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Os impactos da safra americana de grãos no mercado global

A área de soja deve superar a de milho e ser a maior da história. Confira os principais números e pontos para acompanhar. Veja também como está a colheita de soja no Brasil, os eventos do agro e mais destaques do setor13 de julho de 2022 /// 3 minutos de leitura

O Departamento de Agricultura Americano (USDA) divulgou, na última semana, relatório com as intenções de plantio de grãos nos Estados Unidos na safra 2022/23. No documento, ao contrário do que era esperado pelo mercado, o órgão indica que a área plantada com soja deve superar, pela primeira vez, a de milho e registrar o maior valor da história.

Esse comportamento é consequência da alta nos custos de produção do cereal e da menor oferta global de soja - especialmente por conta das quebras na safra brasileira - o que tem valorizado os preços do grão no mercado global.

No milho, o USDA indica uma área plantada em 36,2 milhões de hectares, 3,5% menor que o registrado na safra passada. Já na soja, os campos devem somar 36,8 milhões de hectares, uma alta de 4% no comparativo com o último ciclo.

O Doutor Agro explica quais foram as reações do mercado a esses números e em que o produtor de grãos precisa ficar de olho a partir de agora.

"São números impressionantes. Se os americanos tiverem um clima bom, deve vir uma superprodução. O melhor para nossa agricultura seria eles aumentarem o milho para usar para etanol. Agora é preciso tomar cuidado com a perspectiva de preços mais baixos, em virtude do grande plantio dos americanos", explica o professor Marcos Fava Neves.

Colheita da soja no Brasil

Ainda falando sobre soja, no Brasil, a colheita está a todo vapor. Em Querência, no Mato Grosso, o representante técnico de vendas da Bayer, Paulo Morais, conta como estão as operações na região e a importância da colheita na seleção das cultivares de soja.

"Hoje, estamos acompanhando o final de uma colheita inclusive já estamos com cerca de 95% de área colhida no Mato Grosso", conta o representante, destacando que também está chegando o momento de colher as variedades para a próxima safra.

Segundo ele, para os produtores que estão planejando a safra seguinte, o primeiro ponto ao escolher a variedade de soja é considerar o tipo de solo, pensando nas áreas com alta, média e baixa fertilidade, para utilizar variedades que se adaptem à terra. Outra recomendação é observar o grupo de maturação, além do histórico do solo e se essas áreas têm presença de nematoides. "Hoje, com a biotecnologia Intacta2 Xtend®, já temos muitas variedades resistentes a nematoides. É importante atentar-se também para a época de plantio. Pegue o histórico de quando se iniciam as chuvas na sua região para entender até quando colher", recomenda Paulo.

As doenças são outro fator de atenção na época de chuvas. Ele conta que diversas variedades apresentam resistência a doenças de final de ciclo, portanto, escolher variedades com uma boa sanidade é muito importante, principalmente as de ciclos mais longos.

Feiras e eventos do agro

Os eventos do agro continuam pelo país. Nesta semana aconteceu a Tecnoshow Comigo 2022, em Rio Verde, Goiás. A feira contou com a presença do Espaço Bayer para receber os produtores.

E a próxima parada do Espaço Bayer será na AgroBrasília, em Brasília, de 17 a 21 de maio. "Conheça mais sobre os nossos produtos e sobre o Impulso Bayer, o maior programa de relacionamento do agro", destaca Cíntia Bragato, coordenadora de Marketing e Experiência do Cliente na Bayer.

Na próxima semana acontece ainda o Master Meeting Soja 2022, voltado principalmente para os produtores de soja do Mato Grosso. O evento acontece entre 12 e 14 de abril, em Cuiabá. O Master Meeting Soja vai contar com diversas palestras, debates e discussões sobre os tópicos mais recentes relacionados à cultura. A programação completa, além de detalhes sobre inscrições, você confere no site da Proteplan, organizadora do evento.

Notícias de destaque da semana

A oferta de milho no Brasil deve alcançar 124 milhões de toneladas em 2022. As novas estimativas indicam uma alta de 23% em comparação com o ano passado (fonte: Safras & Mercado).

Nas exportações, o Brasil embarcou 800 mil toneladas de trigo em março, 750 mil a mais que o registrado no mesmo mês de 2021. O comportamento é resultado dos elevados preços internacionais do cereal, o que tem estimulado as vendas externas (fonte: Ministério da Economia).

Além disso, o Comitê Internacional do Algodão (ICAC) reduziu a estimativa da produção global da fibra em 150 mil toneladas, agora com previsão de pouco mais de 26 milhões de toneladas. A baixa é resultado de revisões na oferta de países da África.

Para a próxima semana, o Doutor Agro sugere que os produtores fiquem de olho na condição do clima e sua influência sobre a segunda safra, na segunda safra de milho e no câmbio.

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