Blog do Agro

Florada do café: momento decisivo para a safra

Especialistas indicam as principais estratégias de manejo durante a florada, fase determinante para a produtividade do cafezal
06 de junho de 2025 /// 13 minutos de leitura

A florada do cafeeiro, momento em que a planta rompe o período vegetativo e inicia a fase reprodutiva, é considerada um divisor de águas na lavoura. Segundo especialistas da Bayer, o sucesso dessa etapa é determinante para a produtividade e qualidade do café que é colhido meses depois. Por isso, o manejo correto e o acompanhamento climático são ações estratégicas para os cafeicultores.

“O período da florada do café é essencial porque dele depende a quantidade de frutos que será produzida”, explica Marcello Vilela, Gerente de Marketing da Cultura do Café na Bayer. “É nesse momento que a planta, após passar por uma fase de estresse intenso, como colheita, seca e baixas temperaturas, reage com o início das chuvas da primavera e emite as flores. Cada flor que se fixa pode se transformar em um fruto. Por isso, garantir o pegamento da florada é crucial”, completa.

Os fatores climáticos são decisivos para o sucesso da lavoura e a safra atual é um exemplo dos desafios que o clima pode impor. “Sofremos com uma primavera de pouca chuva, o que atrasou a florada do café. Isso levou a uma perda média de 15% a 20% na produtividade no Brasil, chegando a até 50% em áreas não irrigadas", relata Vilela.

Por isso, Alex Kuranish, Gerente de Desenvolvimento de Mercado de Café na Bayer, aponta que o clima pode ser um aliado ou um inimigo do produtor. “Se tivermos chuva no momento certo e temperaturas amenas (entre 18 e 23 graus), a florada será uniforme, o que se reflete em maior produtividade e qualidade. Por outro lado, uma primavera quente e seca pode provocar floradas irregulares, prejudicando o rendimento e o sabor da bebida.”

Preparação deve começar na safra anterior

Além das questões climáticas, o momento da florada do café também expõe a planta a maior vulnerabilidade. “O cafeeiro sai de um período de estresse e entra em um ambiente úmido, quente, propício para o desenvolvimento de doenças. O desfolhamento causado pela colheita e possíveis danos mecânicos abrem portas para fungos e bactérias", explica Kuranish.

Para minimizar esses riscos, o manejo adequado começa muito antes da florada.

Vilela diz que é essencial garantir uma planta vigorosa desde o ciclo anterior, com adubação equilibrada, controle de pragas, doenças, plantas daninhas e uma boa nutrição, principalmente com cálcio e boro, micronutrientes fundamentais para o desenvolvimento das flores. “Quanto mais folhas a planta tiver após a colheita, melhor será sua capacidade de realizar fotossíntese e acumular energia”, comenta.

A irrigação também se destaca como um diferencial em regiões de chuvas irregulares. “Onde há irrigação, observamos floradas mais uniformes e produtividades superiores”, comenta Kuranish.

Ele destaca ainda a importância do controle preventivo de doenças como ferrugem, cercosporiose, Mancha de phoma e mancha aureolada, que compõem o complexo de doenças da florada do café.

Tecnologias avançadas para um manejo químico eficaz

Entre as tecnologias recomendadas para realizar esse controle, o destaque vai para o uso de defensivos adequados, com rotação de ativos, e aplicados em janelas estratégicas. “A aplicação deve ser feita na pré-florada, pois não podemos aplicar diretamente nas flores”, alerta Kuranish. Ele indica o uso de Nativo, que contém triazol e estrobilurina, o que proporciona amplo espectro de controle.

Além disso, Bayfolan fornece aminoácidos e cobre, fortalecendo a planta. Na pós-florada, cerca de 30 dias depois, é indicada a aplicação do Valpura, a nova carboxamida da Bayer para o café, eficaz contra a Mancha de phoma e a ferrugem.

“A carboxamida do Valpura traz um excelente residual. Dependendo das condições do clima, ainda conseguimos espaçar a aplicação de fungicidas como o Sphere Max, o que representa economia sem perder eficiência” complementa Vilela.

Perspectivas positivas para o mercado do café

Quanto ao mercado do café, as perspectivas seguem positivas em relação aos preços. Segundo o professor e especialista em agronegócio Marcos Fava Neves, o Brasil deve produzir 66,4 milhões de sacas na safra 2024/25, com 38% de participação na produção mundial e quase 31% nas exportações. “Com estoques baixos e preços sustentados, o produtor deve aproveitar o momento para se capitalizar e reduzir endividamentos", orienta.

“O cafezal responde bem ao investimento, e a Bayer oferece amplas soluções para as demandas do manejo do café, com foco em sustentabilidade e rotação de ativos”, reforça Vilela.

Kuranish finaliza com um conselho aos cafeicultores: “Planejamento é a chave. Um bom plano, que contemple desde a escolha dos produtos até o momento ideal de aplicação, é essencial para garantir uma florada vigorosa e, consequentemente, uma safra de sucesso.”

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