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Aprenda como fazer a destruição de soqueira de algodão

17 de maio de 2022

A destruição de soqueiras do algodão é uma prática indispensável para a sustentabilidade da cotonicultura. O objetivo desta operação é eliminar os restos culturais deixado após a colheita do algodão em caroço utilizando métodos químicos, mecânicos ou ambos em conjunto. Os benefícios dessa prática são a Redução Da População De Bicudo-Do-Algodoeiro e de tigueras de algodão na cultura subsequente.

É importante destacar que somente com a destruição de soqueiras é possível realizar o Vazio Sanitário Do Algodão, que tem como meta principal reduzir a pressão de Bicudo-Do-Algodoeiro em todos as regiões produtoras de algodão do país.

Para ajudar você a eliminar as soqueiras de algodão Depois Da Colheita, preparamos um manual simples e objetivo. Confira!

Métodos para destruição de soqueiras de algodão

De modo geral, as soqueiras do algodão podem ser destruídas de três formas:

  • Método mecânico: roçagem (triton ou roçadeira), aração ou gradagem.
  • Método químico: aplicações sequenciais de herbicidas sistêmicos e de contato
  • Integração de método químico e mecânico: aplicação de herbicidas após a roçagem e sequenciais de herbicidas quando necessário.

A metodologia de destruição de soqueiras de algodão mais utilizada integra o método mecânico e o químico. Neste formato, ocorre primeiro a roçagem das plantas de algodão e, logo na sequência, a aplicação dos herbicidas.

Passo a passo para a destruição de soqueiras de algodão

Para realizar uma boa destruição de soqueiras, primeiro precisamos avaliar a área e o ambiente, considerando três aspectos:

  • Distribuição de plantas
    Quando o plantio do algodão é feito com distribuição de plantas ideal, o caule das plantas se desenvolve normalmente, e ficam com a mesma espessura. Em áreas com desuniformidade no plantio, as plantas podem desenvolver caules mais grossos e muito mais fortes. Neste cenário, são exigidas mais aplicações de herbicidas, além da substituição da roçagem pela grade aradora.
  • Umidade do solo e do ambiente
    Os herbicidas precisam de umidade no ar e no solo para terem efeitos satisfatórios na destruição de soqueiras. No entanto, a época em que ocorrem as colheitas coincidem com um período de poucas chuvas e baixa umidade. Para superar esta barreira, a aplicação de herbicidas deve acontecer logo após a destruição mecânica, para atingir o local do caule onde a planta foi cortada e aproveitar a umidade da própria planta de algodão. O ideal é aplicar imediatamente após a roçagem.
  • A cultura subsequente
    Dependendo da cultura que será plantada após o algodão, o manejo de herbicidas precisa ser adaptado. Alguns herbicidas podem causar efeitos indesejados em lavouras de milho e soja se não forem respeitados os respectivos períodos de carência dos produtos. O uso de 2,4D, por exemplo, só pode ser realizado até 15 dias antes do plantio da soja e com chuvas regulares para aumentar a umidade do solo.

Com consciência destes fatores, veja o passo a passo para uma boa destruição de soqueiras em uma lavoura onde se Planeja Plantar Soja Após A Colheita Do Algodão:

1 – Roçagem e aplicação de herbicida

Nesta etapa, ocorre a roçagem da lavoura de algodão. Logo após esta operação, um herbicida sistêmico deve ser aplicado em mistura com um herbicida de contato. A pulverização deve ser realizada em até, no máximo, 2 minutos após a roçagem das plantas para aproveitar os cortes abertos no caule do algodoeiro.

Quanto menor o estresse hídrico no momento da aplicação do herbicida, melhor será o efeito de controle.

Os herbicidas mais utilizados nesta primeira etapa são 2,4D e glifosato.

2 – Segunda aplicação de herbicidas

Após a roçagem e primeira aplicação de herbicida, é necessário aguardar o rebrote da planta. Assim que o rebrote atingir de 8 a 10 cm deve, ocorrer uma segunda aplicação de herbicidas. A combinação de produtos da aplicação anterior pode ser repetida nesta fase.

É importante se atentar para não perder o momento correto de aplicação. Quando o rebrote ultrapassa os 10 cm, o algodoeiro consegue desenvolver novo sistema radicular, o que pode dificultar o manejo.

Além disso, é necessário reduzir a dose do herbicida sistêmico escolhido de acordo com o intervalo entre o dia da aplicação e o dia do plantio da soja. Neste contexto, quanto mais perto do plantio da soja, menor deve ser a dose utilizada do 2,4D.

3 – Em caso de sobra de soqueira

Se ainda forem encontradas tigueras de algodão ou soqueiras na área no dia do plantio da soja, é importante realizar uma operação de “plante e aplique”. Apenas herbicidas registrados para uso na cultura da soja devem ser utilizados.

Tiguera de algodão é a emergência do caroço de algodão junto com a fibra que sobrou da colheita.

O glifosato e o chlorimuron são herbicidas que podem ser utilizados em conjunto nesta etapa.

4 – Pós-plantio da soja

Em épocas de estresse hídrico, é comum chegar a este estágio sem um controle total das soqueiras de algodão. Neste cenário, as aplicações com herbicidas registrados para a soja devem ser repetidas por mais 2 vezes.

Dicas da APIPA para destruição de soqueiras do algodão

De acordo com a APIPA (Associação Piauiense dos Produtores de Algodão), as recomendações de manejo mais utilizadas para a destruição de soqueira de algodão são:

  • Opção 1
    Triton ou roçadeira + aplicações de herbicida sistêmico em sequência imediata ou após aguardar a brotação das soqueiras para, em seguida, realizar as aplicações de herbicidas (em algumas situações, somente após as primeiras chuvas).
  • Opção 2
    Triton + subsolador/escarificar + grade e avaliar o surgimento de brotação na sequência.
  • Opção 3
    Correntão “pique e repique” (duas aplicações no mesmo lugar em sentidos opostos) + herbicida sistêmico em sequência imediata.
  • Opção 4
    Triton + arrancador de discos (arrancador de soqueira) + grade intermediária + avaliação de brotação para posterior uso de herbicidas (em algumas situações, somente após as primeiras chuvas).

Para mais informações sobre a destruição de soqueiras de algodão, procure por um representante Bayer em sua região ou contate um engenheiro agrônomo de confiança.

Fonte: Ag.In.