O que faz da Helicoverpa armigera uma praga tão temida

21 de julho de 2022

Diversas são as características dessa praga que a tornam uma preocupação recorrente em diversos cultivos como na soja e algodão.

- Potencial de dano: A fase larval dessa praga é extremamente agressiva, se alimentam tanto de partes vegetativas quanto reprodutivas e apresentam elevado consumo diário de alimento. Os danos nos órgãos reprodutivos são responsáveis por grandes perdas.

- Polifagia: H. armigera é uma espécie altamente polífaga, sendo relatada a sua ocorrência em mais de mais de 100 espécies de hospedeiros. No Brasil, já foi relatada em algodão, soja, milho, tomate, feijão, sorgo, guandu, milheto, trigo, girassol, frutíferas, hortaliças, crotalária, bem como em diversas plantas daninhas. Isso favorece para a formação de “ponte verde”, ou seja, a praga pode migrar de um cultivo para o outro e ter sempre alimento disponível.

- Fecundidade: H. armigera possui elevada capacidade de reprodução devida a elevada taxa de oviposição. Cada adulto pode colocar mais de mil ovos, o que contribui para rápido crescimento populacional.

- Ciclo curto: essa praga completa o ciclo de ovo a adulto em aproximadamente 30 dias sob condições favoráveis. Isso também contribui para o surgimento de surtos da praga e situações de elevado risco a cultura.

- Capacidade de dispersão: possui alta capacidade de dispersão, podendo percorrer grandes distâncias à procura de alimento e condições adequadas para seu desenvolvimento e reprodução. Dessa forma, surtos da praga em determinada região indica um risco potencial em regiões vizinhas.

- Sobrevivência: possui elevada capacidade de adaptação às condições adversas, tais como excesso de calor, frio ou seca. Inclusive, sob condições adversas, a atividade de inimigos naturais pode reduzir, o que pode favorecer ainda mais o crescimento dessa praga.

- Dificuldade de controle: Necessita inseticidas potentes em doses elevadas. Algumas proteínas Bt não oferecem elevado controle. Ainda, possui elevado risco de resistência exigindo boas práticas de manejo e uso dos inseticidas.

Autores: Juliano Farias; Leandro Marques, Pesquisadores Instituto Phytus

Fontes: Phytus Club e Instituto Phytus