Os desafios climáticos vêm aí! Já preparou sua lavoura?
Entenda quais são os possíveis impactos das mudanças climáticas na safra 23/24 e como fenômenos como El Niño e La Niña podem influenciar o clima e a vegetação.Os desafios climáticos da safra 23/24
Diversos fatores impactam a rotina do agricultor: pragas, doenças, plantas daninhas, mudanças no mercado e armazenagem. Mas o clima segue como o elemento determinante para o sucesso da safra. Não à toa, a agricultura é conhecida como a “indústria a céu aberto”.
Um estudo do Dartmouth College (EUA) estimou que os impactos do El Niño podem chegar a 3,4 trilhões de dólares nos próximos cinco anos, sendo o agronegócio o setor mais afetado.
Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, explica que nas últimas três safras, o clima foi influenciado pelo fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Já na safra 23/24, o cenário mudou com o retorno do El Niño, que aquece essas águas."O que está diferenciando essa temporada são as temperaturas extremamente elevadas, que estão ocorrendo desde o inverno na América do Sul”, explica o especialista.
Diante desses desafios climáticos e dos fortes efeitos das mudanças climáticas, o agricultor tem buscado soluções para mudanças climáticas aplicáveis ao campo. Entre as práticas estão conservação de água, manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e reservas legais, além do manejo e da estruturação do solo.
Como destaca Felipe Stefaroli, gerente de desenvolvimento de mercado soja na Bayer: “hoje, o agricultor pensa muito em como cuidar do perfil de solo para estar preparado frente às adversidades do clima. No plantio direto, a diferença é clara: o solo mantém temperaturas mais amenas em comparação ao plantio convencional, onde há revolvimento.”
O impacto das mudanças climáticas na safra 23/24
A safra 23/24 encontra-se em estágio avançado de plantio, sob forte influência do El Niño.
Para o agrometeorologista, trata-se de uma safra desafiadora diante dos efeitos das mudanças climáticas. "Começou a chover cedo este ano. Em agosto tivemos as primeiras chuvas no Cerrado, o que trouxe um certo ânimo e muitos produtores foram a campo, iniciando o plantio da soja. Mas as chuvas ficaram escassas e mais concentradas no Sul do país. Agora, nessa reta final do plantio, em novembro, foi extremamente quente e seco, com produtores perdendo suas lavouras por isso”, explica Marco Antônio. Ainda assim, o especialista acredita que não haverá uma grande quebra, mas sim redução no potencial produtivo, especialmente do milho, com resultados próximos aos de 22/23.
Felipe, especialista da Bayer, reforça que essas variações climáticas exigem decisões rápidas e impactam diretamente o planejamento da safra. A estiagem, por exemplo, altera a dinâmica de pragas, doenças e plantas daninhas, exigindo adaptações no manejo. "O agricultor tem duas características muito peculiares: o otimismo e a resiliência. Por outro lado, a indústria também oferece cada vez mais soluções para o produtor se adequar a essa instabilidade", destaca.
No contexto atual, culturas perenes como café, cana-de-açúcar e laranja mostram maior resistência a períodos de estiagem, quando comparadas a culturas anuais como soja, milho e feijão. "Em um cenário como o atual, as regiões mais ao Norte do Brasil sofrem um impacto muito maior porque há uma tendência de períodos mais prolongados de estiagem do que no Sul, que está com chuvas mais regulares", diz Marco Antonio.
Felipe ressalta que um bom planejamento pode reduzir perdas: estruturar o solo, aplicar técnicas adequadas de manejo e contar com irrigação são práticas essenciais diante dos desafios climáticos.
Marco Antonio complementa: "independentemente do fenômeno que está influenciando o clima, se o produtor não fizer seu dever de casa, com uso de tecnologia, perfil de solo, escolha da cultivar e do híbrido mais adequado à sua região, ele vai perder em qualquer ano".
Soluções para proteger a produtividade da lavoura
Para enfrentar os desafios climáticos e ter maior controle sobre os efeitos das mudanças climáticas na produção, Felipe destaca a importância do uso de de ferramentas digitais no planejamento e nas operações do dia a dia. A plataforma Climate FieldView™, por exemplo, permite analisar o histórico de produtividade de cada talhão, indicar a quantidade ideal de sementes por metro quadrado e recomendar a variedade mais adequada para cada área.
O uso de sementes certificadas e devidamente tratadas também é essencial para alcançar bons resultados na safra 2024. Nesse contexto, a plataforma Intacta2 Xtend® oferece biotecnologia avançada para a proteção contra pragas e doenças, agregando mais segurança ao manejo.
Práticas como o plantio em áreas de refúgio e o manejo correto com inseticidas, fungicidas e pré-emergentes completam a proteção da lavoura. A Bayer disponibiliza um pacote tecnológico completo para auxiliar o produtor em todas essas etapas, contribuindo com soluções para mudanças climáticas e maior resiliência da lavoura.
"O agricultor que não tem uma ferramenta de planejamento, sementes certificadas ou um híbrido adequado para a região dele, estará muito mais sujeito a perda de produtividade em caso de intempéries do que o agricultor que preparou bem a sua base", opina o profissional da Bayer.
Segundo o professor e especialista em agronegócio Marcos Fava Neves, investir em plantas mais resistentes ao estresse hídrico e melhorar o ambiente de solo para reter umidade são estratégias fundamentais para mitigar o impacto das mudanças climáticas. "Esse pacote tem que entrar cada vez mais no radar do produtor porque é um pacote protetor de margens", ressalta.
Outra recomendação importante é o acompanhamento frequente da previsão do tempo. Todas as quartas-feiras, a Bayer disponibiliza em seus canais o Boletim do Clima, além de áudios diários com previsões regionalizadas para os próximos dias e semanas. "Há muita chuva prevista para o verão em toda a região Centro-Norte do Brasil. Então, muito cuidado na hora da colheita e fiquem atentos aos boletins para tomada de decisão. Minha dica é fazer uma boa gestão, usar a tecnologia e se amparar na previsão do tempo", conclui Marco Antonio.