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Como controlar o Caruru

27 de março de 2023

Caruru

O Caruru é uma planta daninha de fácil reprodução, difícil controle, e que está espalhada por várias regiões brasileiras. Com resistência comprovada ao glifosato e a outros herbicidas, o Caruru desafia a cadeia agrícola com danos diretos sobre a produção.

Leia este artigo e conheça estratégias de manejo para evitar perdas causadas pelo Caruru em sua lavoura.


CARACTERÍSTICAS DO CARURU

A planta de Caruru, que é do gênero Amaranthus, encontra-se espalhada em todo o mundo. No Brasil, a espécie Amaranthus hybridus é a mais distribuída.

No livro Manejo de Amaranthus, o professor de Matologia Saul Jorge de Carvalho, aponta que as principais causas de falha no controle do Caruru se devem aos fatores relacionados à sua biologia.

Entre as características da planta de Caruru, que dificultam seu controle, estão:

  • Alta produção de sementes;
  • Rápido desenvolvimento;
  • Longo período de dormência no banco de sementes;
  • Dificuldade na especificação da espécie da planta encontrada na lavoura, especialmente nas fases iniciais de crescimento, quando o controle é mais adotado.

O Caruru também é uma planta que se desenvolve muito bem em regiões de clima quente e seco, com grande eficiência no uso de água, luz e nutrientes. Isso acontece porque a planta realiza fotossíntese pelo ciclo C4. Este fator lhe confere vantagens na matocompetição, frente às plantas de Soja e Algodão (plantas C3), por exemplo.


Resistência de Caruru aos herbicidas

Os primeiros relatos de biótipos de plantas daninhas do gênero Amaranthus resistentes herbicidas datam da década de 1970. Desde esta época, novas regiões e diferentes tipos de resistência a herbicidas foram registrados.

Conheça os casos registrados no Brasil de espécies de Caruru resistentes a herbicidas, de acordo com base de dados da Weed Science:

  • A. hibridus em Soja - 2018
    Resistência múltipla a herbicidas inibidores da enzima ALS: clorimurom-etílico. Resistência múltipla a herbicidas inibidores da enzima EPSPS: glifosato. (Ver dados).
  • A. palmeri em Milho, Algodão e Soja - 2016
    Resistência múltipla a herbicidas inibidores da enzima ALS: imazetapir, clorimurom-etílico e cloransulam-methyl. Resistência múltipla a herbicidas inibidores da enzima EPSPS: glifosato. (Ver dados).
  • A. retroflexus em Algodão e Soja - 2014
    Resistência a herbicidas inibidores da enzima PROTOX: fomesafem. Resistência múltipla a herbicidas da enzima ALS: pyrithiobac-sodium e trifloxysulfuron-sodium. Resistência múltipla a herbicidas inibidores do Fotossistema 2: atrazine e prometryne. (Ver dados).
  • A. viridis em Algodão - 2011
    Resistência múltipla a herbicidas inibidores do Fotossistema 2: atrazine e prometryne. (Ver dados).

Impactos causados pelo Caruru resistente

De acordo com levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2017, os custos com o controle de A. palmeri, dependendo da área, podiam chegar a até R$ 543,00 ha-1.

Num estudo de 2020, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas constataram que uma única planta de A. hybridus resistente ao glifosato e inibidores de ALS pode reduzir, em média, em 6,4% a produtividade de grãos de Soja.


Manejo do Caruru

Para que o controle do Caruru seja realizado de forma efetiva, é necessário adotar as boas práticas agrícolas. O manejo integrado de plantas daninhas, acompanhado de um bom monitoramento, são ações essenciais para evitar perdas causadas por Caruru em qualquer cultura.

A adoção de culturas de cobertura na entressafra também deve fazer parte da estratégia de manejo em lavouras que apresentam histórico de ocorrência de Caruru.

De modo geral, o foco no manejo do Caruru é não deixar que os herbicidas sejam os únicos responsáveis por evitar a multiplicação da planta.

As práticas que ajudam a manejar o Caruru de forma integrada são:

  • Uso de sementes certificadas e nacionais nas diversas culturas, incluindo forrageiras;
  • Limpeza dos maquinários após trabalho em áreas infestadas;
  • Atenção redobrada às áreas com falha de controle, buscando eliminar as plantas sobreviventes;
  • Controle total em área de carreadores, canais de irrigação, áreas não cultivadas e entradas de acesso à propriedade;
  • Rotação de herbicidas e diferentes modos de ação;
  • Uso de herbicidas pós-emergentes;
  • Uso de herbicidas pré-emergentes, como o Adengo;
  • Aplicação dos herbicidas pós-emergentes, em estádos iniciais da planta daninha com no máximo 2 a 4 folhas, utilizando dose recomendada na bula.

Para saber como a Bayer pode te ajudar no manejo do caruru e outras plantas daninhas, resistentes a herbicidas, acesse um Representante Bayer em sua região.