Blog do Agro

As melhores práticas no uso e manejo de defensivos agrícolas

O produtor deve estar atento na hora de aplicar defensivos em sua lavoura para garan-tir eficiência e segurança. Confira o artigo completo no Blog do Agro.17 de julho de 2022 /// 7 minutos de leitura

Você sabe quais são as melhores práticas no uso e manejo dos defensivos agríco-las?

No Impulso Negócios desta semana, vamos mostrar as cinco principais dicas que você deve estar atento na hora de aplicar defensivos na sua lavoura.

Os EPIs, equipamentos de proteção individual, são obrigatórios para to-dos que trabalham e têm contato com os defensivos, destaca Adriana Ricci, gerente Bayer que faz a gestão responsável e ética de todos os produtos de proteção de cultivos. Ela explica que o não uso dos equipamentos é algo muito sério porque coloca o aplicador em expo-sição ao produto. "O EPI é necessário para mitigar o risco de exposição ao agente químico, produto que foi aprovado pela Anvisa para ser utilizado, e é seguro com os usos dos EPIs recomendados na bula do produto. O não uso do EPI pode causar sérios danos à sua saúde", afirma.

Além disso, o mau uso dos EPIs pode acarretar multas, interdição, processos judici-ais e até demissão por justa causa.

Os principais equipamentos de proteção individual utilizados no campo são:

1. Touca árabe
2. Óculos
3. Avental
4. Botas
5. Macacão
6. Máscara
7. Luvas

É recomendável consultar a bula de cada produto para ver as indicações específicas e saber quais são os EPIs mais adequados.

Vale lembrar, ainda, que no agronegócio é necessário um treinamento correto para o manuseio de cada defensivo. Por isso é sempre importante estar de olho também na classificação toxicológica do produto.

Marcos Martins, engenheiro agrônomo do Grupo Iberá reforça que os EPIs são res-ponsáveis por garantir a manutenção da vida, além de evitar acidentes que eventualmente pos-sam ocorrer no campo.

2. Fique atento à dosagem e ao preparo da calda de pulverização

O cálculo da dose correta de defensivo é essencial para evitar danos à lavoura e prejuízos econômicos. Utilizar doses fora das faixas indicadas em bulas pode ampliar os casos de resistência de pragas e doenças, além de aumentar a tole-rância de plantas daninhas.

Dessa forma, o produto perde seu poder de controle ao longo do tempo. Por isso, siga sempre as recomendações da bula levando em consideração a cultura e as condições específicas para o tratamento.

Para proporcionar segurança na hora de realizar a pulverização, o programa Impulso Bayer conta com a Aplitech, um serviço de manejo inteligente de defensivos, com solu-ções como a determinação do uso correto de EPIs; descarte e destinação de emba-lagens; escolha das pontas de pulverização; cálculos de eficiência operacional; e a qualidade e o uso racional de defensivos.

3. Transporte, armazenamento e manuseio de defensivos

Pensando em logística, é sempre importante verificar as legislações estaduais e municipais para o transporte de produtos perigosos. Dependendo da classificação do produto, pode ser necessá-rio que o motorista apresente uma certificação de acordo com as normas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Vale lembrar também que o transporte deve ser feito sem-pre com a nota fiscal e documentos de segurança dos produtos.

Para o armazenamento, existem normas que devem ser seguidas: os defensivos devem ser armazenados em locais exclusivos para essa finalidade e os armazéns devem ter boa iluminação, ventilação, piso impermeável e nunca estarem perto de cursos de água.

Além disso, os produtos devem ser armazenados de forma organizada, com o rótulo visível e nunca fora de suas embalagens originais. Atente-se para sempre ter um kit de emergência para conter vazamentos caso ocorra algum imprevisto.

Para o manuseio, além do uso de EPIs, é importante que todos os trabalhadores tenham um treinamento para utilizar o produto, e deve sempre haver um telefone de fácil aces-so para contatos emergenciais.

