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Conheça as plantas daninhas da soja e saiba como controlá-las

21 de julho de 2022

A soja é um dos grãos mais importantes para a economia do Brasil e produzir esse alimento não é uma tarefa fácil. No meio do caminho você vai se deparar com empecilhos como pragas, doenças e as plantas daninhas da soja.

Encontrar uma dessas plantas em sua lavoura pode significar uma grande perda de produção dos grãos. Pensando nisso, montamos um manual de plantas daninhas na cultura da soja que você deve se preocupar, acompanhe!

1. Buva (Conyza spp)

A Buva é uma das principais plantas daninhas da soja, comumente encontradas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Por conta da sua facilidade de dispersão de sementes e invasão de lavouras, as diferentes variedades da planta são consideradas espécies altamente agressivas.

Características da Buva

  • Alguns biótipos são resistentes ao glifosato;
  • Germinação entre 20 a 25º c (temperatura ideal para germinação da soja);
  • Um exemplar produz de 100.000 a 200.000 sementes durante a vida;
  • Dispersão de sementes pelo vento;
  • Uma planta pode chegar a 2,5 metros de altura.

Impacto na lavoura

A Buva interfere diretamente na nutrição da cultura implantada em sua lavoura. Um caso de desnutrição pode ocasionar:

  • Redução do desenvolvimento da soja;
  • Diminuição de até 80% da produção;
  • Queda na qualidade do produto;
  • Prejuízos com o controle de plantas daninhas da soja.

Controle

A Buva tem forte resistência a alguns tipos de herbicidas, por isso é importante ter um bom conhecimento sobre o histórico da lavoura onde ela foi encontrada, sistema de produção e as práticas de manejo integrado já executadas. Assim você entenderá quais produtos devem ser utilizados.

Contudo existem algumas práticas que podem ser feitas para evitar a disseminação dessa planta, tais como:

  • Limpeza do maquinário: é possível que existam algumas sementes da buva ao redor do maquinário utilizado na lavoura. Sem a limpeza correta do equipamento, a planta daninha se espalha com eficiência pelo campo.
  • Manejo no inverno: o inverno é uma ótima época para o plantio se você quer problemas com a buva. Essa planta daninha prefere climas quentes e não germina em baixas temperaturas.

2. Picão-preto (Bidens Spp)

O Picão-preto é uma das plantas daninhas com as maiores densidades populacionais espalhadas em culturas agrícolas pelo Brasil. Em algumas espécies, a principal característica de reconhecimento são seus espinhos negros que grudam no que tocar.

Características do Picão-preto

  • A semente possui um mecanismo de dormência que permite a germinação somente nas melhores circunstâncias. Ela permanece intacta dentro do solo há mais de 5 anos;
  • A temperatura perfeita para sua germinação é 15º C;
  • Não necessita de luz solar para germinar;
  • Um exemplar pode disseminar de 3 a 6 mil sementes;
  • O meio de disseminação mais comum é grudando na pelagem de animais, humanos ou até mesmo maquinários.

Impacto na lavoura

A grande população de Picão-preto presente em uma lavoura consome grande parte dos nutrientes que são implementados na cultura. Assim sua plantação apresenta:

  • Desnutrição;
  • Morte de plantas mais jovens;
  • Diminuição de até 60% da produção;
  • Queda de qualidade dos grãos.

Controle

O Picão-preto é uma das plantas daninhas da soja que são resistentes ao glifosato. Portanto, para o controle é necessário a utilização de outros herbicidas.É válido lembrar que com a diversidade de espécies são necessários diferentes herbicidas. Consulte um profissional agrônomo para que ele te oriente com os melhores produtos do mercado.

3. Capim-amargoso (Digitaria insularis)

Com folhas alongadas, sementes de fácil disseminação e estrutura rizomatosa, o Capim-amargoso é uma das principais plantas daninhas na cultura da soja. Hoje em dia, essa vegetação está presente em quase todas as regiões brasileiras, fato que deixa os produtores preocupados.

