Irrigação na agricultura: métodos e práticas

21 de julho de 2022

Entre uma série de fatores e ações, o sucesso de uma safra depende da umidade adequada do solo. É por isso que um dos assuntos de maior interesse dos produtores diz respeito à irrigação na agricultura.

Apesar de parecer simples, esse sistema demanda medidas que valorizem a sustentabilidade, melhor custo-benefício e, claro, eficiência e manutenção da qualidade da cultura. A seguir, você conhecerá as melhores práticas de irrigação.

Características da irrigação agrícola

A irrigação engloba um conjunto de práticas que o produtor deve tomar para garantir que o cultivar receba a hidratação necessária para seu desenvolvimento. Em outras palavras, ela reúne diferentes maneiras para fornecer a quantidade de água necessária para cada cultura.

Vale dizer que a irrigação agrícola depende da ação humana. Dessa forma, ela demanda planejamento e, principalmente, práticas que permitam a viabilização hídrica em períodos de estiagem.

Entre os benefícios dessa prática, podemos citar os seguintes:

  • Melhor uso de defensivos agrícolas;
  • Aumento da produtividade e rentabilidade da lavoura;
  • Redução de riscos causados pela estiagem;
  • Menor dependência de chuvas;
  • Antecipação de colheita;
  • Melhor planejamento de plantio;
  • Aumento da quantidade de safras por ano;
  • Otimização dos processos de gestão de mão de obra.

Métodos eficientes de irrigação na agricultura

Quando falamos em métodos eficientes, nos referimos aos que são mais difundidos no contexto do agronegócio. No entanto, é importante que você escolha aquele que mais se adequa às necessidades da sua lavoura.

Tudo vai depender das condições do solo, variação climática da região, tempo de estiagem, entre outros fatores. Tenha isso em mente na hora de optar pelo ideal para evitar maiores problemas e, consequentemente, maiores custos.

Dito isso, vamos partir para a definição dos sistemas de irrigação mais utilizados nos últimos anos:

Irrigação por aspersão

É considerado um dos sistemas mais básicos de irrigação. Nesse método, são utilizados um conjunto de motobombas, além de tubulações, aspersores e outros acessórios. Ele é dividido em 2 categorias:

Sistema convencional

Conta com linhas principais, secundárias e laterais. Pode ser dividido em 4 subtipos. O primeiro é o fixo permanentes em que as tubulações são enterradas e os registros e hastes dos aspersores são mantidos na superfície.

Por ser de alto custo, é indicado para lavouras pequenas, mas que oferecem alta rentabilidade. Além disso, é indicado a locais com pouca mão-de-obra. Outro contexto de uso é em regiões com elevados índices de evaporação ou estiagem.

O segundo tipo é denominado fixo temporário. Nele, o sistema de irrigação conta com linhas principais secundárias e fixas acopladas em tubulações que, por estarem dispostas na superfície do terreno, podem ser movidas tranquilamente.

O terceiro tipo é o sistema semifixo, em que as linhas secundárias são afixadas, seja na superfície ou mais profundamente no solo. Nesse caso, as linhas que se deslocam são apenas as laterais e as tubulações são mais leves.

Por fim, o quarto tipo é o sistema portátil, em que todas as linhas são móveis e leves, o que permite maior mobilidade em toda região da lavoura. Nesse caso, até as tubulações podem ser removidas.

Sistema mecanizado

Assim como no convencional, nesse sistema, existem diferentes mecanismos e aplicações, como você verá a seguir quais são os 3 principais:

O primeiro conta com as chamadas linhas laterais autopropelidas. Ele pode ser classificado em 3 subtipos: linear, em que as linhas laterais são seguradas por torres de sustentação, intermitente, que possui uma única linha lateral e radial, que, como o próprio nome sugere, executa movimentos radiais.

O segundo mecanismo do sistema mecanizado é chamado de autopropelido. Ele conta com um sistema capaz de irrigar longas e largas faixas, já que se desloca de modo contínuo e no sentido do eixo.

