Florada do café: momento decisivo para a safra
Especialistas destacam as principais estratégias de manejo nesse período, fase determinante para assegurar maior produtividade do cafezal durante a safra do café.A florada do cafeeiro, momento em que a planta rompe o período vegetativo e inicia a fase reprodutiva, é considerada um divisor de águas para a lavoura. Segundo especialistas da Bayer, o sucesso dessa etapa é determinante para a produtividade e a qualidade dos grãos colhidos meses depois, influenciando diretamente os resultados da safra do café. Por isso, o manejo correto e o acompanhamento das condições climáticas são estratégias essenciais para os cafeicultores.
“O período da florada do café é essencial porque dele depende a quantidade de frutos que será produzida”, explica Marcello Vilela, Gerente de Marketing da Cultura do Café na Bayer. “É nesse momento que a planta, após passar por uma fase de estresse intenso, causada pela colheita, seca e baixas temperaturas, reage ao início das chuvas da primavera e emite as flores. Cada flor que se fixa pode se transformar em um fruto. Garantir o pegamento da florada é, portanto, fundamental para o sucesso da safra do café”, completa.
Os fatores climáticos são decisivos para o desempenho da lavoura, e a safra atual demonstra os desafios que o clima pode impor. “Sofremos com uma primavera de pouca chuva, o que atrasou a florada do café e resultou em uma perda média de 15% a 20% na produtividade nacional, chegando a até 50% em áreas não irrigadas”, relata Vilela.
Nesse cenário, Alex Kuranish, Gerente de Desenvolvimento de Mercado de Café na Bayer, destaca que o clima pode ser tanto um aliado quanto um inimigo do produtor. “Se tivermos chuvas no momento certo e temperaturas amenas, entre 18 e 23 graus, a florada do café será uniforme, favorecendo a produtividade e a qualidade. Por outro lado, uma primavera quente e seca pode gerar floradas irregulares, comprometendo o rendimento da lavoura e até o sabor da bebida.”
Preparação deve começar na safra anterior
Além das condições climáticas, o período da florada do café é também um momento de maior vulnerabilidade para o cafeeiro. “A planta sai de um período de estresse e entra em um ambiente úmido e quente, propício ao desenvolvimento de doenças. O desfolhamento causado pela colheita e os possíveis danos mecânicos abrem portas para fungos e bactérias”, explica Alex Kuranish.
Para minimizar esses riscos, o manejo adequado deve começar muito antes da florada do café.
Segundo Marcello Vilela, é essencial garantir plantas vigorosas desde o ciclo anterior, com adubação equilibrada, controle de pragas, doenças e plantas daninhas, além de uma nutrição adequada, especialmente com cálcio e boro, micronutrientes fundamentais para o desenvolvimento das flores. “Quanto mais folhas o cafeeiro tiver após a colheita, maior será sua capacidade de realizar fotossíntese e acumular energia”, comenta.
A irrigação também se mostra um diferencial importante em regiões com chuvas irregulares. “Onde há irrigação, observamos floradas mais uniformes e produtividades superiores, o que impacta diretamente na safra do café”, completa Kuranish.
O especialista destaca ainda a relevância do controle preventivo de doenças que afetam a florada do café, como ferrugem, cercosporiose, mancha de phoma e mancha aureolada, principais agentes do complexo de doenças dessa fase crítica da lavoura.
Tecnologias avançadas para um manejo químico eficaz
Entre as tecnologias recomendadas para o controle de doenças durante a florada do café, destaca-se o uso de defensivos adequados, aplicados em janelas estratégicas e com rotação de ativos para evitar resistência. “A aplicação deve ser feita na pré-florada, pois não podemos aplicar diretamente sobre as flores”, alerta Alex Kuranish.
Ele recomenda o uso do Nativo, que combina triazol e estrobilurina, proporcionando um amplo espectro de controle. Além disso, Bayfolan fornece aminoácidos e cobre, fortalecendo a planta para enfrentar este período crítico da safra do café. Já na pós-florada, cerca de 30 dias depois, é indicada a aplicação de Valpura, a nova carboxamida da Bayer para o café, eficaz contra a mancha de phoma e a ferrugem.
“A carboxamida do Valpura garante excelente residual e, dependendo das condições climáticas, conseguimos até espaçar a aplicação de fungicidas como o Sphere Max, mantendo eficiência e gerando economia”, complementa Marcello Vilela.
Perspectivas positivas para o mercado do café
Quanto ao mercado do café, as perspectivas permanecem positivas em relação aos preços. Segundo o professor e especialista em agronegócio Marcos Fava Neves, o Brasil deve produzir cerca de 66,4 milhões de sacas na safra do café 2024/25, representando 38% da produção mundial e quase 31% das exportações globais. “Com estoques baixos e preços sustentados, o produtor deve aproveitar o momento para se capitalizar e reduzir endividamentos”, orienta Neves.
O bom desempenho do mercado está diretamente ligado ao manejo eficiente da lavoura. “O cafezal responde muito bem ao investimento, e a Bayer oferece soluções completas para atender às demandas do manejo do café, com foco em sustentabilidade e na rotação de ativos”, reforça Marcello Vilela.
Alex Kuranish conclui com uma recomendação importante aos cafeicultores: “Planejamento é a chave. Um bom plano, que contemple desde a escolha correta dos produtos até o momento ideal de aplicação, é essencial para garantir uma florada do café vigorosa e, consequentemente, uma safra do café produtiva e de qualidade.”