Métodos para estimativas da população de percevejos
Monitoramento falho de pragas reduz a precisão nas tomadas de decisões, podendo antecipar aplicações dispensáveis ou atrasar aplicações necessárias.27 de fevereiro de 2019
O controle eficiente pragas na soja ou outras culturas requer determinações precisas e rápidas dos níveis populacionais das espécies presentes. Essas determinações requerem métodos adequados e periodicidade nas avaliações durante todo o ciclo da cultura. Dentre os métodos mais utilizados para contagem de pragas na soja estão o pano-de-batida horizontal, o pano-de-batida largo e o pano-de-batida vertical (Figura 1).
No pano-de-batida horizontal, o tecido (1,0 x 0,5 m) é ajustado no solo na entrelinha da soja. As plantas das duas fileiras são sacudidas, totalizando 1 m². No pano-de-batida largo o tecido possui 1m de largura e comprimento suficiente para ser desenrolado por cima da linha de soja ao lado da amostrada. Apenas as plantas de uma fileira são sacudidas nesse método. Esse procedimento deve ser realizado em dois metros de linha à fim de amostrar 1 m² de área. No pano-de-batida vertical, o tecido possui largura de 1m e comprimento ajustável conforme altura de plantas. Na extremidade inferior é adaptado um tubo de PVC (100 mm) cortado ao meio. O tubo serve de calha coletora dos insetos. Da mesma forma que o pano-de-batida largo, apenas uma fileira é sacudida e esse procedimento deve ser realizado em dois pontos para totalizar 1 m².
Trabalhos de pesquisa evidenciam que o método pano-de-batida vertical é o mais eficiente para a coleta de percevejos na soja. O pano-de-batida largo também pode gerar bons resultados, similares ao pano vertical.
No entanto, comparativamente ao pano-de-batida horizontal, a estimativa da população de percevejos pelo pano vertical é bem maior (Figura 2). Na prática isso pode influenciar significativamente nas tomadas de decisão para controle. O pano vertical irá indicar o nível de controle assertivamente, enquanto o pano horizontal, ao subestimar à população, irá induzir a um atraso na aplicação, o que pode reduzir a eficiência de controle.
A avaliação visual é um outro método muitas vezes utilizado, mas que deve ser evitado. Esse método se mostra o menos preciso e subestima a população real de percevejos na área (Figura 3). Segundo informações de Corrêa-Ferreira (1985) a população real de percevejos pode ser até 3 vezes maior do que a população estimada visualmente.
As vantagens do método vertical podem ser relacionadas ao fato de amostrar 1 fileira por vez. Corrêa-Ferreira (1985) da Embrapa Soja já citava que o pano-de-batida em 1 fileira apresenta 2 vezes mais percevejos amostrados comparativamente a amostragem por pano de 2 fileiras (Figura 4).
Com base nas informações citadas, reforça-se a importância de se realizar um correto monitoramento de pragas. Controle preventivo, sem a presença do percevejo, é inócuo, pois não mata a praga e aumenta os custos. A qualidade da amostragem e estimativa correta da população é fundamental. Para isso o método escolhido deve ser o mais adequado. Isso contribuirá para um manejo mais eficiente das pragas.
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