Agro sustentável: o futuro do agronegócio já começou!

Sustentabilidade no campo: produzir mais e melhor com responsabilidade

O conceito de sustentabilidade é amplo, mas, no agronegócio, pode ser entendido como o conjunto de técnicas e práticas que preservam o meio ambiente sem comprometer a rentabilidade e o crescimento do negócio. Essa é a essência do agro sustentável, que une produtividade e responsabilidade ambiental.

Em Guaíra, no interior de São Paulo, um exemplo de como ser produtivo e sustentável é o da produtora Maira Lelis da Silva, que adota o lema:

“Produzir mais, produzir melhor e produzir com práticas sustentáveis”

Há sete anos, Maira iniciou um trabalho focado na saúde do solo, implementando o mix de plantas de cobertura — uma estratégia que melhora a estrutura e fertilidade do solo, reduz erosões e favorece a agricultura sustentável. A produtora integra o Programa Pro Carbono, iniciativa da Bayer que promove a sustentabilidade no campo e incentiva uma agricultura de baixo carbono.

Segundo Fábio Passos, diretor do Negócio de Carbono Bayer Latam, o projeto é desenvolvido em parceria com a Embrapa, universidades e especialistas, com o objetivo de levar o mercado de carbono à agricultura de forma estruturada e rentável.

O pesquisador Cristiano Alberto de Andrade (Embrapa) explica que o foco está em produtores de soja e milho de diversas regiões do Brasil, que colaboram no desenvolvimento de ferramentas necessárias para certificação do sequestro de carbono no solo, gerando valor e rendimento financeiro para o produtor.

Passos explica que a proposta é convidar os produtores a trabalharem num plano de manejo elaborado por uma consultoria de renome para mostrar e explicar como essa prática mais intensificada pode ser adaptada à realidade desses agricultores. Saiba mais sobre a iniciativa Pro Carbono aqui.

Outro exemplo de prática voltada à sustentabilidade ambiental é a agricultura regenerativa, uma técnica de plantio que busca recuperar solos degradados enquanto mantém altos níveis de produtividade. Ela se apoia em biotecnologias, formulações inovadoras e revestimentos de sementes que favorecem o equilíbrio ecológico.

Passos lembra que a agricultura regenerativa é muito importante ao pensar em carbono, pois significa produzir cada vez mais por hectare, utilizando a quantidade correta de insumos, regenerando o solo e, assim, garantir a sua qualidade, preservando o grande ativo da fazenda.

Como adotar o agro sustentável?

O manejo do solo é um dos pilares do agro sustentável e está diretamente relacionado à redução do desperdício de alimentos. Quando o manejo é ineficiente, aumenta-se o risco de contaminação por pragas e doenças, o que pode comprometer a produtividade e a sustentabilidade ambiental das lavouras, resultando em perdas de safra.

Essas perdas ao longo da cadeia produtiva, desde a colheita até a comercialização, são conhecidas como food loss. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), cerca de 14% de toda a produção mundial de alimentos é perdida nas etapas produtivas, sem incluir o varejo e o consumo doméstico. Já o food waste refere-se ao desperdício causado por varejistas, fornecedores de serviços de alimentação e consumidores, e representa um grande desafio para o desenvolvimento sustentável.

Para ter sucesso nas práticas sustentáveis, a produtora Maira Lelis utiliza a tecnologia FieldView™, que permite monitorar o plantio, controlar a velocidade e data de semeadura, além de interpolar dados de fertilidade do solo e identificar talhões que necessitam de maior atenção.

Outro exemplo vem de Itapeva (SP), onde o produtor Sílvio Malutta, da fazenda Fratelli, foi um dos vencedores do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb). Ele alcançou 121,29 sacas por hectare com a cultivar Monsoy 5917 IPRO, mostrando que sustentabilidade e alta performance podem andar juntas.

Esses casos reforçam que a sustentabilidade no agronegócio brasileiro é uma realidade crescente. O mercado, cada vez mais consciente, busca transparência sobre a origem dos produtos e valoriza práticas alinhadas aos critérios ESG (Environmental, Social and Governance).

Os produtores que desenvolvem práticas sustentáveis fortalecem a sua imagem frente à sociedade e a investidores, tanto nos aspectos social, ambiental e de governança. O ESG tem abarcado diversos segmentos da atividade econômica e social do país. No agronegócio não é diferente, pois o setor olha para a sua responsabilidade em termos de produtividade, promovendo renda para o produtor e segurança alimentar para uma população que cresce em ritmo acelerado.