Com práticas de agricultura regenerativa, fazenda no interior de SP registra pegadas de carbono de soja e milho abaixo da média nacional
Membro do programa Bayer ForwardFarming, propriedade da família Vick, em Pirassununga (SP), é modelo de sustentabilidade e resiliência diante de desafios climáticos da região.Foto: Aline e Nathalia Vick. Créditos: JeffreyGroup/Bayer
A adoção de práticas de agricultura regenerativa a longo prazo tem resultado em mais estabilidade produtiva e redução das emissões de gases de efeito estufa na Fazenda Estância, propriedade da família Vick, localizada em Pirassununga, no interior de São Paulo. Durante a safra 2024/2025, a média de emissões da fazenda para a cultura de soja foi 60% menor do que a média brasileira. Já para o milho segunda safra, 46% menor do que a média nacional para a cultura no período (2024). Desde o ano passado, a propriedade faz parte da iniciativa global Bayer ForwardFarming, programa que visa demonstrar a agricultura regenerativa na prática.
A mensuração da pegada de carbono permite uma visão clara das emissões na propriedade. Assim, o produtor pode direcionar ações para minimizar impactos e melhorar a eficiência da produção. Para a cultura da soja, foram avaliados 11 talhões na propriedade, considerando aspectos como mudança do uso de terra, plantio, manejos, colheita, secagem e transporte. A análise concluiu que a pegada de carbono da Fazenda Estância na safra 24/25, em média, atingiu 616,4 kg CO2 eq./t, 60% menor do que a média nacional, 1526 kg CO2 eq./t. Um talhão medido, em específico, chegou a 373 kg CO2 eq./t, 76% menor do que a média brasileira.
Fundada por José Vick, a Fazenda Estância passou por um processo de sucessão familiar em 2018, e hoje suas filhas Nathalia Vick, administradora e gestora de agronegócios, e Aline Vick, economista, estão à frente da propriedade. Com 1.100 hectares dedicados às culturas de soja, milho, sorgo, mandioca e cana-de-açúcar, as análises para as duas culturas foram conduzidas entre fevereiro de 2024 e março de 2025. O cálculo foi feito por meio da Footprint PRO Carbono, ferramenta desenvolvida pela Bayer em parceria com a Embrapa, baseada em uma metodologia com reconhecimento internacional, a avaliação do ciclo de vida (ACV), que calcula a pegada de carbono de produtos agrícolas em sistema de produção, incluindo as culturas de soja, milho e algodão. Capaz de efetuar cálculos por talhão, um diferencial em relação outras ferramentas no mercado, a calculadora permite um diagnóstico preciso e o reconhecimento de propriedades e produtores eficientes do ponto de vista de emissão de gases de efeito estufa.
“É importante ressaltar que cada talhão possui um perfil de solo e histórico de manejo diferente, o que influencia a pegada. Ainda assim, o talhão com maior pegada registrada ainda representa um montante 22% menor do que a média nacional”, explica Felipe Albuquerque, diretor de sustentabilidade da divisão agrícola da Bayer para a América Latina.
Seguindo a mesma metodologia usada para a safra de soja, a análise de pegada para o cultivo de milho segunda safra concluiu que a média da Fazenda Estância é 46% menor (751,71 kg CO2 eq./t) do que a média nacional para a cultura (1387 kg CO2 eq./t).
Para Aline Vick, pequenas mudanças no manejo fazem toda a diferença. "Existem decisões que estão ao alcance dos produtores. No caso da cultura da soja, por exemplo, substituímos a aplicação de ureia pelo nitrato, que emite consideravelmente menos gases de efeito estufa. Além disso, implementamos tecnologias de precisão que minimizam as manobras de maquinário, resultando em economia de combustível e, consequentemente, na redução das emissões de gases. Uma agricultura mais precisa não apenas melhora os resultados obtidos, mas também gera benefícios sustentáveis a longo prazo."
Produtividade e solo mais saudável
A saúde do solo é um dos elementos centrais da agricultura regenerativa, e contribui para produzir a mesma ou maior quantidade de produtos agrícolas a partir de uma extensão territorial menor, com menos recursos e menor pegada climática e ambiental.
