosca branca.