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Vendas de soja e de milho aquecidas no Brasil!

Confira um panorama sobre as negociações e o motivo das vendas estarem mais aquecidas, entre outros destaques do agro15 de dezembro de 2023 /// 6 minutos de leitura

A comercialização de soja na temporada 2022/2023 atingiu 91,4% até o início de dezembro, segundo a consultoria Datagro. O valor fica abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (93,3%) e da média dos últimos cinco anos (95,9%). No entanto, em termos absolutos, o volume vendido é maior, com 143,8 milhões de toneladas negociadas e frente a 121,8 milhões da safra anterior, devido à produção recorde atingida na safra 22/23.

Além disso, houve um avanço mensal de 3,3 pontos percentuais nas vendas da soja, o que contribuiu para a redução na defasagem. Este cenário aquecido pode ser explicado pelos preços mais atrativos em novembro, aliado à necessidade de compra de insumos para a safra de inverno.


Ritmo das negociações na safra 2023/2024

Olhando para a safra 23/24, as negociações alcançaram 26,7% do que é esperado para a produção, um crescimento mensal de 2,9 pontos percentuais. Por causa das irregularidades climáticas, a Datagro também estimou novamente a produção de soja: agora em 156,6 milhões de toneladas.

Um cenário parecido é observado para o milho da safra de verão 2022/2023. A Datagro divulgou que 88,5% do total do grão já foi comercializado, também abaixo do que foi observado no ano passado (88,6%) e na média dos últimos cinco anos (93,5%). No entanto, há um avanço mensal de 3,4 pontos percentuais, acima da média para o período. Foram vendidas quase 18 milhões de toneladas de milho, para uma produção prevista de 20,2 milhões.

Já para a safrinha, estimada em 98,4 milhões de toneladas, as negociações chegaram a 70,3% do total. O aumento dos preços domésticos, a forte demanda, a finalização da colheita de inverno e o pouco espaço de armazenagem na região central do Brasil levaram os produtores a aumentarem o ritmo das negociações do cereal.

"Há expectativa de uma melhoria de preços justamente porque não temos controle sobre o volume que será produzido. Diferentemente da safra anterior, quando o clima contribuiu para a maioria das regiões, agora temos estados com áreas que estão indo bem, enquanto outras vão muito mal por causa das chuvas esparsas. Por isso, não sabemos se teremos o volume necessário para comercializar", analisa o professor Marcos Fava Neves sobre a atual comercialização de soja e de milho.


Giro de notícias

As chuvas no Cerrado intensificaram a semeadura de soja na temporada 2023/2024. Mesmo assim, o plantio segue atrasado em relação ao ciclo anterior.

Já a escassez de chuvas pode retrair a safra de laranja de São Paulo e Minas Gerais. A estimativa de produção foi reduzida em 2,1 milhões de caixas.

O clima continua afetando também a produção de frutas e hortaliças. Na região Sul do Brasil, as chuvas dificultam a colheita da batata e a alta umidade causa podridão nos talos de cebola.


Agenda da semana

Por fim, o Doutor Agro traz os pontos para os produtores acompanharem na próxima semana:

  • Impactos do clima na safra brasileira
  • Onda de calor no Brasil
  • Mercado da cana-de-açúcar
  • Custos de produção.
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