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Greening: O Que É e Como Controlar essa Doença de Cítricos| Impulso Negócios EP. 40

19 de março de 2023

O Brasil é um tradicional produtor de frutas cítricas e líder na produção e exportação de suco de laranja, com representatividade de 56% do que é produzido e quase 80% do que é comercializado no mundo, segundo a Fundecitrus e a CitrusBR.

Anualmente, a citricultura movimenta 14 bilhões de dólares, recolhe 190 milhões de dólares em impostos e gera em torno de 200 mil empregos diretos e indiretos no país.

No entanto, esse potencial econômico está ameaçado pelo greening. "O greening, ou huanglonbing, também conhecido como HLB, é uma doença muito séria da citricultura, causada pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus. Ela gera sintomas como ramos amarelados, mosqueado nas folhas, frutos assimétricos e sementes abortadas. Entre os prejuízos, ocorrem queda de frutos e alteração na qualidade do suco de laranja", explica João Roberto Lopes, professor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP).

Esses danos causam queda na produção e na qualidade da fruta, perda da longevidade dos pomares, redução da área de cultivo e aumento de 5% a 15% nos custos de produção, dependendo da região. Além disso, em pouco tempo, o greening pode inviabilizar 100% da produção do pomar.

O pesquisador do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), Renato Bassanezi, conta que, atualmente, o greening é a principal doença da citricultura mundial. "Em vários países, ela causou o colapso da indústria citrícola. No Brasil, embora ainda esteja sob controle, o greening tem aumentado nos últimos anos. Uma vez que a planta está infectada, não tem cura e a doença se dissemina rapidamente. Por isso, ela é praticamente a prioridade nos esforços de sanidade da citricultura."

No cinturão citrícola de São Paulo e no triângulo do sudoeste mineiro, principal região produtora de laranja do Brasil, a doença está presente em 43 milhões de árvores laranjeiras, ou seja, são pouco mais de 22% das plantas contaminadas.

Para incentivar o aprimoramento contínuo das técnicas de manejo do greening, a Bayer apoia o Laboratório de Controle Biológico do Fundecitrus, que é uma ferramenta a mais do setor para o controle externo do psilídeo, o vetor da bactéria do greening. Bassanezi comenta que o objetivo principal dessa parceria é estabelecer um laboratório para criação do parasitoide do psilídeo, o Tamarixia radiata. Esse parasitoide é criado no laboratório e são feitas liberações dele em pomares não comerciais de sítios, chácaras e quintais nas cidades, onde o controle do psilídeo por outros métodos não é possível. "Isso tem auxiliado na redução da população de insetos criados nessas plantas doentes, fora dos pomares comerciais, para que eles não cheguem nos pomares comerciais e contaminem novas plantas", afirma.

Manual de combate ao greening

Segundo o manual do greening disponibilizado pelo Fundecitrus, são 10 os mandamentos para obter sucesso no controle da doença. Confira:

  1. planeje o local do plantio. Opte por regiões que não apresentem histórico da doença;
  2. plante mudas sadias e de qualidade;
  3. acelere o crescimento e a produtividade das plantas com práticas como adensamento, adubação, irrigação, plantio de mudas com pernada e tratos culturais adequados;
  4. faça o manejo intensificado na faixa de borda, com pulverizações mais frequentes de inseticidas, feitas em intervalos de 7 a 14 dias, dependendo da incidência do inseto - nessa etapa, o Sivanto Prime® pode ajudar. Ele é indicado para o controle do psilídeo por meio de um modo de ação diferenciado, agindo dentro do sistema nervoso do inseto. A aplicação pode ser feita de forma terrestre e aérea;
  5. inspecione as plantas;
  6. não deixe de fazer a erradicação das plantas com sintomas, seguido da aplicação de herbicida para evitar brotação;
  7. monitore o psilídeo com armadilhas adesivas amarelas e inspeção visual;
  8. controle o psilídeo;
  9. faça o manejo regional e o alerta fitossanitário com a eliminação também de murta e controle dos insetos em todos os pomares comerciais e não comerciais, incluindo os da área urbana;
  10. faça ações externas de manejo por meio do mapeamento das fontes de criação do psilídeo, em um raio de pelo menos 5 km ao redor da sua propriedade, para aplicar medidas de controle devido às suas características de dispersão a longas distâncias.

O professor da Esalq alerta, ainda, que é importante, como estratégia, treinar e conscientizar os produtores e técnicos da gravidade do greening no atual cenário da citricultura. "Eles precisam conhecer as formas mais adequadas de controle da doença e implementar essas medidas no momento certo", acrescenta.

Atenta a esse problema, a Bayer também vem colaborando com a sustentabilidade da citricultura por meio do controle biológico, favorecendo o meio ambiente e oferecendo mais uma alternativa para os produtores garantirem a sanidade da produção, o que traz novas perspectivas para o setor e reforça o combate ao greening.