Blog do Agro

Otimizando os resultados da produção de milho com a agricultura digital

Descubra como as tecnologias e ferramentas digitais podem elevar a produtividade da sua lavoura de milho. Saiba também as perspectivas para o mercado de produção de milho no Brasil.
14 de janeiro de 2023

A agricultura digital está cada vez mais presente na rotina do produtor rural, auxiliando no registro de dados das operações, na análise de mapas de produtividade, na previsão do tempo e em outras informações essenciais para o planejamento da safra.

Com o início da safrinha de milho no Brasil, o apresentador do Impulso Cast, Dony de Nuccio, conversou com especialistas para mostrar como a agricultura digital pode impulsionar os resultados da produção de milho, aumentando a eficiência e a produção por hectare de milho.

Participaram da discussão Ana Paula Dias, bióloga botânica e consultora do Climate FieldView™ no Brasil, Virginia Vieira, engenheira agrônoma e especialista no programa Bayer VAlora Milho, Jeferson Avozani, técnico mecânico de máquinas agrícolas na Sementes Weber, e o professor Marcos Fava Neves. Eles apresentaram ferramentas digitais e estratégias que já estão transformando a produção de milho no Brasil, mostrando na prática o que é agricultura digital e como ela contribui para melhores decisões no campo.

Crescimento do mercado de milho e da agricultura digital


A demanda global por milho tem crescido de forma consistente nos últimos anos. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor de milho no mundo, respondendo por quase 11% de todo o volume global, o que equivale a cerca de 126 milhões de toneladas. Desse total, aproximadamente 80% da produção nacional é proveniente da segunda safra, também conhecida como safrinha.

Essa segunda safra é um dos grandes diferenciais da produção de milho no Brasil, como destaca o especialista Marcos Fava Neves: "É uma grande vantagem porque você diversifica o uso do solo, dá melhor alternativa para os ativos existentes e ganha economia de escopo. É um diferencial inclusive em termos de sustentabilidade", explica.

Segundo Virginia Vieira, os produtores têm recorrido cada vez mais à agricultura digital para melhorar a gestão da lavoura e tomar decisões mais assertivas. “No caso do milho especificamente, os produtores podem usar as ferramentas digitais para analisar onde devem alocar recursos como sementes, adubos e defensivos. "Isso tudo acarreta na maximização da sua produtividade e rentabilidade", acrescenta a especialista do programa Bayer VAlora Milho.

Um exemplo prático vem da Sementes Weber, no Sul do país, que tem mais de 50 anos de experiência e direciona 85% de sua safra para a produção de milho e soja. O investimento em tecnologia é amplo, indo desde o aprimoramento genético das sementes até sistemas de irrigação, monitoramento e coleta de dados.

"Quando se fala em empresa sementeira, o uso da tecnologia é indispensável, começa pelo aprimoramento genético das sementes. Além disso, 30% de nossas áreas são irrigadas, com sistema controlado remotamente, com base em uma estação meteorológica própria. Nossos processos são feitos dentro da empresa, desde o plantio, colheita, armazenagem, secagem, tratamento, ensaque e distribuição. Por isso, hoje, a agricultura digital serve para minimizar gastos, maximizar o lucro e a produtividade porque temos tudo na mão para o planejamento e a tomada de decisão", explica Jeferson Avozani, técnico da empresa.

Para Ana Paula Dias, consultora do Climate FieldView™, as plataformas digitais possibilitam que o produtor enxergue sua propriedade como um verdadeiro mini-centro de pesquisa. "Quando você pensa na sua lavoura como algo vivo, você precisa integrar muito bem todos os fatores para melhorar os resultados. No caso do Jeferson, por exemplo, que já tem uma alta produtividade, só a tecnologia mais avançada pode ajudar a escalar para outros patamares", comenta a consultora de Climate FieldView™.

Como ferramentas digitais auxiliam na produção de milho?


Você sabia que as perdas nas etapas de pré-plantio, colheita e armazenagem do milho podem chegar a 20%, segundo dados da Embrapa?

Esse número reforça a importância de um planejamento adequado para garantir o bom estabelecimento da lavoura e alcançar resultados satisfatórios em termos de produtividade da produção de milho no Brasil.

Com o avanço da agricultura digital, diversas ferramentas digitais já contribuem diretamente para o desempenho no campo. A plataforma Climate FieldView™, por exemplo, permite estimar ganhos por híbrido, identificar quais sementes apresentam melhor performance, ajustar o maquinário em tempo real durante a semeadura e calcular com precisão o uso de adubos.

