Manejo do psilídeo na citricultura
Conheça as melhores práticas para realizar o manejo desse inseto que é vetor da doença mais temida dos citros16 de julho de 2024 /// 13 minutos de leituraAtualmente, o psilídeo é o grande responsável por transmitir bactérias que causam a pior doença que afeta os citros: o greening.
Esse inseto pode ser encontrado em todas as principais regiões produtoras do país e, por isso, se tornou uma grande ameaça para a citricultura brasileira.
Essa praga está presente no pomar durante o ano todo, mas seus picos populacionais se concentram ao final do inverno, primavera e especialmente no verão, quando a ocorrência de brotações é maior.
Porém, em anos com maior volume de chuvas, os picos também podem acontecer durante o outono e o inverno.
"Ao longo do tempo, o manejo do psilídeo vem se tornando tecnicamente mais difícil. É uma praga com a qual lidamos há 20 anos, fazendo controle com o uso do mesmo inseticida. Além disso, cada produto é muito específico para uma fase do inseto, pois alguns atuam com mais eficiência contra adultos, outros na fase de ninfa e alguns ajudam a segurar a eclosão de ovos. Isso torna ainda mais complexa a escolha dos inseticidas e a sequência de uso desses produtos", comenta o engenheiro agrônomo Danilo Franco.
Características do psilídeo e transmissão da doença
O psilídeo adulto tem de 2 a 3 milímetros de comprimento e suas asas são transparentes, com bordas escuras. Ele gosta de se alimentar nas brotações, mas também pode ser observado em folhas maduras. As fêmeas podem colocar até 800 ovos nas folhas das brotações ou, com menor frequência, na face interior de folhas maduras.
Já as ninfas são amarelo-alaranjadas e achatadas. Elas se alimentam de brotos novos, excretando grande quantidade de substâncias brancas.
A transmissão da doença ocorre quando o psilídeo se alimenta de árvores que estão infectadas. Dessa forma, ele carrega as bactérias associadas ao greening e transmite para plantas sadias. É por causa disso que é de extrema importância erradicar as árvores doentes, seja dentro da propriedade ou em áreas externas como pomares abandonados e caseiros.
Por migrarem de um pomar para outro, o lugar onde o psilídeo é mais encontrado é na borda dos pomares - cerca de 70% dos insetos ficam nesses locais. No centro do talhão, sua ocorrência diminui e volta a crescer perto de carreadores
Como fazer o controle dessa praga?
Para o manejo químico, as aplicações de defensivos devem ser feitas a partir do monitoramento, principalmente entre o fim do inverno e o início da primavera, por serem períodos de surtos vegetativos.
Os produtos utilizados precisam fazer parte da lista de Produção Integrada de Citros, que contém todos os defensivos que estão de acordo com a legislação internacional. Além disso, para fazer um bom controle químico, é preciso conhecer o histórico de pulverizações na área e fazer a rotação de grupos químicos com diferentes modos de ação.
"É possível quebrar o ciclo do inseto fazendo o controle dessas fases jovens. Em termos de contaminação, a fase do adulto é a mais grave porque é ele que se movimenta, então, quebrar o ciclo da praga, fazendo o controle antes do adulto aparecer, é o ideal. Dessa forma, mesmo que a ninfa tenha eventualmente se contaminado, ela não vai transmitir para outra planta", acrescenta o engenheiro agrônomo.
Soluções de manejo contra o greening
A Bayer pode ajudar nessa estratégia: Sivanto® Prime é um inseticida que atua nos diferentes estágios da vida do psilídeo, fazendo o controle de ovos, ninfas e adultos através de um modo de ação diferenciado.
"As estratégias da Bayer com relação a inseticidas para a citricultura são embasadas em quatro pilares: molhamento das plantas, sinergismo de ativos e rotação, transmissibilidade e a quebra de ciclo da praga. Sivanto®, que é uma molécula nova do grupo butenolide, é um produto que ajuda o agricultor a fazer a quebra de ciclo por auxiliar na rotação e ter um efeito muito importante no controle das fases jovens da praga, que são ovos e ninfa", explica Leonardo Turco, Gerente de Field Marketing para Citros na Bayer.
A molécula é resultado de quase 15 anos de pesquisa, trazendo flexibilidade na aplicação. Além disso, a associação com Bulldock, um inseticida piretróide de contato e ingestão com rápido efeito inicial, pode oferecer ainda mais proteção.
Para o manejo biológico do psilídeo, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) faz o uso da Tamarixia radiata, uma vespa que utiliza as ninfas do psilídeo para se reproduzir, matando-as no processo. As liberações das vespas são realizadas em áreas onde não há controle químico, como pomares abandonados, quintais, sítios ou locais com murtas na zona rural ou urbana.
"Para ter sucesso no controle do greening na citricultura, é preciso trabalhar com populações menores da praga. Portanto, quebrar o ciclo dela, controlando as fases jovens, nos auxilia nesse processo", conclui o especialista da Bayer.