É nessa etapa de manuseio que você precisa ficar ligado se está trabalhando com algum defensivo falsificado. Para não cair nessa armadilha, siga as seguintes recomenda-ções:

  • Verifique se o lacre não está aberto ou alterado;
  • Veja se a etiqueta está bem colada na embalagem e em português;
  • Verifique as datas de fabricação e validade do produto;
  • Rejeite produtos não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa);
  • Verifique na etiqueta o nome do fabricante e os dados do órgão que registrou o produto;
  • Compre somente em canais de confiança ou diretamente com o fabricante;
  • Suspeite de produtos com valor muito abaixo da média do mercado;
  • Sempre peça Nota Fiscal e Receituário Agronômico;
  • Por fim, denuncie qualquer ilegalidade às autoridades brasileiras através do Disque De-núncia, no número 0800 940 7030.

4. A importância de identificar pragas e doenças presentes em suas lavouras

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), as princi-pais pragas que atacam as lavouras de soja, milho e algodão no Brasil podem causar perdas médias de produtividade entre 9,5% e 40% se não forem devidamente controladas. Diante disso, a importância de identificar as pragas e doenças na lavoura pode ser resumida em: redução de custos de aplicação; precisão na hora de escolher o produto; redução da quantidade de produto aplicado pela identificação do nível de controle; redução de perdas e danos à lavoura. Ou seja, é muito importante que haja um acompanhamen-to técnico da lavoura desde o plantio até a colheita. E lembre-se: na hora de escolher o seu produto, escolha com base em qualidade e garantia.

Depois que você identificou a praga e sabe qual produto vai utilizar, é interessante utilizar tecnologias como o FieldView™ para otimizar a sua operação. Essa tecnolo-gia pode gerar mapas de calor e imagens sobre os talhões, inclusive encaminhar ao produtor notificações automáticas periodicamente, evidenciados talhões com maior variabilidade de de-senvolvimento e que precisam ser monitorados de forma prioritária.

No local de infestação é possível fazer marcações georreferenciadas, além de registrar anota-ções e armazenar fotos captadas in loco. João Arruda, Representante Técnico de Vendas Ba-yer e Especialista em Climate FieldView™ explica que a ferramenta permite ao agricultor avali-ar a qualidade da aplicação em condições agronômicas e de clima, fazendo gestão da aplica-ção e otimização do recurso.

O agricultor pode acompanhar a velocidade da pulverização, verificar quanto falta de área para completar o talhão, se a aplicação está estável, se não tem variação por bico ou por sessão, e ainda se está na vazão adequada. "Às vezes, o agricultor investe muito, coloca um produto de alta qualidade e até faz um monitoramento muito bom da praga, mas perde muito na qualidade dessa aplicação", acrescenta.

5. Os cuidados que devem ser tomados após a aplicação

Nessa etapa é fundamental sinalizar a área tratada com os dizeres "Proibida a Entrada", até o final do período de reentrada, evitando o máximo de contato com a área. Observe atentamente os intervalos de segurança para reentrada na área, de acordo com as recomendações da bula do produto.

Imediatamente após a aplicação, lave as roupas, EPIs e tome banho. Não reutilize a embalagem vazia e faça o descarte em local apropriado. Lave e faça a manutenção dos equi-pamentos de aplicação.

Essas são algumas recomendações muito importantes que devem ser seguidas após a utiliza-ção do EPI.

Além disso, de acordo com Adriana Ricci, existe uma sequência lógica para retirada do EPI a fim de que o aplicador não se contamine. A ordem indicada é:

  • Lavar as mãos com as luvas;
  • Tira o boné árabe;
  • Tirar a viseira;
  • Tirar o avental;
  • Tirar o jaleco;
  • Tirar as botas;
  • Tirar as calças;
  • As luvas;
  • E, por último, os respiradores.

Depois disso, o aplicador deve tomar um banho com água e sabão em abundância. Também é importante lavar todos os EPIs separadamente, se misturá-los com as roupas da família.

"Lembrando que a hidro repelência do macacão, da calça ou do jaleco é reativada se você pas-sar a ferro, e ela é super importante para garantir sua segurança", finaliza Adriana.

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