Ácaro-da-leprose: táticas de controle no citros!
Descubra as principais táticas de controle do ácaro-da-leprose do citros. Saiba como lidar com ela e proteger o seu pomar.A leprose dos citros é causada por um vírus transmitido principalmente pelo ácaro-da-leprose, o Brevipalpus yothersi.
Segundo Daniel Andrade, professor da Unesp de Jaboticabal, “esse ácaro ocorre na cultura dos citros ao longo de todo o ano. Porém, no período mais seco, de abril a outubro, especialmente na região Sudeste do Brasil, observam-se os maiores picos populacionais. Essas condições de baixa umidade relativa e temperaturas elevadas favorecem o desenvolvimento do ácaro”.
O ciclo do ácaro-da-leprose inclui diferentes fases, desde a larva até a fase adulta. É justamente nesse período, ao se alimentar de partes de plantas contaminadas, que ele contrai o vírus. Um agravante é que o patógeno pode ser transmitido de uma fase para outra ao longo do desenvolvimento, o que amplia os riscos de disseminação do ácaro-da-leprose.
Sintomas do ácaro-da-leprose no citros
Embora os sintomas da doença sejam restritos às áreas de alimentação do ácaro-da-leprose, eles podem surgir tanto nos frutos como nas folhas e nos ramos. Essas lesões depreciam a produção, causam queda prematura dos frutos, redução da fotossíntese, desfolha e até a seca dos ramos.
Nos frutos, as lesões necróticas apresentam coloração marrom, formato circular, com rachaduras no centro e são cercadas por um halo amarelado em frutos verdes ou por um halo esverdeado em frutos maduros.
Nas folhas, os sintomas aparecem em ambas as faces, em forma de lesões arredondadas, lisas, de coloração verde clara no centro e bordas amareladas. Geralmente, os danos se concentram próximos às nervuras e podem evoluir para anéis concêntricos necróticos.
Já nos ramos, as lesões começam amareladas e tornam-se necróticas com o passar do tempo. Posteriormente, assumem tonalidade marrom-avermelhada e aspecto irregular, podendo provocar a ruptura da casca e até a morte do ramo..
Medidas para controle do ácaro-da-leprose
A queda e a depreciação dos frutos lesionados podem variar de 0% a 2% quando a doença é controlada de forma eficaz. No entanto, quando medidas de controle não são aplicadas, entre 40% e 100% da produção pode ser afetada. Para garantir um manejo adequado, o monitoramento do pomar é fundamental.
“O controle do ácaro-da-leprose, ou seja, do vetor da doença, deve ser baseado na sua população e nunca de forma preventiva. É importante que o citricultor realize inspeções frequentes e, ao detectar um nível de infestação de até 5% nos talhões, inicie as medidas de controle”, orienta o professor da Unesp.
Esse monitoramento deve ser realizado por pragueiros treinados, a cada 14 dias, ao longo de todo o ano. Dessa forma, é possível identificar todas as fases do ciclo do ácaro-da-leprose, sejam ovos, fases jovens ou adultos.
Além dos citros, o ácaro-da-leprose também encontra plantas hospedeiras alternativas, como trapoeraba, picão-preto, guanxuma e mentrasto, que são consideradas plantas daninhas. Ele ainda pode se instalar em plantas utilizadas como cerca-viva ou quebra-vento.
Como o vírus não se desloca pelos vasos da planta e permanece restrito às lesões, a eliminação das partes afetadas reduz a chance de que os ácaros remanescentes se contaminem e iniciem uma nova epidemia.
Além disso, estudos indicam que cerca de 70% dos ácaros-da-leprose contaminados permanecem nas próprias árvores doentes, mas indivíduos localizados em um raio de até 25 metros da planta sintomática também podem transmitir a doença.
Por essa razão, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) recomenda a aplicação de acaricidas para ácaro-da-leprose, tanto nas plantas podadas quanto nas árvores vizinhas. O uso estratégico de produtos para ácaro-da-leprose, aliado ao monitoramento e à poda correta, torna-se indispensável para reduzir os riscos de disseminação e preservar a produtividade do pomar.
Oberon®: o acaricida com modo de ação exclusivo contra o ácaro-da-leprose
Quando o assunto é controle de pragas e doenças, a Bayer conta com Oberon®, um acaricida para ácaro-da-leprose que se destaca pelo modo de ação exclusivo e pela alta performance contra diferentes espécies de ácaros. Trata-se de uma ferramenta fundamental e uma excelente alternativa para a rotação de manejo no pomar.
“Por se tratar de um produto com excelente ação lipofílica, Oberon® adere às camadas da folha, garantindo maior persistência e eficiência no controle. Além disso, é um produto translaminar, o que favorece a rápida absorção, mesmo em períodos chuvosos. Outro diferencial é a seletividade para os inimigos naturais, auxiliando no manejo da doença transmitida pelo ácaro-da-leprose sem comprometer a presença desses importantes aliados biológicos”, destaca Leonardo Turco, Gerente Field Marketing para Citros na Bayer.
Oberon® também integra a lista ProteCitrus, que auxilia o produtor quanto às regulamentações de uso de produtos para ácaro-da-leprose e demais pragas na citricultura, indicando ingredientes ativos que atendem às exigências do mercado e reforçando a segurança no manejo sustentável.
Táticas complementares contra o ácaro-da-leprose
Além do controle químico, algumas medidas complementares são importantes para reduzir os riscos associados ao ácaro-da-leprose e manter o pomar saudável, como:
- Realizar o plantio de mudas saudáveis provenientes de viveiros certificados;
- Implementar quebra-ventos com espécies não hospedeiras do ácaro-da-leprose, como Pinus e Torelliana, reduzindo sua entrada no pomar e a disseminação pelo vento;
- Lavar e desinfetar os materiais de colheita para evitar a introdução do ácaro-da-leprose em áreas ainda livres da doença;
- Eliminar plantas daninhas que podem servir de hospedeiras;
- Priorizar a colheita de talhões saudáveis antes daqueles com histórico de contaminação;
- Garantir a remoção completa dos frutos durante a colheita.