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Monitoramento de pragas e plantas daninhas na cultura da soja

Pragas e plantas daninhas podem comprometer até 90% da produtividade de lavouras de soja.05 de setembro de 2023 /// 14 minutos de leitura
Soja

O monitoramento de pragas e plantas daninhas é parte fundamental do manejo da cultura da soja. A prática é importante para evitar prejuízos com ambos os fatores, que segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), podem afetar até 90% da produção de soja.

Para realizar o monitoramento de pragas e plantas daninhas, é necessário capturar informações na lavoura de forma assertiva. Atualmente, o monitoramento pode ser realizado visualmente, com visitas periódicas na lavoura, ou por meio de ferramentas digitais.

Com os dados obtidos no monitoramento, o agricultor pode planejar suas ações de manejo, considerando as necessidades da lavoura. Além disso, são estes dados que orientam a ferramenta de manejo ou produto mais adequado para cada alvo, seja praga ou planta daninha.

Continue esta leitura para conhecer as principais técnicas de monitoramento de pragas e plantas daninhas na cultura da soja, e os benefícios de cada uma delas.


O monitoramento da lavoura tradicional

Antes das novas tecnologias, o monitoramento das lavouras era realizado de forma visual. Este é um dos métodos mais tradicionais de monitoramento, e envolve a observação direta das áreas cultivadas.

Especificamente na cultura da soja, o monitoramento visual é realizado até hoje da seguinte forma:

  • Os agricultores percorrem os campos em “zig zag”, identificando as plantas daninhas e pragas presentes nos diferentes pontos.
  • Os alvos são quantificados, ou a intensidade de danos nas plantas é registada.
  • Especialmente para quantificar pragas, é utilizado um pano de batida, onde os insetos são visualizados com mais facilidade.
  • Os dados obtidos são anotados em uma caderneta ou registrados em planilhas.

Embora este método seja muito simples, quando aliado a um olhar experiente, agricultores e técnicos conseguem distinguir as plantas daninhas ou pragas na lavoura. O resultado desta avaliação indica o nível de infestação e as necessidades de intervenção.


Monitorando lavouras de soja na agricultura 4.0

Hoje em dia, além do monitoramento visual, é possível utilizar ferramentas digitais, que aumentam a assertividade dos dados obtidos na lavoura de soja, e reduzem o tempo dedicado a operação.

Outro benefício direto do uso de ferramentas digitais no monitoramento de pragas e plantas daninhas, é a construção de banco de dados. Com informações capturadas e armazenadas ano após ano, o agricultor desenvolve uma inteligência de manejo capaz de otimizar operações, prever necessidades da lavoura, e facilitar o planejamento de cada safra.


As principais técnicas de monitoramento que utilizam ferramentas digitais são:

  • Sensoriamento Remoto
    Permite o uso de imagens de satélite, drones e sensores para capturar informações sobre as áreas de cultivo. Isso possibilita a detecção precoce de padrões de crescimento das plantas daninhas e ocorrência de pragas.
  • Sistemas de Informação Geográfica (SIG):
    Os SIGs são ferramentas que combinam dados geográficos, como localização, clima e topografia, para criar mapas detalhados das áreas cultivadas. Ao sobrepor informações sobre a ocorrência de plantas daninhas e pragas a esses mapas, os agricultores podem identificar padrões espaciais, e tomar decisões sobre o manejo.
  • Sensores de campo
    Sensores instalados em campo permitem a coleta contínua de informações como temperatura do solo, umidade e densidade de plantas. Ao gerar dados em tempo real, este tipo de equipamento possibilita uma avaliação mais precisa das condições da lavoura, permitindo ajustes nas práticas de manejo conforme necessário. Há também sensores que operam como armadilhas de insetos, facilitando o monitoramento de pragas.
  • Sensores em maquinários agrícolas
    Existem maquinários utilizados para plantio, colheita, e pulverizações, que já chegam na fazenda com tecnologia de monitoramento embarcada. Os sensores desses equipamentos conseguem monitorar a lavoura durante as operações. Em alguns casos, além de coletar dados, estes sensores podem acionar algum comando, como por exemplo, a aplicação de herbicidas.

