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Broca-do-Café: sintomas, manejo, tempo de vida

Saiba como o manejo preventivo pode reduzir a infestação da broca-do-café03 de novembro de 2022 /// 6 minutos de leitura

A broca-do-café pode reduzir a produção da lavoura em 20%. O ataque da praga começa quando os primeiros frutos aparecem e segue até a colheita. Na entressafra, os frutos remanescentes servem como fonte de alimento e local de multiplicação.

Intercalar o manejo com práticas culturais, manejo biológico e químico é uma estratégia para barrar o avanço do besouro pelo cafezal e evitar o “café brocado”.

Conheça os métodos de manejo integrado da broca-do-café e aplique na sua lavoura aqueles que têm se mostrado mais efetivos no controle desta ameaça.


CARACTERÍSTICAS DA BROCA-DO-CAFÉ

Na sua fase adulta, a Broca-do-café (Hypothenemus hampei) é um pequeno besouro. O ciclo de vida do inseto dura de 21 a 63 dias, período em que a broca-do-café passa pelas fases de ovo, pupa, larva e adulta.

O ataque da broca-do-café ocorre da seguinte forma:

  • Primeiro, a fêmea adulta perfura a casca e forma uma galeria, geralmente na região da coroa dos frutos, colocando os ovos.
  • Após a eclosão dos ovos, as larvas crescem se alimentando das sementes do café e se transformam em pupa ainda no interior da semente.
  • Cerca de oito dias depois, o besouro eclode e procede com o ciclo.

Apenas as fêmeas voam, enquanto os machos permanecem dentro dos frutos. As fêmeas não ovipositam em frutos com umidade inferior a 12%, 13%.


Condições favoráveis para a broca-do-café

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fatores como condições climáticas, características geográficas e práticas agronômicas podem influenciar na incidência de infestações de broca-do-café.

Veja quais fatores influenciam ou favorecem o desenvolvimento da broca-do-café:

  • Chuvas
    A população da praga tende a ser menor em anos com mais chuvas durante o período de frutificação e maturação dos frutos. A estiagem na mesma época pode favorecer a infestação da broca-do-café.
  • Temperatura
    Altas temperaturas reduzem o ciclo de vida da praga. Como consequência, ocorre o aumento do número de gerações da broca-do-café, intensificando as infestações.
  • Umidade relativa do ar
    Inverno com baixa umidade relativa do ar não favorece a sobrevivência da broca-do-café, enquanto o inverno úmido e com muito orvalho favorece a infestação da praga. Vale explicar que, durante o inverno seco, os frutos ficam ressecados, o que por si só já é suficiente para reduzir a multiplicação e postura da broca, levando a praga à morte.
  • Colheita
    Grãos deixados no solo após uma colheita ineficiente podem servir de abrigo para a broca-do-café. Neste cenário, mesmo sem o cafeeiro por meses na lavoura, a praga consegue se multiplicar e aguardar a próxima safra.
  • Sombreamento e espaçamento
    Cafezal com espaçamento adensado retem mais umidade e reduz a luminosidade, criando condições ideais para o desenvolvimento da broca-do-café. Além disso, a proximidade entre as plantas facilita a dispersão dos adultos.
  • Altitude
    Quanto mais alta a região, menor a multiplicação da broca-do-café, que em poucos casos pode atingir 10% de sua capacidade em altas altitudes. Por outro lado, quanto mais baixa a região, maior a taxa de multiplicação da praga.

DANOS DA BROCA-DO-CAFÉ

O ataque começa entre os meses de outubro a dezembro, quando a umidade e temperatura começam a elevar, e quando os primeiros frutos no estádio chumbão começam a surgir.

De acordo com o Manual de Prevenção e Combate à broca-do-café, desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, as larvas se alimentam no interior dos frutos e causam dois tipos de danos – qualitativos e quantitativos.

Danos qualitativos causados pela broca-do-café

  • Alteração na qualidade da bebida, que é causada por fungos que penetram pela perfuração feita pela praga no fruto.
  • Alterações fisiológicas na planta como resposta ao ataque do inseto.

Danos quantitativos causados pela broca-do-café

  • Sementes inviáveis.
  • Depreciação do produto.
  • Presença de sementes podres.
  • Redução no peso de grãos em até 20%.
  • Queda prematura dos frutos.
  • Presença de fragmentos do inseto na indústria que influenciam na exportação do grão.

De acordo com publicação do pesquisador Nicholas C. Manoukis, a broca-do-café causa mais de 500 milhões de dólares em danos ao redor do mundo todos os anos.


Manejo da broca-do-café

O plano de manejo da broca-do-café deve se basear, principalmente, no monitoramento. O monitoramento deve ser iniciado de três a cinco meses após a primeira florada, na denominada “época de trânsito da broca”.

Para prevenção, é recomendável realizar uma segunda colheita após a colheita principal. O objetivo é garantir que 100% dos grãos estejam fora das plantas e do solo, evitando alimento e ambiente para reprodução da broca-do-café.

A partir da correta identificação do inseto no cafezal e da quantificação dos danos da praga, devem ser adotadas diferentes estratégias de controle, como:

  • Controle cultural
    Uso de Armadilhas com etanol para atração da broca-do-café.
  • Controle biológico
    Aplicação do inseticida biológico Beauveria bassiana na época de trânsito da broca. Extratos com ação inseticida das plantas Vismia guianensis, Piper umbellatum e Piper tuberculatum também podem ser utilizados.

Associado a estas práticas, o controle químico apresenta o melhor resultado no período mais curto de tempo.


Controle químico da broca-do-café

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o controle químico da broca-de-café deve ser realizado quando são identificados 3% (nível de controle) de frutos brocados no cafezal por meio de monitoramento com contagem.

No método de amostragem por armadilha, o nível de controle é a identificação de cerca de 100 insetos adultos ou mais por armadilha.


Curbix no manejo da broca-do-café

O inseticida Curbix é uma tecnologia exclusiva Bayer, que combate infestações e protege a cultura do café por mais tempo graças ao seu efeito de choque e longo período de controle.

Para utilizar Curbix da melhor forma no cafezal, faça o monitoramento. Realize a primeira aplicação ao encontrar os primeiros adultos na área, no período entre o início da formação dos grãos e a migração de adultos. Reaplique após 30 dias da primeira aplicação.

É importante que sejam realizadas no máximo duas aplicações por ciclo. Considere utilizar as maiores doses no período de maior infestação da praga. Se for necessário aplicar mais do que duas vezes, alterne inseticidas com modos de ação diferentes

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