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Mofo-Branco: sintomas, manejo, tempo de vida

(Sclerotinia sclerotiorum)

Danos e riscos do mofo-branco

O mofo-branco, ou podridão-de-Sclerotinia, é um doença altamente destrutiva causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, que ataca hastes e ramos de plantas de espécies como a soja, feijão e algodão, gerando amarelecimento, murcha, secamento de folhas, podendo inclusive levar à morte da planta.


Em culturas como algodão, o mofo-branco pode causar dano ao pedúnculo da maçã, além de poder atacar diretamente os frutos, provocando apodrecimento do capulho.


Caracteriza-se, assim, como uma doença de grande importância econômica no Brasil, com perdas estimadas na soja em mais de 30%. Há relatos de perdas superiores a 50% no rendimento de outras culturas atacadas, sem considerar a redução da qualidade dos produtos.


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Um dos grandes riscos e dificuldades no manejo é que o fungo possui uma ampla gama de hospedeiros, com mais de 75 famílias, 278 gêneros e 408 espécies de plantas já relatadas, incluindo a soja, o girassol, a canola, a ervilha, o feijão, o algodão, a alfafa, o fumo, o tomate, batata, a alface, a alcachofra, o amendoim, a berinjela, a chicória e a cenoura, que se destacam pela importância econômica. Algumas plantas daninhas também podem hospedar o fungo, como por exemplo o amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla), o caruru (Amaranthus deflexus), a corda-de-viola (Ipomoea nil), a guanxuma (Sida rhombifolia), o picão preto (Bidens pilosa) e a maria-mole (Senecio brasiliensis). Outra característica importante, que dificulta o manejo e se torna um risco, é a capacidade de produção de estruturas de resistência, as quais podem sobreviver viáveis no solo por mais de 10 anos.

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Ciclo e condições favoráveis

Uma das principais formas de introdução do patógeno na área é através de sementes contaminadas. Após introduzido o fungo na área, a erradicação se torna mais difícil, por isso medidas de prevenção à entrada são muito importantes. Estruturas de resistência do fungo no solo (escleródios), quando em condições favoráveis, germinam e produzem as estruturas reprodutivas de onde saem os esporos, os chamados apotécios. Elevada umidade, comumente em períodos chuvosos, e temperaturas amenas (abaixo de 20 ºC) são bastante favoráveis para o fungo.

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Os apotécios ficam localizados na superfície do solo, os quais liberam grande quantidade de esporos (ascósporos), responsáveis pela infecção da parte aérea das plantas. As infecções da parte aérea comumente ocorrem via flores, e são favorecidas pela umidade elevada do ambiente e molhamento foliar. Após as primeiras infecções bem sucedidas a partir dos esporos, o fungo começa a produzir micélio e expandir por toda a planta. A doença pode evoluir de uma planta para outra através do contato com o micélio do fungo de uma para outra. A evolução da doença é retardada ou paralisada quando em ambiente seco, porém é retomada, quando as condições de umidade retornam.

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Sintomas e monitoramento do mofo-branco

Os sintomas iniciais do ataque do fungo são lesões encharcadas nos órgãos afetados. Como as flores são a porta de entrada mais comum, essas, ao caírem sobre as folhas, possibilitam a disseminação do fungo dentro da planta. O fungo produz sob as áreas atacadas uma grande massa de micélio branco, de aspecto cotonoso, característica marcante da doença.


Em áreas que possuem histórico de ocorrência, é grande a probabilidade que o mofo-branco ocorra novamente. O monitoramento pode ser feito através de vistorias na área, à procura por apotécios no solo, e das condições climáticas em períodos anteriores ao período crítico de infecção na cultura. Na soja, por exemplo, o período crítico para infecção inicia com a floração, dessa forma, anterior às primeiras flores, é muito importante o monitoramento para definição do momento certo de aplicação dos fungicidas, os quais devem ser aplicados de forma preventiva à presença de mofo nas plantas.

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Desafios ao manejo do mofo-branco

Em áreas ainda indenes, livres do patógeno, é muito importante o cuidado com a qualidade de sementes, visando evitar a entrada do fungo na área. Isso vale para todas as sementes que serão utilizadas no local. Sementes de nabo, por exemplo, são potenciais fontes disseminadoras de mofo-branco. A prevenção pode ocorrer também pela limpeza de maquinários para evitar possíveis restos culturais ou partículas de solo contendo o patógeno. Plantadeiras, por exemplo, podem carregar consigo escleródios de uma área infectada para outras áreas.


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Para áreas que já possuem histórico de ocorrência, o manejo deve levar em conta a integração de estratégias. Modificar práticas culturais poderá ser necessário, visando reduzir o potencial de inóculo e as condições para que a doença evolua. Algumas estratégias são a rotação com culturas não-hospedeiras, o controle de plantas daninhas hospedeiras e a formação de um grande volume de palha, que funciona como barreira física à passagem dos esporos. Em áreas com elevada incidência da doença, pode-se optar por aumentar o espaçamento de entrelinhas, usar cultivares mais eretas e com menor área foliar, e utilizar menor densidade de plantas, as quais oferecem maior aeração e favorecem a maior penetração de fungicidas.


Em solos infestados e com presença de escleródios é recomendável o uso de microrganismos antagonistas como forma de controle biológico. Os microrganismos, como a bactéria Bacillus subtilis e fungos do gênero Trichoderma, podem reduzir a produção de esporos e a taxa de infecção do mofo nas plantas. Estes microrganismos devem ser utilizados com antecedência, de maneira preventiva.

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Outra prática fundamental em áreas infestadas é o uso do controle químico com fungicidas. Existem fungicidas específicos e com elevada eficácia no controle de mofo-branco, e por isso devem ser corretamente selecionados. A ação de controle dos fungicidas é maior quando aplicados preventivamente. Dessa forma, o correto posicionamento das aplicações é decisivo para o sucesso do controle. O período crítico se estende por todo o período em que a planta possui flores. Estas são muito importantes para o ciclo do patógeno. Dessa forma, a primeira aplicação deve ser feita preventivamente, quando surgirem as primeiras flores na parte inferior das plantas. A partir disso, uma segunda e, em alguns casos, uma terceira aplicação serão necessárias, e devem ser realizadas em intervalos adequados, entre 10 a 12 dias, dependendo das condições ambientais e da presença de flores e apotécios. As cultivares que têm florescimento mais longo necessitam de um período maior de proteção. A qualidade da tecnologia de aplicação é fundamental, visando aumentar a penetração de gotas para o dossel inferior das plantas e a superfície do solo.

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Referências

CARDOSO, J. E. Mofo branco. In: SARTORATO, A.; RAVA, C. A. (Ed.). Principais doenças do feijoeiro comum e seu controle. Brasília, D.F.: Embrapa-SPI, 1994. p.111-122.


Dicas da confiança

Conheça o Mofo Branco

Entenda estruturas, disseminação, danos e dicas de manejo desta doença que afeta as lavouras de folhas largas, como soja e milho, pelo Brasil

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