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Importância do controle de soja na cultura do feijão

18 de fevereiro de 2019

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Uma planta é considerada daninha quando ocorre indesejavelmente em um determinada local em um determinado período. Assim, culturas como a soja e o milho podem ser consideradas plantas daninhas quando ocorrem em outros cultivos e, nesse caso, devem ser controladas para evitar danos. A cultura do feijão é um exemplo, frequentemente cultivado na sequência da soja, pode sofrer com a infestação de soja voluntária e ter seu crescimento e produção reduzidos. A ocorrência de soja voluntária é um problema comum em muitas áreas devido ao degrane natural de vagens e perdas de grãos pela colhedora.

As alternativas de herbicidas para controle da soja em cultivos de feijão são poucas. A semelhança morfológica entre as espécies e por pertencerem à mesma família são fatores que contribuem para isso. O ethoxysulfuron é uma opção de herbicida seletivo indicado para controle de plantas daninhas na pré e pós-emergência da cultura do feijão.

O ethoxysulfuron

É um herbicida do grupo das sulfoniluréias e tem ação inibitória sobre a enzima acetolactatosintase (ALS) bloqueando a síntese dos aminoácidos isoleucina, leucina e valina nas plantas. É um herbicida com ação sistêmica sobre a planta, com translocação tanto ascendente pelo xilema como descendente pelo floema. A seletividade do ethoxysulfuron é devido à diferença existente na tolerância entre as culturas do feijão e da soja a esse herbicida. Todavia, essa tolerância pode ser dependente da dose aplicada do herbicida e da adição de adjuvantes.

Efetividade no controle de soja voluntária

A soja se mostra uma cultura sensível ao ethoxysulfuron o que possibilita que esse herbicida seja aplicado para seu controle. A eficiência de controle da soja é maior para as maiores doses e para à adição de óleo mineral junto à calda. A dose recomendada de ethoxysulfuron no feijão é de 24 a 30 g i.a./ha.

Posicionamento correto em relação à soja

Maior controle é observado em plantas jovens de soja, até o primeiro trifólio se encontrar totalmente desenvolvido.

A eficiência de controle é altamente dependente da dose absorvida pela soja, assim sendo quanto mais ativo for absorvido, menor será sua capacidade em metabolizar o ativo, maior será o controle. A adição de óleo é benéfico nesse caso por poder contribuir para que maior quantidade de ativo seja absorvida. Todavia, a tolerância das cultivares de feijão são afetadas pela dose e pela adição de óleo.

Sintomas de fitotoxidade no feijão

É recomendada uma única aplicação em pós-emergência precoce do feijão, devendo ser aplicado até o desenvolvimento completo do primeiro trifólio. A aplicação do ethoxysulfuron poderá provocar leve fitotoxidade visual no feijão após a aplicação. Para cultivares mais sensíveis deve-se utilizar a menor dose recomendada que é de 40 g/ha (24 g i.a./ha). Os sintomas são caracterizados por pequenas manchas cloróticas, os quais aparecem dias após à aplicação. À medida que as plantas crescem, os sintomas são recuperados e as folhas novas já não apresentam sintomas. Trabalhos evidenciam que mesmo na presença desses sintomas, a área foliar e a matéria seca total das plantas de feijão não foram afetadas pela aplicação do ethoxysulfuron. Assim, é confirmada à tolerância do feijoeiro a esse herbicida e à possibilidade de uso em pós-emergência.

Recomenda-se que as aplicações sejam feitas em períodos com boa umidade no solo. Evitar aplicar em situações de estresse da cultura.