De modo geral, todas as ferramentas digitais utilizadas para monitorar lavouras são resultado da integração entre sensores ou geradores de imagem, e algum software. No entanto, mesmo com estes recursos, a experiência do agricultor no monitoramento de pragas e plantas daninhas é fundamental para ler e interpretar os dados capturados.


O sensoriamento remoto no monitoramento de pragas e plantas daninhas

O sensoriamento remoto é uma das técnicas de monitoramento mais utilizadas na agricultura.

A partir de satélites ou drones e veículo aéreo não tripulado (VANT) o sensoriamento remoto gera imagens e mapas da lavoura, atribuindo valores para diferentes talhões de uma mesma área. Quando estas informações são processadas, geralmente dão origens a mapas em formato NDVI (Normalized Difference Vegetation Index (IN); Índice de Vegetação Por Diferença Normalizada (PT)).

Os mapas em NDVI são imagens com as cores verde, amarela e vermelha. Cada cor representa um índice, dependendo do que está sendo monitorado.

No monitoramento de pragas e plantas daninhas, o que aparece em vermelho representa talhões com problemas com estes fatores. Por outro lado, as áreas pintadas com a cor verde indicam onde a lavoura está com desenvolvimento vegetativo mais adequado.


Drones e satélites no monitoramento da lavoura de soja

Se você está em dúvida sobre qual ferramenta utilizar para monitorar a lavoura por meio do sensoriamento remoto, veja as diferenças entre o uso de drones ou VANTs e satélites.


Drones ou VANTs:
O uso de drones e VANTs (tem revolucionado a agricultura, possibilitando um monitoramento detalhado e preciso das lavouras. Conheça o passo a passo para realizar o monitoramento da lavoura com imagens produzidas por estes equipamentos:

  • Planejamento
    Defina os objetivos do monitoramento, como identificar pragas, doenças, estresse hídrico ou outras condições. Determine as áreas a serem cobertas e a frequência dos voos.
  • Seleção do equipamento
    Considere a autonomia de voo, a capacidade de energia da câmera, e a qualidade das imagens que você deseja capturar.
  • Prepare o equipamento
    Carregue as baterias do drone e da câmera, e verifique se todos os componentes estão funcionando corretamente. Também é necessário calibrar o equipamento conforme as instruções do fabricante.
  • Defina os parâmetros de voo
    Utilize um software de planejamento de voo para definir a área que deve ser mapeada, e os parâmetros de voo, como altitude, sobreposição das imagens e trajetória do voo. Esses parâmetros influenciam a qualidade e a precisão das imagens capturadas.
  • Sobrevoe a área
    Inicie o voo de acordo com o plano traçado. Mantenha o drone no seu campo de visão, e esteja preparado para intervir em caso de problemas. Certifique-se de seguir as regulamentações de voo de drones do país.
  • Captura de imagens
    Durante o voo, a câmera do drone capturará imagens da lavoura. Imagens de diferentes espectros, como o visível e o infravermelho próximo, podem ser úteis para diferentes análises, como detecção de estresse hídrico, saúde das plantas, e infestação de plantas daninhas ou pragas.
  • Pós-processamento das imagens
    As imagens capturadas precisam ser processadas. Isso pode ser feito usando software de processamento de imagens, ou software especializado em agricultura de precisão. O pós-processamento inclui a correção da distorção da lente, a criação de mosaicos, e a correção de cores.
  • Análise e interpretação
    As imagens processadas podem ser analisadas para identificar padrões e áreas problemáticas. Softwares de análise de imagens podem destacar regiões com estresse, presença de pragas ou outros problemas.
  • Tomada de decisão
    Com base nas análises das imagens, tome decisões informadas sobre medidas de manejo. Isso pode incluir a aplicação direcionada de pesticidas, irrigação precisa ou outras ações corretivas.
  • Monitoramento contínuo
    Repita o processo de monitoramento em intervalos regulares para acompanhar a evolução das condições da lavoura ao longo do tempo. Isso permite ajustes mais precisos nas práticas de manejo.

Os principais benefícios do uso de drones ou VANTs no monitoramento são:

  • Resolução espacial de alta qualidade.
  • Flexibilidade de voo e captação de imagens.
  • Implementação rápida do monitoramento quando necessário.
  • Entrega de imagens em tempo real:
  • Análises multiespectrais.

