Milho safrinha: manejo de cigarrinha e percevejo
Descubra as estratégias para controlar as pragas que atacam as lavouras de milho safrinha e proteja a produtividade da segunda safra.Na região Centro-Oeste do Brasil, o sistema de cultivo soja–milho é bastante atrativo para o percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus), que pode causar danos principalmente nos estágios iniciais de desenvolvimento da cultura.
Ainda na fase de ninfa, o inseto começa a se alimentar na base da plântula e, além de consumir os tecidos, injeta toxinas que afetam o desenvolvimento do milho safrinha. Esses ataques provocam uma série de problemas, como distúrbios de crescimento que resultam em espigas menores e com menor carga, ou até comprometem totalmente o desenvolvimento em casos de infestações severas.
Entre os principais sintomas observados estão a redução do estande das lavouras de milho safrinha, murchamento das folhas centrais, lesões nas folhas, super perfilhamento e folhas retorcidas. Outro sinal característico da presença da praga são as lesões simétricas nas folhas, com bordas amareladas.
Medidas de controle contra o percevejo na safrinha de milho
O nível de dano econômico causado pelo percevejo pode variar de safra para safra, dependendo do estádio da planta no momento da infestação, do potencial produtivo da lavoura e do grau de suscetibilidade da cultivar de milho safrinha.
Pesquisas realizadas pela Embrapa indicam que o nível de dano econômico para o percevejo-barriga-verde na safrinha de milho é de 0,58 percevejo por metro quadrado, ou seja, menos de um inseto por metro quadrado.
Para evitar perdas, algumas medidas estratégicas de manejo incluem:
- Tratamento de sementes de milho safrinha robusto, garantindo bom estabelecimento inicial da cultura;
- Eliminação de plantas daninhas que servem de abrigo, como trapoeraba, capim-carrapicho, capim-amargoso e capim-pé-de-galinha;
- Aplicação de inseticidas na parte aérea, aliada ao monitoramento constante para evitar novas infestações;
- Uso de iscas no período de entressafra;
- Aplicação de inseticidas na dessecação, quando a população de percevejos na palhada estiver elevada, reduzindo a pressão inicial sobre a cultura.
Os danos causados pela cigarrinha no milho safrinha
Outro inseto sugador que representa uma grande ameaça para os milharais, especialmente durante a safrinha de milho, é a cigarrinha. Essa praga pode causar danos diretos à planta devido ao seu hábito alimentar de sucção da seiva, mas os maiores prejuízos estão relacionados à sua capacidade de transmitir patógenos responsáveis por doenças.
Segundo Charles Martins, pesquisador da Embrapa, a cigarrinha-do-milho é vetor de vírus e bactérias que causam os enfezamentos, doenças severas que comprometem o ciclo produtivo do milho safrinha.
“A cigarrinha precisa de pouco tempo se alimentando para transmitir esses patógenos, o que torna as medidas de controle menos eficientes. Além disso, ela só se reproduz em milho. Com as mudanças no sistema produtivo nas últimas décadas, como o aumento do número de safras, ampliação das janelas de plantio e a disseminação de plantas voluntárias de milho na entressafra, houve crescimento populacional do inseto vetor e maior impacto das doenças no Brasil”, explica o pesquisador.
As cigarrinhas transmitem o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho. Quando não manejada corretamente, a praga pode causar perdas tão severas que inviabilizam a colheita da lavoura. Entre os danos mais comuns estão:
- Redução na absorção e assimilação de nutrientes para as plantas;
- Encurtamento de entrenós;
- Super espigamento;
- Grãos mal formados e chochos;
- Espigas improdutivas ou com falhas.
Como controlar essas pragas no milho safrinha?
Para evitar grandes prejuízos na safrinha de milho, o controle do inseto vetor, como a cigarrinha, é a medida mais indicada.
“Ao notar a presença da cigarrinha na lavoura, o produtor deve iniciar imediatamente as primeiras medidas de manejo. Para o monitoramento, recomenda-se o uso de cartões adesivos amarelos, que atraem as cigarrinhas. Outra forma eficaz é a inspeção visual das lavouras”, orienta o profissional da Embrapa.
Esse inseto é responsável pela transmissão de vírus causadores de doenças graves, como a virose da risca e a virose do mosaico estriado no milho. Embora o milho seja a única planta hospedeira da cigarrinha, ela ainda pode utilizar outras espécies de gramíneas durante a entressafra para se alimentar, como trigo, sorgo, milheto, capim colonião, braquiária e capim-elefante.
A ocorrência de milho tiguera e a manutenção de plantas com sintomas podem formar uma ponte verde que favorece a disseminação da doença. Ao se alimentarem dessas plantas, as cigarrinhas que ainda não são vetoras acabam adquirindo os patógenos e se tornam transmissoras.
É importante destacar que nenhuma medida isolada garante 100% de eficiência. O manejo integrado, que combina diversas estratégias, é a forma mais eficaz de proteção da lavoura de milho safrinha:
- Elimine plantas tigueras e mantenha o campo livre de plantas daninhas;
- Evite o plantio próximo a lavouras com sintomas de enfezamento;
- Utilize cultivares resistentes e sementes certificadas e tratadas;
- Respeite as janelas de plantio e monitore a lavoura, principalmente entre VE e V8;
- Realize rotação de culturas, evitando a sucessão contínua de gramíneas;
- Minimize perdas de grãos no pós-colheita, que podem servir de fonte de inóculo;
- Utilize inseticidas registrados, com rotação de modos de ação para reduzir a pressão de seleção.
Soluções Bayer para o manejo químico na safrinha de milho
Para o manejo químico dos temidos insetos sugadores na safrinha de milho, a Bayer oferece soluções eficazes. Curbix® proporciona efeito de choque de alta eficiência e longo período de controle, atuando tanto contra a cigarrinha quanto contra o percevejo.
Outra recomendação é associar a aplicação ao uso de Connect®, que age de forma eficaz contra diversas pragas, oferecendo maior proteção e segurança para a lavoura de milho safrinha.
“A combinação de Curbix® e Connect® une dois modos de ação distintos, proporcionando um efeito de choque ainda mais potente e um residual prolongado, especialmente para o controle de ninfas. Essa associação garante uma proteção completa e permite o controle mais rápido desses insetos”, destaca Mariana Durigan, Gerente de Soluções Agronômicas para Inseticidas na Bayer.