Blog do Agro

Milho safrinha: manejo de cigarrinha e percevejo

O que fazer para se livrar das pragas que atacam as lavouras de milho durante a segunda safra
12 de março de 2025 /// 11 minutos de leitura

Na região Centro-Oeste do Brasil, o cultivo soja-milho é bastante atrativo para o percevejo barriga-verde (D. furcatus e D. melacanthus), que pode causar danos principalmente nos estágios iniciais de desenvolvimento.

Ainda em fase de ninfa, o inseto começa a se alimentar na base da plântula e, além de consumir, injeta toxinas no tecido vegetal.

Isso causa diversos problemas como distúrbios de crescimento que resultam em espigas reduzidas e com menor carga, ou afetam completamente o desenvolvimento em casos de ataques severos.

Como consequência, há redução do estande das lavouras de milho, murchamento de folhas centrais, lesões nas folhas, super perfilhamento e folhas retorcidas.

Outro sintoma que caracteriza sua identificação são lesões simétricas nas folhas com bordas amareladas.


Medidas de controle contra o percevejo

O nível de dano econômico causado pelo percevejo pode variar de ano a ano, a depender do estádio da planta no momento da infestação, do nível de produtividade da cultura e do grau de suscetibilidade da cultivar.

No entanto, uma pesquisa realizada pela Embrapa constatou que o nível de dano econômico para o percevejo barriga-verde no milho é de 0,58 percevejo por metro quadrado, ou seja, menos de um percevejo por metro quadrado.

Algumas medidas que podem ajudar nesse controle são:

  • Tratamento de sementes robusto para garantir um bom estabelecimento inicial da cultura;

  • Eliminação de plantas daninhas que podem servir de abrigo, como a trapoeraba, o capim-carrapicho, capim-amargoso e capim-pé-de-galinha;

  • Aplicação de inseticidas na parte aérea, aliado ao monitoramento constante para evitar novas infestações;

  • Uso de iscas no período de entressafra;

  • E caso a população dessa praga esteja elevada na palhada, a aplicação de inseticidas em dessecação pode ser necessária para reduzir a pressão.


Os danos causados pela cigarrinha

Outro inseto sugador que é o terror dos milharais, e é favorecido durante a safrinha de milho é a cigarrinha. Essa praga pode causar danos diretos na planta devido ao seu hábito alimentar de sucção da seiva, mas os maiores problemas são atrelados à sua capacidade de transmitir patógenos causadores de doenças.

Charles Martins, pesquisador da Embrapa, diz que a cigarrinha do milho é um inseto vetor de vírus e bactérias que causam doenças graves no milho, conhecidas como enfezamentos. “Ela precisa de pouco tempo se alimentando para transmitir esses patógenos e essas características tornam pouco eficientes as medidas de controle. Além disso, a cigarrinha só se reproduz em milho. Com as mudanças no sistema produtivo nas últimas décadas, com aumento do número de safras, a ampliação das janelas de plantio e a disseminação de plantas voluntárias de milho na entressafra, houve um crescimento populacional do inseto vetor e aumento da importância dessas doenças no Brasil", explica.

As cigarrinhas podem transmitir o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho. Se a praga não for manejada corretamente, os danos poderão ser tão severos que não irão justificar a colheita da área.

Esses danos incluem:

  • Redução na absorção e assimilação de nutrientes para as plantas;

  • Encurtamento de entrenós;

  • Super espigamento;

  • Grãos mal formados e chochos;

  • Espigas improdutivas ou com falhas.


Como controlar essas pragas?

Para evitar esses problemas, controlar o inseto vetor é a medida mais indicada.
“Ao notar a presença da cigarrinha na lavoura, o produtor deve iniciar as primeiras medidas de manejo. Para o monitoramento, é sugerido o uso de cartões adesivos amarelos, que atraem as cigarrinhas. Outra forma de monitoramento é a inspeção visual das lavouras”, orienta o profissional da Embrapa.

Além disso, esse inseto pode transmitir vírus responsáveis pela virose da risca e virose do mosaico estriado no milho.

Mesmo o milho sendo a única planta hospedeira da cigarrinha, ela ainda pode utilizar outras espécies de gramíneas durante a entressafra para se alimentar, como trigo, sorgo, milheto, capim colonião, braquiária e capim-elefante.

A ocorrência de milho tiguera e a manutenção de plantas com sintomas também podem formar uma ponte verde que faz com que a doença se dissemine cada vez mais. Isso porque, ao se alimentarem de plantas infectadas, as cigarrinhas que ainda não estão transmitindo a doença se tornam vetores.

Lembrando que nenhuma medida isolada será 100% eficaz e suficiente. Por isso, o manejo integrado com a implementação de diversas práticas é a melhor opção.

Para isso, elimine as plantas tigueras e mantenha o campo sem plantas daninhas. Não plante ao lado de lavouras com sintomas de enfezamento. Utilize cultivares resistentes, faça uso de sementes certificadas e tratadas, respeite as janelas de plantio e monitore a lavoura, principalmente entre VE e V8.
Outras recomendações incluem realizar a rotação de culturas, evitando a sucessão de gramíneas, evitar as perdas de grãos no pós-colheita e usar inseticidas registrados, rotacionando os modos de ação.


Soluções Bayer para o manejo químico

Para o manejo químico desses temidos insetos sugadores, a Bayer tem as soluções certas: Curbix® conta com efeito de choque de alta eficiência e longo período de controle, tanto contra a cigarrinha como contra o percevejo.

Outra dica é associar a aplicação com o uso de Connect®, que age de forma eficaz contra diversas pragas, trazendo maior proteção e segurança para sua lavoura de milho. “Assim, temos a junção de dois modos de ação, o que proporciona um efeito de choque ainda mais potente e um residual para ninfas, complementando esse controle. O uso combinado desses dois produtos é o que vai garantir uma proteção ainda mais completa e controlar de forma mais rápida esses insetos", destaca Mariana Durigan, Gerente de Soluções Agronômicas para Inseticidas na Bayer.

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