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Cigarrinha do milho: é hora de ficar atento a essa ameaça!

Fique por dentro das novidades para manejo dessa praga e conheça a iniciativa de monitoramento que já está presente em 460 cidades do país. Veja ainda: produção do etanol de milho cresce 35% no Brasil e outras notícias do agro12 de julho de 2022 /// 3 minutos de leitura

A cigarrinha é uma praga que tem dado dor de cabeça para os produtores de milho, causando enormes prejuízos nas lavouras. Esse inseto é vetor de três doenças muito relevantes na cultura: o enfezamento vermelho, o enfezamento pálido e a virose do raiado fino do milho. Segundo a Embrapa, essas doenças podem causar reduções de produtividade em até 70% no cultivo do cereal e é por isso que o produtor precisa ficar alerta.

Pensando nisso, a Bayer criou o Esquadrão de Combate à Cigarrinha do Milho, uma iniciativa que tem como objetivo intensificar a prevenção por meio do monitoramento e da capacitação dos produtores para controle da praga. O projeto já se tornou referência nacional e está presente nas principais regiões produtoras de milho no país.

Na safra atual, até o início desta semana, já haviam sido espalhadas 4.181 armadilhas de monitoramento em 459 cidades de 10 estados brasileiros. Outro dado que chama atenção é que a média de presença da cigarrinha nas armadilhas instaladas está em 85%, o que possibilita a rápida identificação e controle antes que a praga se dissemine.

Marcella Camargo de Souza, representante técnica de vendas Crop , na Bayer, e Priscila Marques Paiva, representante de vendas na Sementes Agroceres, ambas de Água Fria, Goiás, contam que o projeto começou a partir de conversas com os agricultores, que tentavam contornar o problema. Para oferecer uma solução rápida e eficiente, elas reuniram consultorias especializadas, tipos de monitoramento e tecnologias de aplicação.

Paulo Roberto Garollo, agrônomo especialista em desenvolvimento de mercado da cultura do milho, na Bayer, conta que a incidência da cigarrinha na safra verão começou com uma população relativamente alta na região de Rio Verde, GO. Porém, logo diminuiu e só voltou a subir novamente em outubro e novembro, meses em que naturalmente se espera o aumento populacional dessa praga.

Para o manejo e controle da cigarrinha, Garollo recomenda um conjunto de boas práticas agrícolas. Segundo ele, os métodos de controle começam com a eliminação do milho tiguera, planta daninha que pode levar a perdas de produtividade. O segundo passo é o tratamento de sementes com inseticidas específicos para insetos sugadores e com registro no Ministério da Agricultura, com a cigarrinha como praga-alvo, assim como o controle químico e biológico. "Outro ponto é trabalhar com híbridos com maior nível de tolerância na época de maior ocorrência da praga. Também é possível continuar trabalhando com híbridos menos tolerantes, desde que nas épocas com menor risco de ocorrência e fazendo todo o manejo necessário", explica.

Para ele, a prevenção por meio de iniciativas como o Esquadrão Cigarrinha continua sendo uma das melhores formas de conter a evolução da cigarrinha e, por consequência, da doença.

Cresce a produção de etanol de milho

Na última semana, foram divulgados os dados finais da safra 2021/22 para o setor sucroenergético, mostrando que a produção do etanol de milho no Brasil totalizou 3,5 bilhões de litros, segundo a União da Indústria da Cana de Açúcar. Isso representa um crescimento de quase 35% em comparação com o ciclo passado. A alta também demonstra o quanto o setor tem crescido no país nos últimos anos, com novos investimentos e unidades produtoras. Até 2030, a estimativa é de que sejam produzidos 9,7 bilhões de litros do biocombustível a partir do milho.

Na análise do professor Marcos Fava Neves, esse cenário amplia a oportunidade para produção energia e redução da necessidade de importação de gasolina e de petróleo, além de proporcionar geração de empregos com a agroindustrialização. "O etanol de milho, cada vez mais, contribui para um jogo de soma com o etanol de cana. Dessa forma, o Brasil pode atingir as suas ousadas metas na questão dos combustíveis renováveis", comenta.

Top 3 de notícias do agro

As exportações do agro brasileiro somaram 14,5 bilhões de dólares em março, alta de 29,4% em comparação com março de 2021. No total, o setor foi responsável por metade de toda a receita com embarques brasileiros no mês, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Na bolsa de Chicago, os preços do milho atingiram o maior nível desde setembro de 2012, com cotações superando os 8 dólares por bushel. O comportamento é resultado da oferta apertada do cereal neste ciclo.

Já as vendas externas de soja devem somar 12 milhões de toneladas em abril, 8% a mais do que o esperado pelo mercado há uma semana, mas 23,3% menor do que as exportações do mesmo mês de 2021, de acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais.

Agenda da semana

Na próxima semana, entre os dias 25 e 29 de abril, acontece a Agrishow 2022, Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, em Ribeirão Preto, SP. O evento, que é o maior da América Latina no segmento e um dos maiores do mundo, reúne os principais lançamentos de tecnologias e inovações em máquinas, implementos e soluções para o agro. A feira pode ser visitada diariamente, das 8h às 18h (horário de Brasília). Para adquirir o ingresso e conferir outras informações, é só acessar o site oficial. O time da Bayer estará por lá para receber os produtores no estande da Climate FieldView™.

E os eventos do agro pelo país na semana que vem estão a todo vapor! Entre os dias 26 e 29, ocorre o Encontro Técnico da Soja, em Cuiabá, MT. O evento vai avaliar a última safra e planejar o próximo ciclo. No dia 27 também acontece o Seminário Técnico do Trigo, em Passo Fundo, RS, para discutir temas pertinentes a essa cadeia, como perspectivas para o cereal, tecnologias e manejo. No dia 29, é a vez do 8° Fórum Norte Gaúcho do Trigo e do 9° Fórum Norte Gaúcho do Milho, no Centro Comunitário Centenário, em Getúlio Vargas, RS. Para encerrar os eventos de abril, a cidade de Santa Rosa recebe a Fenasoja, maior feira multissetorial do Rio Grande do Sul, a partir do dia 28 de abril até 8 de maio.

Ainda para a próxima semana, o Doutor Agro recomenda acompanhar a questão portuária na China e como isso vai impactar o transporte mundial; o plantio nos Estados Unidos, já que o clima frio tem atrasado a safra; a influência da chuva no milho segunda safra no Brasil; o etanol; e, por fim, a chegada de fertilizantes ao Brasil.

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