Características do Capim-amargoso

  • Presença de curtos rizomas, caules subterrâneos que garante uma melhor nutrição para a planta daninha;
  • Resistência múltipla de herbicidas;
  • Uma planta pode chegar até os 1,5 metros;
  • Germina o ano todo;
  • Grande disseminador de sementes. Uma planta pode produzir de 100.000 a 1.000.000 de exemplares.
  • Por conta de sua arquitetura foliar eficaz, a planta tem um rápido desenvolvimento.
  • Rápida disseminação de sementes pelo vento;
  • Diminuição na taxa de produtividade em até 70%;
  • Ciclo perene (tempo de vida longo);
  • Afeta a qualidade dos grãos da lavoura;
  • Grandes gastos com o controle.

Controle

Por terem resistências múltiplas, o Capim-amargoso deve ser identificado o mais rápido possível em sua lavoura. As aplicações de herbicidas nos estágios iniciais da formação da planta oferecem melhores resultados.

Porém, se a planta já estiver em um estágio avançado, múltiplas aplicações de glifosato e graminicidas é necessário até impedir a rebrota. Você também pode optar pelo manejo integrado do solo antes da semeadura da soja, assim você garante que a terra esteja livre do Capim-amargoso.

4. Capim-colonião (Panicum maximum)

A fácil adaptação a diferentes solos e grande dispersão de sementes fazem com que o Capim-colonião se implante rapidamente em uma lavoura. Essa planta é encontrada em todas as regiões do Brasil, porém, ela também é utilizada como comida para o gado.

Características do Capim-colonião

  • Seu tamanho pode chegar até 3 metros;
  • Suas sementes são envoltas por glumas, que são facilmente levadas pelo vento;
  • Baixa tolerância a geadas;
  • Possuem rizomas curtos e robustos, que ajudam na nutrição e desenvolvimento da planta;
  • Produzem em média 120 mil sementes por planta;
  • A temperatura de germinação fica em torno de 20º C a 30º C.

Impacto na lavoura

  • Rápida infestação pela lavoura;
  • Quebra de 60% na produtividade da soja;
  • Diminuição na qualidade dos grãos;

Controle

O glifosato entre outros herbicidas são eficientes contra exemplares de até 40 cm. Em plantas maiores é necessário a aplicação múltipla dos produtos dentro de um plano de manejo com dose e tempo corretos, consulte um profissional agrônomo.

5. Joá-de-capote (Nicandra physalodes)

A Joá-de-capote é uma das vegetações mais temidas para o controle de plantas daninhas na cultura da soja. Frequentemente é encontrada no sul do país, mas também causa sérios danos nos estados de Goiás e Minas Gerais.

Características do Joá-de-capote

  • Suas sementes possuem um alto poder germinativo, crescendo facilmente em diversos lugares;
  • Tamanho variando de 0,5 a 2 metros de altura;
  • Preferência por solos semi-úmidos e sombreados;
  • Tem um desenvolvimento rápido, da primavera ao outono;

Impacto na lavoura

  • Rápida infestação na lavoura;
  • Alta quebra na produtividade e colheita da soja;
  • A planta apresenta alelopatia, substância tóxica que causa danos a outras plantas próxima a ela;

Controle

O manejo de plantas daninhas na cultura da soja através do uso de herbicidas é eficiente nesse caso. Porém, a detecção rápida do crescimento dessas ervas é essencial para que a lavoura não sofra nem um tipo de dano que diminua a produção e qualidade dos grãos.

Essas são as cinco plantas daninhas da soja. Como você pôde ver, elas são capazes de impactar intensamente as lavouras. Assim, faça a prevenção e manejo correto, para não colocar a produtividade da sua lavoura em jogo.

E, para continuar aprendendo sobre o assunto, leia também nosso conteúdo sobre os principais percevejos da soja.