Satélites
O uso de imagens de satélite para monitorar lavouras de soja oferece uma visão abrangente e atualizada das condições das plantações em larga escala. Aqui estão os passos para utilizar imagens de satélite no monitoramento de pragas e plantas daninhas em lavouras de soja:

  • Escolha de plataforma de satélite
    Selecione uma plataforma de satélite que forneça imagens de alta resolução e com a frequência necessária para o seu monitoramento.
  • Aquisição de imagens
    Acesse as imagens de satélite através de provedores ou agências que disponibilizam esses dados. Muitas vezes, você precisará se cadastrar e, em alguns casos, pagar por acesso premium. Escolha datas de aquisição que sejam relevantes para o estágio de crescimento da cultura.
  • Pré-processamento
    As imagens de satélite podem requerer algum pré-processamento para melhorar a qualidade e a precisão das análises. Isso pode incluir correções atmosféricas, correções de geometria, e fusão de imagens multiespectrais.
  • Análise de imagens
    Use software de processamento de imagens ou ferramentas de análise geoespacial para extrair informações relevantes das imagens. Isso pode envolver a criação de índices vegetativos, como o NDVI.
  • Identificação de padrões
    Analise os padrões nas imagens para identificar áreas com possíveis problemas, como estresse hídrico, doenças ou pragas. Comparar imagens de diferentes datas ajuda a acompanhar a evolução das condições.
  • Mapeamento de áreas problemáticas e tomada de decisão
    Crie mapas temáticos, que destaquem áreas problemáticas, como focos de infestações de plantas daninhas ou pragas. Isso ajuda os agricultores a direcionar suas intervenções de maneira mais eficaz.
  • Acompanhamento ao longo do tempo
    Acesse seu software de processamento e armazenamento de dados de satélite periodicamente. Em intervalos regulares, é possível acompanhar as mudanças na lavoura ao longo do ciclo. Isso ajuda a avaliar a eficácia das estratégias de manejo adotadas.
  • Faça a integração com outras fontes de dados
    Combine as informações das imagens de satélite com dados coletados por sensores em tratores ou estações meteorológicas para compreender ainda melhor as condições da lavoura.

Os benefícios do uso de satélite para o sensoriamento remoto são:

  • Cobertura ampla, ideais para monitoramento em grande escala.
  • Frequência de captura, que permite o acompanhamento constante das condições da lavoura ao longo do tempo.
  • Acesso a áreas de difícil acesso.
  • Fornecimento de dados históricos da lavoura de forma concentrada.

Sensoriamento remoto com Climate FieldView™

Climate FieldView™ é a plataforma de agricultura de precisão da Bayer. Esta ferramenta ajuda agricultores a monitorar a lavoura de soja a partir de diferentes métodos, como o sensoriamento remoto, que utiliza imagens de satélite, e sensores em maquinários agrícolas.

Por meio dos sensores instalados em pulverizadores, colhedoras e plantadeiras, FieldView™ gera mapas e relatórios sobre as operações em tempo real. Isso é possível graças ao FieldView™ Drive, que é um dispositivo que se encaixa na porta CAN diagnóstica do equipamento, e coleta dados da máquina no campo.

FieldView™ Drive se conecta com o maquinário por meio do iPad® na cabine via Bluetooth®, facilitando o trabalho do operador. Ao identificar falhas, como sementes duplas no plantio, ou perdas na colheita, é possível refinar os ajustes do maquinário, e voltar para a operação rapidamente.

FieldView™ também captura e compartilha dados em tempo real por meio de satélite. Essas informações são convertidas usando o Climate Crop Index (CCI), que calcula o índice vegetativo da lavoura.

O mapa gerado pela ferramenta é similar às imagens NDVI, no entanto, apresenta maior profundidade de dados, pois é capaz de representar melhor as diferenças de desenvolvimento vegetativo dentro de um mesmo talhão, e de apresentar uma correlação maior com a produtividade da cultura monitorada.

Com esta tecnologia é possível monitorar pragas e doenças, direcionar coletas de amostras para análise de solo, planejar testes a campo, e segmentar informações por talhão em uma mesma lavoura.

Além disso, os dados capturados via sensores podem ser integrados aos dados obtidos via satélite. Tudo isso em uma única ferramenta.

Para saber mais sobre FieldView™, acesse o site www.climatefieldview.com.br.

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