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Como a chuva em excesso favorece as doenças do algodão?

11 de outubro de 2023

Algodão

A água é um insumo indispensável para a produção de algodão, mas precisa ser distribuída de forma adequada ao longo da safra. A falta ou excesso de água em determinados estágios de desenvolvimento podem causar estresses na cultura, o que afeta a produção.

Por conta desta realidade, a maioria das lavouras de algodão no Brasil são cultivadas no período de maior precipitação pluviométrica do ano, popularmente conhecida com plantio de verão ou segunda safra, logo após a colheita da soja no norte do Mato Grosso (MT).

Os Sistemas de irrigação por pivô central também são utilizados em algumas regiões produtoras de algodão, com o objetivo de ofertar água de acordo com a necessidade das plantas.

No entanto, quando ocorrem chuvas fora de época, ou em períodos prolongados, não há tecnologia que possa proteger a lavoura de algodão durante a safra. Nesses casos, além de afetar as plantas com os efeitos do estresse, o excesso de chuvas pode criar um ambiente favorável para a ocorrência de doenças.

Continue esta leitura e saiba como a chuva em excesso afeta o algodoeiro, e quais são as principais doenças que encontram condições para se desenvolver na lavoura durante longos períodos de precipitação.


Impactos do excesso de chuvas no algodoeiro

O excesso de chuvas na produção de algodão pode promover uma série de impactos adversos. Especialmente quando ocorrem em dias seguidos, e em época de alta temperatura, as chuvas afetam o crescimento e a saúde das plantas, a qualidade da fibra, o solo, e o planejamento da safra.

Veja como o excesso de chuvas em períodos quentes pode afetar o algodão:

  • Encharcamento do solo
  • Redução de stand na fase inicial
  • Lavagem de nutrientes
  • Compactação do solo
  • Atraso nas operações
  • Alterações fisiológicas
  • Perda de qualidade da fibra
  • Ocorrência de doenças

Doenças do algodão favorecidas por umidade e temperatura altas

A mancha-alvo (Corynespora cassiicola), mancha de ramulária (Ramularia areola) e Mancha-de-cercospora (Cercospora gossypina) são doenças foliares do algodão favorecidas pela ocorrência de dias seguidos de chuva, com umidade relativa acima de 80%, e altas temperaturas, variando entre 25°C e 30°C.

Ambas as doenças são consideradas primárias na cultura do algodão, ou seja, são as mais importantes para a cotonicultura. Todas elas são causadas por fungos saprófitos, que se alimentam de tecidos vegetais mortos ou em decomposição.

Como também se desenvolvem na cultura da soja, estas doenças ocorrem com mais frequência em lavouras de algodão cultivadas no sistema produtivo de soja verão sucedido pelo algodão segunda safra.

Quando não são manejadas adequadamente na cultura da soja, os fungos conseguem sobreviver nos restos culturais deixados no solo após a colheita, e migrar para o algodão logo após a emergência da cultura.

Se ocorrem em alta intensidade, seja de forma isolada ou em conjunto, essas doenças podem causar desfolha severa no algodoeiro.


Impactos da mancha-alvo, ramulária e cercóspora no algodoeiro

Para entender os impactos das doenças mancha-alvo, mancha de ramulária e mancha-de-cercóspora, precisamos conhecer o fluxo pelo qual chegam até a cultura do algodão.

A princípio, em áreas com histórico de ocorrência dessas doenças, os fungos começam a se multiplicar ainda no final da safra de soja. Como neste momento não há mais operações para aplicar fungicidas, os fungos migram para as folhas senescentes e secas da planta de soja antes da colheita.

Neste contexto, após a colheita, o resto cultural da soja já pode estar contaminado com algum dos fungos, ou com os três.

Quando o algodão é plantado nessa mesma lavoura, e ocorre umidade e temperatura altas durante a fase de emergência, a folha de algodão fica molhada por muito tempo. Isso dá condições para que as doenças infestem o cotilédone do algodão.

Caso as doenças não sejam controladas neste estágio, a planta perde os cotilédones. Como consequência, ocorre atraso do ciclo da cultura, e redução do crescimento e da produtividade da planta.

Se as doenças ocorrem em um estágio avançado da cultura, quando o algodão se encontra entre 60 e 70 dias após o plantio, a qualidade de pluma pode ser afetada. Isso acontece porque quando a planta perde folhas, também perde enchimento e peso das estruturas reprodutivas.

Manejo das doenças primárias do algodão
As práticas mais importantes da estratégia de manejo de doenças primárias do algodão são o monitoramento e o manejo preventivo.

A recomendação é que a lavoura seja monitorada sistematicamente desde a emergência da cultura, principalmente em lavouras de algodão segunda safra. No entanto, o monitoramento deve ser intensificado na emergência da cultura, e mais adiante, no fechamento das entrelinhas.

É importante ressaltar que, embora o monitoramento sirva para identificar as doenças presentes na lavoura, é fundamental que sejam realizadas aplicações de fungicidas preventivos em áreas com o histórico da doença.

Veja quando realizar o manejo preventivo de doenças no algodão:

  • Emergência do algodão
    Dependendo da qualidade do manejo de doenças na soja, e das condições climáticas durante a emergência do algodão, a ocorrência de mancha-alvo, mancha de ramulária e mancha-de-cercóspora pode causar perda de plântulas e estande de plantas reduzido.
  • Fechamento das entrelinhas
    Quando o algodão está prestes a fechar a entrelinha, as doenças devem ser monitoradas e manejadas novamente, principalmente em períodos com condições favoráveis para a ocorrência dos fungos. Neste momento, o foco é proteger folhas para manter produtividade eboa qualidade da fibra produzida.

Com uma boa execução do manejo preventivo de doenças no algodoeiro, é possível manter as folhas saudáveis. Com isso, a planta acessa todo o fotoassimilado demandado para produzir algodão de qualidade no final do ciclo.

Outro benefício do bom manejo dessas doenças no momento adequado é a redução de inóculo a longo prazo. Isso beneficia as culturas sucessoras, que vão encontrar uma pressão bem menor de fungos saprófitos.

Por outro lado, em caso de ineficácia dos fungicidas, ou atraso nas pulverizações preventivas, o inóculo pode aumentar. Consequentemente, em condições climáticas favoráveis, a multiplicação dessas doenças pode acontecer muito rapido.

Dica Bayer para o manejo preventivo de doenças do algodão
Um bom manejo de doenças do algodão começa com um manejo eficiente de doenças na cultura da soja. Para ajudar o cotonicultor neste trabalho, a Bayer oferece os fungicidas FOX XPRO® e FOX SUPRA®.

FOX SUPRA® é um fungicida é um fungicida sistêmico. O produto foi desenvolvido exclusivamente para a cultura da soja, e pode ser aplicado preventivamente no início da safra para proteger a lavoura da mancha-alvo.

FOX XPRO® é um fungicida mesostêmico e sistêmico que pode ser utilizado preventivamente na cultura do algodão e da soja. No algodão, o produto protege a lavoura das doenças primárias mancha de ramulária e mancha-alvo. Na soja, o produto controla a mancha-alvo.

Com estes produtos, é possível controlar doenças de final de ciclo da soja que podem migrar para o algodão. Na sequência, basta continuar com a estratégia, e realizar o manejo preventivo das doenças primárias.

Para saber ainda mais sobre como o manejo de doenças na soja e no algodão estão diretamente ligados, assista ao Impulso Negócios Ep. 18: