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Conservação do solo: estratégias essenciais para proteger a fertilidade da terra

A conservação do solo mantém a fertilidade e previne a erosão. Técnicas como plantio direto, cobertura e rotação de culturas ajudam a preservar a estrutura, melhorar a retenção de água e aumentar a produtividade agrícola, promovendo um ambiente sustentável e saudável.16 de outubro de 2024
Conservação do solo práticas que todo agricultor deve conhecer

O solo é um dos recursos mais importantes para a agricultura. Afinal, ele é responsável por fornecer os nutrientes necessários ao desenvolvimento das culturas. Além disso, ele contribui para a filtragem e o armazenamento de água, para a manutenção da biodiversidade e até para a regulação do clima.

Apesar de sua importância, problemas como a erosão e a degradação comprometem a qualidade e a estrutura desse recurso. A única forma de mitigar esses impactos e garantir a continuidade da atividade agrícola nas próximas décadas é investir em práticas de conservação do solo.

Neste artigo, explicaremos por que isso é importante e quais são as melhores estratégias para proteger a terra da sua fazenda e promover uma agricultura sustentável e lucrativa.

O que é conservação do solo?

A conservação do solo consiste em um conjunto de práticas adotadas para proteger e preservar a qualidade da terra. O objetivo é manter as propriedades físicas do terreno, garantir sua sustentabilidade a longo prazo, reduzir a erosão e mitigar os impactos causados por atividades humanas.

Por que a conservação do solo é importante?

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), se não adotarmos práticas adequadas de manejo de solo, até 10% da capacidade produtiva da terra pode ser comprometida até 2050.

O custo estimado para mitigar esses danos, apenas com o uso de fertilizantes, pode chegar a 150 bilhões de dólares anuais, encarecendo os produtos agrícolas e reduzindo a rentabilidade dos produtores.

Esses dados complementam um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A entidade alerta que até 90% da superfície terrestre pode ser degradada até 2050, com sérios riscos à biodiversidade e à vida humana.

A UNESCO também estima que o impacto econômico dessa degradação pode alcançar entre 6,3 e 10,6 trilhões de dólares anualmente, principalmente devido à perda de serviços ecossistêmicos essenciais.

No entanto, esses problemas podem ser evitados com a adoção de boas práticas de conservação. Além de reduzir a degradação e a contaminação do terreno, essas técnicas contribuem para a sustentabilidade ambiental e para a continuidade da atividade agrícola nas próximas décadas.

Quais os benefícios da conservação do solo?

A adoção de técnicas conservacionistas beneficia o produtor, o setor agrícola e a sociedade. Uma das suas principais vantagens é o aumento da qualidade do solo.

Essas técnicas ajudam a manter um ambiente favorável para a microbiota presente na terra, melhorando sua fertilidade natural. Assim, é possível aumentar a produção gastando menos.

Elas ainda ajudam a preservar a estrutura do terreno, prevenindo problemas como erosão e esgotamento da terra. Essas práticas também favorecem a infiltração, o armazenamento e a qualidade da água, já que ele atua como um filtro natural, purificando ao remover poluentes e sedimentos.

Outra vantagem importante é o aumento do sequestro de carbono e a promoção de uma agricultura sustentável. Isso porque o solo é um importante reservatório de carbono e, quando conservado, pode sequestrar mais desse elemento da atmosfera, ajudando a mitigar as mudanças climáticas.

O terreno bem conservado também oferece alimento e abrigo para os animais, e contribui para a manutenção de habitats naturais. Além disso, ele auxilia na manutenção dos ciclos biogeoquímicos, como os ciclos da água, do nitrogênio e do carbono.

5 estratégias para conservação do solo

As melhores estratégias para a conservação mantêm a qualidade e a sustentabilidade da terra. Conheça cada uma delas a seguir:


1. Aplicação otimizada de insumos agrícolas

Uma das principais estratégias conservacionistas é a aplicação otimizada de insumo. Essa ação envolve a realização de análise do solo e o uso de tecnologias agrícolas que auxiliam o produtor a identificar áreas problemáticas e diagnosticar as causas.

Com essas informações, ele pode aplicar insumos, como fertilizantes e defensivos, na quantidade certa, nos locais adequados e no momento ideal.

2. Adubação verde

A adubação verde é uma técnica que utiliza resíduos orgânicos, provenientes da decomposição de plantas de cobertura morta, para reter carbono e melhorar a estrutura.

Essa prática ajuda a preservar a umidade, reduzir a salinização e aumentar a fertilidade, liberando nutrientes essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, durante o processo de decomposição.

Embora qualquer tipo de planta possa ser utilizada, o ideal é investir em espécies com raízes profundas, alta produção de massa seca e facilidade na geração de sementes.

3. Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma prática que envolve a alternância de diferentes tipos de plantios em uma mesma área. Ela melhora a estrutura do solo, aumenta sua capacidade de retenção de água e reduz a erosão. Além disso, ela dificulta a proliferação de pragas.

Para adotar essa técnica, você pode alternar o cultivo entre gramíneas, como arroz, sorgo, trigo e aveia, e leguminosas, como feijão, soja, grão-de-bico e amendoim. Essa alternância contribui para a manutenção da saúde, diversificando os nutrientes e promovendo um ambiente mais equilibrado.

4. Integração lavoura-pecuária (ILP)

A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é uma estratégia que combina o cultivo de plantas com a criação de animais em uma mesma área, de forma integrada e complementar.

Esse sistema permite que as áreas de pastagem de baixa produtividade sejam utilizadas para o cultivo de grãos, melhorando as propriedades químicas, físicas e biológicas.

5. Cultura de cobertura

A cultura de cobertura é uma técnica que consiste no plantio de espécies vegetais para cobrir e proteger o terreno temporariamente. As plantas utilizadas, também conhecidas como plantas de cobertura, atuam como um “cobertor verde”.

Isso protege a superfície contra processos erosivos e ajuda a formar matéria orgânica, fatores que contribuem para a manutenção da fertilidade e estrutura.

Veja também: Vai plantar? Então fique de olho no seu solo!

Quais são os principais métodos de conservação do solo?

Existem vários métodos que podem ser utilizados para proteger o solo, melhorar a sua fertilidade e garantir a produção a longo prazo. Além do que já mencionamos, é importante investir nas seguintes medidas:

  • Preparo adequado, com base nos resultados da análise detalhada das características do terreno;

  • Plantio em curvas de nível, utilizado em áreas com maior declividade, para reduzir a erosão;

  • Plantio direto, sistema que minimiza o revolvimento da terra, preservando a cobertura vegetal e a matéria orgânica na superfície;

  • Conservação da vegetação nativa, evitando o desmatamento e investindo no reflorestamento;

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP);

  • Terraceamento ou cultivo em terraços, indicado para terrenos muito acidentados;

  • Evitar queimadas, prática que retira os nutrientes da terra e prejudica a fertilidade do solo;

  • Medidas que evitam a compactação do terreno, como o controle de tráfego animal, humano e de máquinas agrícolas, para preservar sua estrutura.

Saiba mais: Manejo do solo com plantas de cobertura

Quais são os impactos da erosão e degradação do solo na agricultura?

A erosão e a degradação do terreno têm impactos severos na agricultura, comprometendo a produtividade das lavouras e a sustentabilidade do uso da terra.

Segundo um relatório da FAO, cerca de 33% do solo do planeta está degradado. Esse é um dos principais responsáveis por esse cenário.

O estudo também destacou o impacto na produção agrícola. Estima-se que o problema seja responsável por perdas em torno de 7,6 milhões de toneladas de cereais anualmente.

A adoção de práticas de conservação é fundamental para evitar esses prejuízos. Afinal, elas ajudam a aumentar a resistência e a fertilidade do terreno, além de preservar sua estrutura.

Esses fatores são essenciais para evitar a degradação, protegendo o solo e garantindo a sustentabilidade desse recurso a longo prazo. Por isso, se você deseja que sua fazenda continue produtiva nos próximos anos, precisa começar a adotar essas práticas.

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