Blog do Agro

Herbicida: uso eficiente na cana-de-açúcar

Descubra as melhores práticas para garantir um controle eficaz das plantas daninhas no canavial, utilizando herbicidas de forma estratégica e segura.
29 de janeiro de 2025 /// 11 minutos de leitura

As plantas daninhas estão entre os maiores desafios da produção de cana-de-açúcar, podendo causar perdas de até 85% na produtividade final. Por isso, realizar um manejo eficiente dessas invasoras é fundamental para maximizar os resultados no campo.

Nesse contexto, o controle químico com o uso de herbicidas é amplamente adotado no manejo de plantas daninhas devido seu baixo custo, alta eficiência e praticidade operacional. Essa abordagem permite o controle rápido e preciso de grandes áreas, o que a torna uma das mais utilizadas na produção agrícola.

“No caso da cana-planta, a aplicação deve ser feita imediatamente após o plantio, permitindo que o herbicida seja ativado e controle a planta daninha já na germinação. Na cana-soca, o ideal é aplicar logo após o corte, sobre a palhada. O herbicida é aplicado antes da emergência da planta daninha, assim, no momento em que ocorre a chuva, o herbicida transpõe a palha, chega no solo, é ativado e controla a planta daninha no momento da emergência”, explica Pedro Christofolleti, engenheiro agrônomo e pesquisador.


As melhores estratégias de manejo com herbicidas


Para realizar um manejo eficiente com herbicidas na cana-de-açúcar, é importante considerar alguns fatores.

O primeiro passo é a identificação das espécies de plantas daninhas predominantes na área. Por isso, recomenda-se realizar anualmente um levantamento detalhado das espécies dominantes. Esse diagnóstico permitirá a escolha precisa dos herbicidas, direcionando o manejo químico de forma estratégica para controlar as plantas invasoras e assegurar a sustentabilidade produtiva da lavoura.

O segundo fator envolve a avaliação das condições ambientais para definir o momento ideal das aplicações. Nesse ponto, é essencial analisar o histórico e a previsão climática, considerando chuvas e temperaturas previstas para os três meses posteriores à aplicação de herbicidas. Essa análise ajuda a identificar possíveis restrições hídricas ou condições favoráveis para o controle eficaz das plantas daninhas.

Com essas informações em mãos, o profissional deverá selecionar os herbicidas com características físico-químicas mais adequadas às condições climáticas e ao perfil da área. Além disso, entre os produtos selecionados, será necessário ajustar a escolha final considerando o estágio das plantas daninhas e da cultura, classificando-os conforme sua aplicação em pré-emergência, pós-emergência inicial ou pós-emergência tardia.

“Normalmente, a estratégia inicial mais indicada na cana-de-açúcar é a aplicação em pré-emergência, utilizando herbicidas de longo residual e alta seletividade. O objetivo é reduzir o número de intervenções, diminuindo custos, necessidade de máquinas e mão de obra”, destaca Christofolleti.


Escolhendo o herbicida para cana-de-açúcar


O terceiro fator essencial para o manejo eficiente na cana-de-açúcar é a escolha estratégica do herbicida, baseada no diagnóstico inicial da área. Essa seleção deve considerar as características específicas das plantas daninhas identificadas.

Para tornar essa escolha mais assertiva, recomenda-se a elaboração de uma lista detalhada com o nome comercial e técnico das moléculas selecionadas, acompanhada de informações técnicas essenciais, como:

  • Solubilidade em água: indica a facilidade de dissolução do herbicida em ambientes úmidos;
  • Coeficiente de partição octanol/água: reflete o potencial de bioacumulação em organismos vivos;
  • Capacidade de translocação: mostra como o herbicida se movimenta dentro da planta;
  • Coeficiente de sorção padronizado para carbono orgânico: representa a interação do herbicida com o solo;
  • Constante de ionização: ajuda a prever o comportamento do herbicida em diferentes níveis de pH, tanto no solo quanto na calda de pulverização.

Um aliado eficaz é o Alion®, que oferece amplo espectro de controle contra diversas plantas daninhas.

Trata-se de um herbicida, com excelente eficiência no manejo e efeito residual de até 165 dias. Essa característica reduz a necessidade de reaplicação, mantendo o canavial limpo por mais tempo e favorecendo o desenvolvimento inicial da cana.

Além de contribuir para um manejo mais sustentável, o uso de herbicidas como o Alion® diminui a carga química aplicada ao solo, reduz custos com insumos e operações no campo e promove maior eficiência na produção de cana-de-açúcar.


De olho na dose de aplicação de herbicida!


Por fim, o quarto e último fator a ser considerado é a dose correta de aplicação do herbicida. A textura do solo influencia diretamente a sorção, a lixiviação e a disponibilidade do herbicida.

Em solos arenosos, recomendam-se doses menores devido à baixa retenção de água e nutrientes. Já em solos argilosos, que apresentam maior teor de matéria orgânica e maior capacidade de absorção, são necessárias doses mais altas para garantir a eficácia do produto.

Seguindo corretamente todas essas orientações, é possível evitar os temidos problemas de fitotoxicidade, que geralmente ocorrem por erros na dose aplicada, na forma de uso do herbicida ou em função de condições ambientais desfavoráveis.

Ao final, o produtor conseguirá selecionar as moléculas herbicidas mais adequadas para cada situação, garantindo seletividade à cultura, maior eficácia no controle das plantas daninhas e melhor proteção ambiental.

exclusivo para usuários logadosArtigos com seus temas de interesseRealize seu login para escolher os temas de seu maior interesse. Você poderá acessá-los a qualquer momento, sem perder de vista nenhum conteúdo de relevância pra você.