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Nabo

Quais os dados causados pelo Nabo?

A competição com o nabo pode comprometer a produtividade da cultura de interesse, problema enfrentado principalmente em cereais de inverno. As estimativas dos danos causados irão depender da cultura e do período de convivência com o nabo. As plantas daninhas de uma maneira geral competem principalmente por água, luz, nutrientes no solo e espaço. Além disto, o nabo pode ser alelopático a algumas plantas, pois libera substâncias que prejudicam a germinação e desenvolvimento. Entretanto, por ter esse efeito de alelopatia, o nabo também é usado na supressão em algumas plantas daninhas, se bem manejado. Em trigo, a competição de nabo associado a azevém, durante 35 dias pode reduzir até 26%, chegando até 62% de redução da produtividade por todo o ciclo da cultura (AGOSTINETTO et al., 2008).

Também é caracterizado por ser uma ponte verde de algumas doenças, como o mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum), o nematoide-das-galhas (Meloidogyne javanica), o nematoide-das-lesões (Pratylenchus zeae), Xanthomonas campestris, Alternaria brassicae, além de alguns insetos como as espécies de Tripes Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei. Desta forma, quando o nabo for escolhido como cobertura vegetal deve-se tomar cuidado com os patógenos presentes na área, pois a presença do nabo pode aumentar a incidência dos mesmos.

Desenvolvimento e condições do ambiente

O nabo é uma espécie de ciclo anual, se propaga via sementes, cada planta produz em média de 100 a 300 sementes. Devido ao peso das sementes ser elevado, o nabo tem baixa capacidade dispersiva, se comparado com outras plantas, como por exemplo a buva, fator de suma importância para o controle. As sementes possuem dormência, que aliada ao elevado poder germinativo, possibilita a formação de um banco de sementes, o que pode dificultar ainda mais o controle. O nabo ocorre em maior intensidade no inverno, pois é adaptado a temperaturas amenas. Entretanto, a diversidade genética da espécie faz com que esta planta tenha elevada adaptabilidade a diferentes locais e condições.


Desafios ao manejo

A forma de controle mais utilizada no manejo de plantas daninhas é com o uso de produtos químicos, considerada uma ferramenta eficiente e rápida, quando são seguidas as recomendações do fabricante, descritas na bula. Entretanto, o uso intensivo de herbicidas com mesmo mecanismo de ação faz com que aconteça pressão de seleção, e, a partir disto, biótipos resistentes são selecionados. Este problema está relacionado a muitas plantas daninhas, devido à dependência a um número reduzido de produtos.

O nabo é resistente a herbicidas inibidores de acetolactato sintase (ALS), que é amplamente usado no controle desta espécie. Desta forma, para evitar o surgimento de biótipos resistentes na área de cultivo, os herbicidas com diferentes modos de ação devem ser rotacionados, como por exemplo herbicidas do grupo químico da triazinona, inibidores do fotossistema II, do grupo oxadiazoles, inibidores da protoporfirinogênio oxidase (PPO), entre outros. Esta rotação de herbicidas é de suma importância, pois diminui a chances da seleção de biótipos resistentes.


Referências

WAGOSTINETTO, D.; RIGOLI, R. P.; SCHAEDLER, C. E.; TIRONI, S. P.; SANTOS, L. S. Período crítico de competição de plantas daninhas com trigo. Planta Daninha, v.26,n.2,p.271-278,2008.

ARWICK, S. I.; FRANCIS, A. The biology of Canadian weeds. 132. Raphanus raphanistrum. Canadian Journal of Plant Science, Ottawa, v. 85, p. 709-733, 2005.