Em talhões com menor pegada, por exemplo, o índice de produtividade de soja da fazenda foi maior, chegando a 77 sacas por hectare. Além disso, entre 2020 e 2024, a propriedade manteve uma produtividade estável, em alguns casos até acima da média da região, mesmo durante período de chuvas escassas. Grande parte desse ganho é diretamente relacionado à adoção de práticas de agricultura regenerativa, como rotação de culturas e plantio direto, provando que sustentabilidade e produtividade andam juntas.
“A saúde do solo é a base de todo o nosso trabalho. Por meio da agricultura regenerativa, fortalecemos sua estrutura e promovemos um ecossistema mais equilibrado. Hoje, adotamos essas práticas em toda a propriedade, um trabalho que construímos ao longo dos anos, resultando em solos com maior resiliência ambiental e condições ideais para uma produção sustentável ao longo do tempo. A sustentabilidade virou a nossa marca”, destaca Aline.
A propriedade faz parte do programa PRO Carbono desde 2021, que por meio de um portfólio completo de soluções e ferramentas tecnológicas, apoia agricultores para potencializar a produtividade e a longevidade das lavouras junto com sequestro de carbono no solo e redução das emissões, com o objetivo de tornar as práticas de agricultura regenerativa uma realidade na américa latina. Desde então, novas técnicas foram implementadas e ampliadas para avançar na regeneração do solo, como a intensificação da rotação de raízes. Hoje, mais de 80% das áreas de produção de grãos já receberam plantas de cobertura em substituição ao milho ou ao sorgo de segunda safra em algum momento durante esse período.
Uma análise comparativa simples de um talhão, feita entre 2021 e 2024, concluiu que, após três anos de práticas de agricultura regenerativa, o solo analisado apresentou um aumento no teor de fósforo, um dos principais nutrientes a ser considerado em uma agricultura tropical, por ser pouco presente no solo brasileiro. O cálcio também esteve presente em maior quantidade, e esses resultados indicam melhoria gradual e sustentável da fertilidade e do perfil químico do solo, além de potencial redução no uso de calcário, o que contribui para um menor impacto ambiental no futuro.
“O solo da fazenda é arenoso, uma característica da região, o que torna necessário um conjunto de ações para melhorar sua saúde. O plantio direto e a rotação de culturas na fazenda favorecem a sua nutrição para fixar de forma mais eficiente nutrientes como nitrogênio e evitar a compactação, a erosão, a lixiviação pela água para protegê-lo das altas temperaturas”, comenta o diretor de sustentabilidade da divisão agrícola da Bayer para a América Latina.
Bayer ForwardFarming
Com o programa Bayer ForwardFarming, a Bayer espera engajar diversas frentes, como produtores, iniciativa privada, pesquisadores, sociedade civil, órgãos e agências governamentais para demonstrar os resultados concretos que a agricultura regenerativa proporciona. “Ao criar uma rede de produtores parceiros, nosso objetivo é inspirar cada vez mais outros agricultores a aderir a uma jornada sustentável, reforçando nossa visão de futuro da agricultura: ‘Produzir mais, restaurar a natureza e escalar a agricultura regenerativa’. A fazenda Estância já demonstra que é possível alcançar uma estabilidade produtiva saudável para gerar menos impacto e emitir menos gases de efeito estufa”, conclui Felipe Albuquerque.
Atualmente, o Bayer ForwardFarming conta com 22 fazendas espalhadas em 14 países, sete delas na América Latina, com produtores dispostos a compartilhar suas experiências e resultados com a cadeia.
Sobre a Bayer
AGuiada por sua missão "saúde para todos, fome para ninguém", a Bayer é uma empresa global que atua para desenvolver soluções inovadoras que respondam a alguns dos maiores desafios da humanidade nas áreas de saúde e agricultura. Fundada na Alemanha em 1863 e presente em mais de 80 países, está no Brasil há quase 130 anos — seu segundo maior mercado no mundo — com negócios nos segmentos de Agricultura, Farmacêutico e Saúde do Consumidor. É comprometida com a inovação, a diversidade e a sustentabilidade, investindo continuamente em pesquisa e desenvolvimento para promover avanços que unam produtividade, preservação ambiental e acesso à saúde de qualidade.
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