Uma ameaça chamada cigarra-do-cafeeiro
Saiba como mantê-la longe da sua plantaçãoA cigarra do cafeeiro (Quesada gigas) é uma praga do solo que se aloja na raiz das plantas de café para sugar seiva. A consequência do ataque deste inseto é a redução de Produtividade Do Cafezal e até a morte das plantas atacadas.
De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a cigarra causa danos à Cultura Do Café durante sua fase de “ninfa-móvel”. Neste período, a praga fica alojada nas raízes do cafeeiro, alimentando-se de sua seiva.
A cigarra do cafeeiro ataca, principalmente, lavouras adultas. Cafezais que se encontram entre o 4º ou 5º ano de cultivo raramente são afetados pela praga.
COMPORTAMENTO
A cigarra do cafeeiro é uma das Principais Pragas Da Cultura Do Café.
Para monitorar a praga é importante saber identificá-la no campo por meio de suas características visuais e comportamentais.
Em cada etapa do ciclo da praga, há um hábito importante que deve ser observado no campo.
Cigarra-do-cafeeiro adulta
Na fase adulta, a cigarra do cafeeiro apresenta corpo robusto e coloração escura, com dois pares de asas transparentes e olhos grandes compostos.
A cigarra adulta vive, geralmente, entre os meses de setembro e março.
Neste período, as fêmeas depositam ovos no tronco das plantas de café, de onde eclodem as ninfas-móveis, que se infiltram no solo para parasitar as raízes.
Ovos de cigarra-do-cafeeiro
Os ovos de cigarra do cafeeiro são brancos, hialinos e alongados. Medem 2,0 mm de comprimento e 0,30 mm de largura.
A fêmea prefere as partes mais altas da planta de café para ovipositar, onde geralmente procura por ramos secos. Os ovos são colocados agrupados.
A ninfa
É na fase ninfa que a cigarra do cafeeiro causa os maiores impactos na lavoura.
Logo após eclodir, a ninfa, que ainda é uma larva, desce pelo tronco da planta de café até o solo, onde penetra para se alojar em torno das raízes principais e mais grossas.
Com seu aparelho bucal sugador, a praga começa a extrair seiva da planta de café.
Como não podem eliminar a terra que cavam, as ninfas umedecem bastante o solo com a seiva excretada e comprimem solo e excreção para formar a cavidade onde vão viver e se alimentar até se tornarem adultas.
Neste momento, a cigarra do cafeeiro se encontra na fase de “ninfa móvel” e apresenta corpo robusto, de cor parda e olhos claros.
É comum encontrar a maior concentração de ninfas móveis nos primeiros 35 cm de profundidade na região em torno da raiz da planta de café. Neste local, também é possível identificar as galerias que a praga forma ao longo do tempo.
As ninfas móveis de cigarra-do-cafeeiro podem medir 34 mm de comprimento por 14 mm de largura.
A transformação da ninfa em adulto
Após cerca de dois anos no subsolo, alimentando-se das raízes da planta de café, a cigarra cava furos para subir até a superfície. O objetivo da praga nesta etapa é entrar em sua última fase antes de se tornar adulta - a ninfa imóvel.
Ao emergir do solo, as ninfas pousam no tronco da planta, onde aguardam por cerca de 2 horas para que ocorra a famosa “troca de casca”. Neste processo, a praga muda de exoesqueleto e se transforma em uma cigarra do cafeeiro adulta.
A partir deste momento, os adultos passam a voar por longas distâncias em busca de acasalamento.
Segundo a Empresa De Pesquisa Agropecuária De Minas Gerais (Epamig), as dimensões da cigarra do cafeeiro adulta são as seguintes:
Machos | Fêmeas |
---|---|
47,5 mm de comprimento | 37,5 mm de comprimento |
20,0 mm de largura | 16,5 mm de largura |
70,0 mm de comprimento total (Incluindo as asas) | 69,0 mm de comprimento total |
Fonte: Epamig.
Condições favoráveis para a cigarra do cafeeiro
Os momentos em que a pressão de cigarra do cafeeiro pode aumentar na lavoura coincidem com o ciclo de desenvolvimento do inseto.