Microirrigação

O objetivo da microirrigação é manter o solo e a região das raízes sempre úmidos. Dependendo da cultura, é necessário manter um padrão de umidade de 60%, por exemplo. Há casos em que o índice deve ser 30%, 20%... Tudo depende da necessidade do cultivar e das condições do solo.

Dessa forma, esse método de irrigação na agricultura é ideal para regiões em que o índice de evaporação direta do solo é alto. Ele conta com sistemas que promovem baixas vazões de água e é indicado para os seguintes contextos:

  • Culturas sensíveis a mudanças de umidade;
  • Lavouras que exigem maior frequência na aplicação de defensivos agrícolas;
  • Cultivar de alto valor econômico;
  • Regiões onde o acesso à água é reduzido ou o fornecimento de água é caro;
  • Lavouras em que o solo é irregular, pedregoso ou arenoso.

A microirrigação oferece uma série de benefícios, como acesso a grande volume de água com baixo custo e controle do índice de umidade. Vale dizer que esse método também auxilia na solução de problemas causados pelo excesso de salinidade.

Além disso, ela possibilita a condução de água às plantas a partir do sistema radicular, o que torna o processo mais eficiente. Por fim, como já dissemos, ela auxilia na economia de água pelo fato de reduzir o índice de evaporação direta.

Existem 2 sistemas de microirrigação que são mais usados pelos produtores. Confira as principais características de cada um deles a seguir:

Microaspersão

A água é distribuída por um sistema formado por microaspersores, mecanismos giratórios de pressão. O objetivo é manter a umidade em solos altamente permeáveis e arenosos.

Vale dizer que o consumo de energia é mais elevado em comparação com o sistema de gotejamento.

Gotejamento

É um dos sistemas de baixa vazão mais utilizados em áreas agrícolas. Ele consiste no uso de tubos que contam com gotejadores integrados. Dessa forma, a água é distribuída em gotas.

A microirrigação por gotejamento pode ser dividida em 2 categorias: fitas emissoras e tubos emissores. As fitas emissoras possuem parede fina e funcionam a baixa pressão. Os tubos emissores são constituídos de paredes mais espessas.

Irrigação por superfície

Esse método conta com uma série de sistemas que têm como principal objetivo distribuir a água a partir da superfície do solo, de modo a fazer com que ela escoe continuamente e evite erosão. Esses sistemas são classificados da seguinte maneira:

Irrigação por sulcos

Realiza a inundação do solo por meio de pequenos sulcos (canais) que são alocados em pequenas fileiras ao lado das plantas. Eles ficam ali até que o solo armazene a quantidade de água necessária para determinada cultura.

Irrigação por inundação

A inundação é feita a partir da contenção de água. O processo hídrico acontece por pela disponibilização de bacias planas. Nesse sistema, a área do cultivar é margeada por pequenas taipas para evitar a vazão de água.

Irrigação por faixas

A inundação acontece pela vazão da água pela superfície do solo. Nesse caso, são usadas faixas semelhantes a tabuleiros, de modo a evitar que a água escoe.

Irrigação subterrânea

Trata-se de um método de aplicação de água diretamente na subsuperfície do solo, de modo a criar um lençol de água a partir de uma profundidade que se adequa às necessidades de determinada cultura.

O objetivo é garantir que as raízes mantenham a umidade necessária. Vale dizer que a irrigação subterrânea só é realizada em situações bem pontuais, como as que descreveremos a seguir:

  • Áreas planas e uniformes;
  • Presença de uma camada de areia, solo argiloso ou solo orgânico, de modo a proporcionar uma estrutura permeável;
  • Presença de uma camada impermeável abaixo da permeável;
  • Água dessalinizada;
  • Profundidade controlada por comportas

Nesse método, o ideal é lavar o perfil do solo e renovar a água em períodos de chuvas. Isso é feito por meio da abertura das comportas.

Como escolher o melhor sistema de irrigação

Como dissemos, o sistema de irrigação na agricultura depende das características do solo, do clima, da água e da cultura. Além disso, ele depende das condições econômicas de cada produtor e, claro, do acesso a determinados recursos tecnológicos.

Caso você tenha dúvida a respeito de como validar os critérios na hora de tomar a decisão, vale a pena contar com a consultoria de um profissional especialista em irrigação.