Ana Paula Dias, consultora da Climate FieldView™, destaca que: "por ser uma cultura muito responsiva ao nitrogênio, o produtor consegue maximizar sua produção fazendo uma adubação parcelada de nitrogênio de forma mais eficiente. Além disso, ele consegue colocar os híbridos de milho na quantidade necessária para entregar sua genética ao máximo", afirma.

Benefícios que a tecnologia agrega ao dia a dia do produtor

Para Virginia, independentemente do tamanho da propriedade, a agricultura digital é capaz de transformar a forma de gestão da fazenda, permitindo que o produtor passe a analisar cada metro quadrado em vez de apenas o hectare de suas terras. "Com isso, ele passa a ter uma assertividade maior, a detectar intercorrências com antecedência, o que é muito vantajoso", explica.

Nesse mesmo sentido, Jeferson reforça que as ferramentas digitais facilitam a identificação e o diagnóstico de problemas, garantindo melhor controle e planejamento da safra, especialmente em culturas de alta demanda como a produção de milho no Brasil.

"A agricultura digital é um investimento. No nosso caso, seria um investimento a longo prazo, mas já estamos colhendo resultados positivos e não são poucos. Cada passo que o agricultor deixa de dar em direção à tecnologia, na verdade, ele está dois passos mais distante porque a agricultura e a tecnologia não vão parar de avançar", conclui.

Vantagens do programa VAlora Milho


Entre as diversas soluções da Bayer para ampliar os resultados na produção de milho, o programa VAlora Milho se destaca por otimizar a densidade populacional da lavoura, entregando maior eficiência no uso de sementes e insumos.

Atualmente em fase pré-comercial, o programa tem como objetivo aumentar a rentabilidade ao final da colheita. "Fazemos uma prescrição a partir das imagens do próprio talhão, combinadas com análises do nosso banco de dados com base na plataforma Climate FieldView™ e com os híbridos de milho da Bayer. O produtor planta de acordo com a nossa prescrição e faz o manejo dele normalmente", explica Virgínia Vieira, especialista do programa.

Após a colheita, o talhão é novamente avaliado e comparado a outras áreas, permitindo medir com precisão o ganho de produtividade da lavoura de milho. Como diferencial, caso o agricultor não obtenha retorno sobre o investimento, a Bayer devolve integralmente o custo adicional com sementes.

A Weber Sementes, que participou do projeto-piloto na safra de milho 2020/21, comprovou os benefícios do VAlora. "O produtor tem que pensar na lavoura como um mercado de ações. Existem ações que rendem menos e outras rendem mais. O VAlora é como um corretor, que diz onde vale a pena investir para ter maior retorno", compara Jeferson Avozani, técnico da empresa. No primeiro ano, a Weber registrou um incremento de 6 sacas de milho por hectare, reforçando o potencial do programa para elevar a produção por hectare de milho.

As prescrições são geradas pela plataforma Climate FieldView™, e produtores que possuem a versão Plus podem criar suas próprias recomendações. Interessados também podem buscar os representantes técnicos de vendas da Bayer para conhecer em detalhe essa inovação que alia agricultura digital e aumento de produtividade.

Quais os principais desafios da produção de milho e como solucionar?


Os custos de produção continuam sendo um ponto de atenção nesta safra, exigindo planejamento estratégico para que a rentabilidade não seja comprometida.

O professor Marcos Fava Neves destaca que o mercado de milho oferece grandes oportunidades para os próximos anos, impulsionado pela alta demanda para consumo humano, ração animal e biocombustíveis.

"O desafio é construir margem, para isso, temos que usar os pacotes tecnológicos que estão à nossa disposição para atingir resultados positivos. O Brasil precisará aumentar sua produção para atacar o mercado nacional e internacional de maneira sustenável", opina.

Ele observa ainda que a semeadura da safra de milho safrinha começou mais lenta em comparação ao ano passado, mas acredita que ainda é possível recuperar o ritmo. A expectativa é que a produção de milho no Brasil alcance cerca de 125 milhões de toneladas, mesmo com o risco climático. "Lembrando que os preços estão razoáveis porque houve perdas no Rio Grande do Sul e na Argentina, mas o clima tem que contribuir para que tenhamos essa produção", complementa.

Diante dessas incertezas, Marcos recomenda cautela na comercialização. Uma das estratégias é vender antecipadamente uma parte dos grãos para garantir margem frente aos custos de produção de milho, deixando o restante para negociações futuras, já que pode haver um leve aumento de preços caso ocorram eventos climáticos que pressionem a oferta.

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