Conheça as 9 principais doenças e pragas da soja

17 de julho de 2022

As pragas agrícolas são as principais inimigas dos produtores. Em todas as safras, eles investem gastam valores consideráveis para otimizar o controle das pragas, evitando a perda da produtividade na lavoura.

No Brasil existem grandes variedades de doenças e pragas da soja. Pensando nisso, preparamos uma lista com as 9 principais pragas que atacam os grãos, assim como a melhor forma de controlá-las. Confira!

9 principais pragas e doenças da cultura da soja

1. Podridão-radicular (Phytophthora sojae)

A Podridão-radicular de fitóftora, na soja, é uma doença nociva em qualquer estágio de desenvolvimento da soja. Podendo acarretar até mesmo a morte da cultura implementada no local, principalmente quando se trata de vegetações jovens ou recém germinadas.

A principal característica dessa doença da soja é a necrose do caule, que vai se espalhando até atingir as folhas. Ao decorrer desse processo, a vegetação vai secando e a raiz principal apodrece, eliminando a planta.

A manifestação desse patógeno está ligada ao acúmulo de umidade no solo, atacando a cultura desde a raiz. Plantas infectadas podem aparecer em meio às saudáveis, portanto, é necessário ficar de olho na lavoura inteira.

Nesse caso, os defensores químicos são ineficientes para tratar a podridão radicular. É necessário realizar um controle de solo, eliminando as doenças da soja antes do plantio.

Outra opção é o tratamento das sementes. Que constitui-se em uma película química que visa inibir a proliferação do patógeno, garantindo a segurança da sua planta.


2. Oídio (Microsphaera diffusa)

O Oídio é um fungo que ataca as partes altas das plantações, gerando clorose e necrose. Esse patógeno age principalmente nas folhas da planta, inibindo a fotossíntese e o desenvolvimento da mesma.

A principal característica do patógeno é o surgimento de micélio. Uma espécie de manchas esbranquiçadas nas folhas, que podem evoluir para uma cobertura total da superfície.

O grande risco dessa doença é que ela é facilmente manejada com o vento, se espalhando gradativamente por sua lavoura. Um tratamento tardio pode gerar grandes perdas em sua produção.

Para evitar essa problema é preciso evitar cultivares suscetíveis a doença em épocas mais fragilizadas, como:

  • safrinhas;
  • semeaduras tardias;
  • cultivos irrigados de inverno.

Existem diferentes produtos químicos eficazes no controle do Oídio. Um profissional deve ser consultado para constatar quais são as melhores opções de acordo com a sua lavoura.

Outra boa maneira de evitar a proliferação desse fungo é investir em boas sementes com resistência genética ao oídio. Assim você não precisa fazer o uso de diversos produtos para o controle químico da doença.


3. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

A Ferrugem asiática é uma doença da soja causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Esse patógeno ataca lavouras de todas as regiões do Brasil e é uma das infestações que mais causam preocupações para os cultivadores de soja.

O fungo ataca principalmente as folhas da cultura da soja, inibindo a fotossíntese e causando a desfolha. Esse patógeno é perigoso e pode reduzir a produção de sua lavoura em até 70%.

Sua característica é única, já em seus primeiros estágios de infestação as folhas apresentam pequenos esporos na parte de baixo da folha. O nome dado para essa formação é urédia e sua responsabilidade é disseminar a doença pelo ar.

A identificação rápida da doença em sua lavoura salvará sua colheita. O controle baseado em produtos químicos é eficaz contra esse tipo de fungo, consulte seu engenheiro agrônomo para saber qual é o melhor defensivo a se utilizar.


4. Mancha olho de rã (Cercospora sojina)

A Mancha olho de rã também é uma das principais doenças que atinge todas as regiões do Brasil. Em um ambiente com alta umidade e temperaturas médias entre 15º a 25º se torna o cenário perfeito para a propagação do fungo Cercospora sojina.

A doença afeta principalmente as partes aéreas das plantas, mas também ataca os caules, vagens e sementes da cultura. Diminuindo drasticamente a qualidade e quantidade da produção.

Em estágio inicial, a doença apresenta pequenas lesões castanho-claro na folha, que vão aumentando de tamanho e quantidade ao decorrer do tempo. Nos caules e vagens o patógeno não é evidente, porém, é possível enxergar pequenas fissuras em seu meio.

Por conta de sua fácil propagação por meio dos ventos, é necessário estar sempre atento a sua lavoura para enfrentar a doença nos estágios iniciais. O controle químico é uma prática eficaz se feita com os produtos certos de acordo com a sua plantação.

O controle recomendado é a utilização de variedades mais resistentes a esse tipo de doença. Porém, o tratamento de sementes também é um processo bem utilizado e eficaz para acabar com o patógeno.


5. Antracnose (Colletotrichum truncatum)

A Antracnose se desenvolve do fungo Colletotrichum truncatum, geralmente, originado de sementes infectadas ou de restos culturais de uma safra anterior. Essa doença é altamente nociva para sua planta, observando que ela ataca as folhas, caules, vagens e sementes.

Alguns produtores confundem essa doença com uma simples seca, pois o fungo age de dentro da planta e se expressa somente em seu ciclo final. As culturas menos nutridas apresentam quedas total das vagens, causando enormes perdas na produção.

