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Conheça estratégias para comercializar sua safra nos mercados internacionais

Os principais fatores que influenciam na formação de preço das commodities agrícolas e as perspectivas para a safra 2021/2217 de julho de 2022 /// 5 minutos de leitura

A forte expansão da produção, produtividade e renda proporcionada pelas cadeias agroindustriais impulsionam o agronegócio brasileiro como setor de grande inserção nos mercados internacionais. A tendência é que esse mercado cresça cada vez mais, com intensificação dos fluxos de comércio além das fronteiras. Bons motivos para o produtor ficar de olho na hora de comercializar a produção.

Em 2021, as exportações do agronegócio atingiram 120 bilhões de dólares, uma alta de 19,7% em relação a 2020, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Além disso, a balança comercial do agronegócio fechou 2021 com um superávit de 105 bilhões de dólares, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O valor é 19,8% maior que em 2020. Esse contexto coloca o agro em um papel singular no equilíbrio das contas externas brasileiras, desempenho impulsionado principalmente pela recuperação dos preços internacionais dos principais produtos exportados pelo país.

"Estamos numa agricultura globalizada, então temos que entender os componentes da formação de preços, como os contratos por desembolso no exterior, os prêmios dos portos de origem e de destino, a taxa de câmbio, além da questão climática, principal fator de garantia da oferta da agricultura", explica Marcos Araújo, sócio-diretor da Agrinvest Commodities.

É fundamental acompanhar os fatores que impactam o mercado para definir suas estratégias de comercialização. A oferta de importantes países produtores é um desses fatores, pois se há grande quantidade disponível no mercado, o valor agregado do produto diminui. O cenário geopolítico global também pode alterar as dinâmicas de produção e escoamento, incentivando alternativas de abertura a novos mercados. O progresso das exportações brasileiras é outro ponto a ser considerado e ilustra a demanda pelos nossos produtos no exterior. Fique de olho, ainda, nos rendimentos da colheita em função do clima, uma vez que o bom desempenho da safra depende disso, além dos preços e custos de produção que vão refletir as margens de lucro do produtor.

Todos esses fatores vão influenciar a formação de preços e são imprescindíveis para aproveitar momentos de oportunidade e minimizar os riscos.

Inteligência de mercado com foco no agro

A consultoria em comercialização de grãos da Agrinvest, oferecida pelo programa Impulso Bayer, é um serviço de inteligência de mercado especializado no agro, que facilita as estratégias de comercialização agrícola de acordo com a realidade de cada produtor.

"As principais commodities agrícolas do Brasil têm formação de preço em bolsas do exterior, a exemplo da soja, na bolsa de Chicago, além do algodão e do café, na bolsa de Nova York. Oferecemos aos clientes acesso direto a essas bolsas para que façam suas operações de hedge, isto é, proteção de preço por meio de contratos futuros ou opções Put (venda) ou Call (compra)", conta Araújo.

Perspectivas para a safra 2021/22

Olhando para a safra de grãos no Brasil, segundo a Conab, a temporada 2021/22 deve ficar em 265 milhões de toneladas, volume ligeiramente menor ao estimado no relatório anterior devido aos impactos do clima no campo. Já no âmbito internacional, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) calculou a produção de milho em 1,206 milhão de toneladas, um aumento de 7,3% em relação à produção de 2020/21.

Apesar do maior volume global nesta safra, os estoques ficaram com 1,3 milhão de toneladas a menos em março, comparados ao volume do mês anterior. Para a soja, a produção ficou em 353 milhões de toneladas, com queda de 2,8% em relação ao mês de fevereiro, resultando em uma produção global 3,4% menor do que na safra 2020/21. Como consequência das baixas nos volumes de oferta em alguns países produtores, os estoques da leguminosa devem ficar em torno de 89,9 milhões de toneladas, ou seja, 11,9 milhões de toneladas a menos em comparação com a safra passada.

Esses estoques em menores níveis históricos, com a demanda aquecida e a escassez de oferta, desenham ao produtor um cenário bastante favorável à exportação, uma vez que o contexto atual vem potencializando a valorização das commodities. Os números são reflexos das dificuldades climáticas e do cenário geopolítico, que impactam diretamente a produção e a comercialização de tais produtos.

O relatório Knowledge Exchange, do CoBank, estimou que os fluxos globais de grãos podem ser afetados por, pelo menos, dois anos agrícolas. Essa dinâmica, somada à dificuldade de escoamento em importantes países produtores, criou um déficit nas importações de grãos, que deve ser preenchido para atender à demanda global.

Estimativas de longo prazo do USDA destacam que o Brasil deve continuar sendo protagonista no comércio internacional de produtos agrícolas. Os preços devem permanecer firmes, porém, vão seguir uma tendência de acomodação ao longo dos anos, saindo dos elevados patamares atuais.

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