Neste cenário, devemos considerar que, de agosto a dezembro, os adultos costumam emergir do solo e, de setembro a março, as fêmeas adultas realizam a oviposição.
A falta de árvores ou de áreas de preservação ambiental nos arredores da lavoura também pode favorecer a ocorrência da cigarra. Nestas condições, há uma diminuição dos inimigos naturais.
Danos causados pela cigarra-do-cafeeiro
Quando não manejada adequadamente, a cigarra-do-cafeeiro causa prejuízos à cultura do café por conta de seu hábito alimentar durante a fase ninfa móvel.
Enquanto se alimenta da seiva na raiz da planta de café, a lavoura reduz drasticamente o aproveitamento de água e nutrientes. Além disso, a cultura tende a responder muito mal ao manejo nutricional ao longo da safra.
Vale lembrar que, em períodos de poucas chuvas, o prejuízo causado pela praga tende a aumentar.
Os danos causados são:
- Clorose nas folhas.
- Queda precoce de folhas.
- Morte das raízes atacadas.
- Má granação dos frutos.
- Redução de produtividade.
- Redução da vida útil das lavouras.
- Morte da planta em caso de ataques severos da praga.
MANEJO
O manejo da cigarra-do-cafeeiro exige monitoramento para identificação de nível de controle e adoção de ferramentas integradas de manejo.
Para monitorar a praga, é importante raspar a superfície do solo abaixo da copa das plantas de café com mais de cinco anos. O objetivo desta prática é identificar perfurações no solo.
Havendo perfurações, é recomendado abrir trincheiras no local para realizar a coleta e contagem de população da praga.
Segundo o Senar, o Nível de Dano Econômico (NDE) da cigarra-do-cafeeiro é de 20 a 30 ninfas por planta. Ao constatar este NDE, o manejo deve ser realizado.
Os métodos de manejo são:
- Controle cultural
Lavouras com infestação excessiva ou com baixa capacidade de recuperação são arrancadas para que seja realizado o plantio de um novo cafezal. - Recepa
É uma poda drástica da planta de café, que mata a maior parte do sistema radicular do cafeeiro, reduzindo a população de ninfas. Acontece quando a lavoura ainda pode ser recuperada. - Controle biológico
O controle biológico pode ocorrer naturalmente pelos fungos de solo. Aumentar o teor de matéria orgânica do solo favorece o desenvolvimento desses inimigos naturais. - Controle químico
Quando o monitoramento identifica o NDE da praga na lavoura, o controle químico deve ser realizado para evitar maiores prejuízos.
Premier: inseticida Bayer para café
Para ajudar o cafeicultor no manejo integrado de pragas, a Bayer oferece em seu portfólio o Inseticida Premier.
Premier é um produto sistêmico, de ação de contato e ingestão, que protege a cultura do café contra as pragas Bicho-Mineiro-Do-Café (Leucoptera coffeella), mosca-das-raízes (Chiromysa vittata), e cigarra-do-cafeeiro.
A recomendação para obter o melhor resultado com Premier é realizar a aplicação do produto entre os meses de outubro e dezembro. O objetivo é atingir o alvo no início da estação chuvosa, enquanto o solo está úmido.
O momento ideal de aplicação pode variar, dependendo do histórico de pressão na região e do estágio de desenvolvimento do cafezal.
Dicas importantes para melhor performance do Premier:
- Utilize a maior dose de acordo com a densidade de plantas por hectare ou em regiões com maiores índices de infestação.
- Em caso de reincidência, utilize outros inseticidas, de preferência com mecanismos de ação distintos, recomendados para aplicação via solo ou foliar.
- Considere que o volume de calda pode variar de acordo com o estágio de desenvolvimento da cultura
Lembre-se de realizar no máximo uma aplicação por ciclo de cultivo do café.
Para saber mais sobre o manejo da cigarra do cafeeiro com Premier, entre em contato com um representante Bayer em sua região.
Fique de olho para mais conteúdos como este. Até a próxima!