As principais características dessa doença da soja aparecem nas hastes da planta com o surgimento de pequenas manchas marrons ou em tons mais escuros. Em algumas folhas também é possível observar esse processo, atacando as nervuras foliares.

Com a evolução do patógeno é evidente a aparição de manchas escuras e até mesmo podridão total da vagem. Nem mesmo os grãos escapam desse processo, elas ficam marrons e inutilizáveis.

O controle da doença pode ser feito por diversas técnicas, entre elas a utilização de variedades com maior resistência e o tratamento de sementes são bem eficazes. Mas você pode optar também pela rotação de cultura ou a utilização de fungicidas químicos.

O tratamento do solo antes do plantio é essencial para evitar doenças e pragas da soja. Peça a seu profissional agrônomo um laudo da terra para tratar o problema o quanto antes.


6. Lagarta elasmo/Broca do colo (Elasmopalpus lignosellus)

A Lagarta elasmo também conhecida como broca do colo, é uma grande inimiga dos produtores de soja. Em pouco tempo de infestação, a praga é capaz de destruir grandes partes da lavoura, resultando em enormes perdas de produção.

Geralmente, esses insetos enfatizam com ambientes de solos secos e arenosos. Fator que contribui para a proliferação da espécie.

Os ataques destas pragas da soja formam grandes galerias nos caules e nas folhas da planta, que dificultam a absorção de água e nutrientes por parte da cultura. Causando murcha e morte das estruturas foliares.

O uso de inseticidas sistêmicos no tratamento das sementes é o método mais popular para a prevenção dessa praga. Lembre-se que a compra e a aplicação de produtos químicos em sua lavoura deve ser prescrito e acompanhado por um profissional agrônomo.


7. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)

O tamanduá-da-soja é uma espécie nativa do Rio Grande do Sul que antigamente não trazia grandes prejuízos às plantações. Porém, com o passar do tempo, as incidências da praga foram aumentando e hoje ela é responsável por grande parte dos danos à lavoura de soja em várias regiões do Brasil.

Os danos causados por esses insetos são críticos. Os adultos raspam os caules desfiando a epiderme da planta, inibindo a absorção de água e nutrientes, deixando a cultura fragilizada.

Essas pragas agrícolas também devoram as folhas da soja, dificultando o processo da fotossíntese. A infestação desse inseto em uma cultura jovem causa danos irreversíveis a sua lavoura.

Os métodos mais recomendados para o controle da praga é de acordo com o ciclo biológico do inseto, entre eles estão:

  • hibernantes no solo: a melhor opção é utilizar o processo de tratamento de sementes utilizando produtos químicos;
  • Insetos adultos: geralmente, eles se mantêm nas partes aéreas da lavoura. Portanto, a pulverização foliar é um método eficiente para inibir a proliferação dos insetos.

8. Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)

O Percevejo-castanho é um dos insetos que mais atacam as lavouras de soja pelo Brasil. A grande dificuldade é na detecção dessa praga secundária, tendo em vista que ela se localiza no solo da plantação de soja.

Os percevejos adultos se alimentam das raízes e seiva das culturas, perdendo parte de sua energia e prejudicando sua produção. Em casos mais severos a planta fica raquítica, apresenta coloração amarelada e pode morrer facilmente.

As principais características do Percevejo-castanho são sua coloração amarronzada e o tamanho pequeno de 5 a 8 mm. Os ovos desse inseto são pequenos pontinhos brancos e se localizam normalmente nas raízes das plantações.

O controle biológico com a utilização do fungo Metarhizium anisopliae se faz bem eficaz contra o percevejo castanho. Porém, outros métodos como a aração do solo também podem trazer bons resultados para a lavoura.

O controle por defensivos químicos só é recomendado para ações preventivas em áreas propensas à proliferação do inseto. Os hábitos subterrâneos do percevejo dificultam a efetividade desses produtos.


9. Corós (Phyllophaga cuyabana)

Outra praga de solo bem conhecida no território brasileiro são os Corós. Em baixa população esses insetos não apresentam riscos à lavoura, porém, em grande quantidade pode afetar diretamente sua produtividade.

As larvas do Coró se alimentam das raízes das plantas, dificultando a absorção de água e nutrientes para um bom crescimento da cultura. Já os insetos na fase adulta se alimentam de outras partes da vegetação, como o caule e as folhas.

A infestação desta praga apresenta um aspecto amarelado nas plantas, deixando-as murchas e sem nutrientes. Se o controle não for efetuado rapidamente a sua lavoura corre grandes riscos.

O controle dessa praga é feito pelo tratamento de sementes que inibem a proliferação do inseto. Outro método aplicado é o uso do inseticida no sulco de plantio, agindo diretamente no solo da lavoura.


Colheita e armazenamento da soja

Não é somente no plantio que a infestação de pragas se faz presente. Na hora da colheita e armazenamento da soja você também pode se deparar com a proliferação de doenças e pragas da soja.

Portanto, para armazenar seu grão por um longo período é necessário que primeiro ele passe por um processo de limpeza ao ser colhido. Isso evita que vários insetos sejam armazenados junto à soja.

Após a limpeza a soja deve passar por um processo de secagem total dos grãos. Assim eles ficam propícios para serem armazenados por longas datas.

O armazenamento dos grãos deve ser feito em umidade média de 10% e temperatura ambiente.

Uma lavoura livre de pragas é essencial para maximizar a produção. Quer receber mais dicas como essas? Fique por dentro do mundo agro!