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Tripes: o que são, como identificar, danos e como tratar?

Conheça esses insetos sugadores que se alimentam de várias culturas, como tomate, soja e algodão.09 de junho de 2022 /// 3 minutos de leitura

As tripes (Thysanoptera) são insetos bem pequenos que pertencem a família Thripidae. Possuem dois pares de asas franjadas e aparelho bucal sugador formado por três estiletes, que utilizam para se alimentar de diferentes culturas, como alface, algodão, berinjela, cacau, jiló, manga, melancia, pimenta, quiabo, seriguela, soja, tomate e uva.

De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), os gêneros mais relevantes do inseto, que podem ser encontrados na cultura do tomate, da Soja e do Algodão, são:

  • Thrips tabaci: sua cor varia do amarelo ao marrom e mede cerca de 1 mm. As ninfas são amarelo-esverdeadas, mais claras que os adultos, com pernas e antenas incolores.
  • Frankliniella schultzei: a coloração é amplamente variável e podem medir de 1 a 3 mm de comprimento no máximo.

O ciclo da tripes dura cerca de 15 dias. Neste período ocorre uma metamorfose incompleta, com dois estágios larvais. Em seguida a praga passa para a fase de pré-pupa e pupa e, finalmente, o indivíduo se torna um inseto adulto com asas.

Estas espécies têm reprodução sexuada e fazem a postura dos ovos nas folhas das plantas hospedeiras. As formas jovens destas pragas se distinguem das adultas pela coloração mais clara e por não possuírem asas.

A maioria das espécies de tripes conhecidas como pragas pertence à família Thripidae, que possui cerca de 1.500 espécies distribuídas em 250 gêneros. (Embrapa)

De modo geral, as tripes se alimentam da seiva das plantas, sugando e raspando as flores, folhas e frutos. Ao longo das safras, estas pragas vivem sobre folhas, brotos, flores e sob a casca de árvores.

Danos da tripes

Os impactos da praga variam de acordo com a cultura infestada, mas o ataque direto aos frutos pode impedir o seu desenvolvimento, enquanto a picada do inseto pode facilitar a entrada de agentes patogênicos.

Para se ter ideia, as viroses vira-cabeça do tomateiro e queima-do-broto da soja são transmitidas por tripes.

Danos de tripes na soja

A infestação de tripes na soja começa nos primeiros estádios vegetativos e se estende ao período de florescimento e frutificação. Nesta fase, a praga pode ser encontrada em folíolos, flores e vagens novas.

Os danos diretos da tripes na lavoura de soja podem ser identificados como raspagens nas folhas, que produzem estrias e causam o prateamento da face inferior da folha. Este sintoma não compromete o desenvolvimento da cultura e nem causa desfolha.

Por outro lado, o dano indireto da tripes na soja é a transmissão da doença viral Queima-do-Broto da Soja. O vírus da Queima-do-Broto da Soja (VQBS) é transmitido pelo pólen aderido ao aparelho bucal das tripes do gênero Frankliniella durante a alimentação da praga.

Segundo Artigo De Álvaro Manuel R. Almeida, Da Embrapa Soja, as plantas de soja infectadas por VQBS apresentam o broto com curvatura, necrosado e facilmente quebrável. Outro sintoma da doença é o escurecimento da medula da haste principal - que é o principal sinal de diagnose da doença.

O impacto causado pela doença é a morte do broto apical. Após este estágio, as plantas infectadas passam a produzir brotação axilar, com folhas afiladas e de tamanho reduzido. Como consequência, o crescimento da planta é paralisado e poucas vagens são produzidas.

Danos de tripes no algodão

De acordo com publicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ataque de tripes é importante nos primeiros 30 dias após o plantio do algodão.

Quando ataca brotações e plantas jovens, a tripes provoca o encarquilhamento e espessamento das folhas do ponteiro, que apresentam cor verde-brilhante e manchas prateadas.

Após o ataque, o crescimento da planta é prejudicado, gerando de 2 a 4 pares de folhas. Além disso, também pode ocorrer superbrotamento devido à morte da gema apical.

Danos de tripes no tomate

Os danos diretos de tripes na cultura do tomate não se diferenciam muito dos danos causados em culturas como soja ou algodão. Quando a praga se alimenta do tomateiro, também surgem pontos prateados na superfície das folhas e flores, que sofrem com encarquilhamento.

Embora estes danos não causem redução de produtividade na cultura, eventuais sinais de alimentação de tripes nos frutos podem inviabilizar a comercialização do tomate após a colheita.

O dano indireto de tripes no tomateiro é a transmissão do vírus do vira-cabeça do tomateiro (tospovírus). As espécies de tripes vetoras da doença são Thrips palmi e Frankliniella schultzei.

Ao se alimentar da seiva das plantas doentes, as tripes se contaminam com o tospovírus, e transmitem a doença quando se alimentam de plantas de tomate sadias.

  • folhas bronzeadas;
  • caule com estrias negras;
  • frutos verdes com manchas amareladas;
  • broto principal curvado.

Os impactos mais agressivos do vírus do vira-cabeça do tomateiro acontecem quando uma grande população de tripes contaminada infesta a lavoura até 45 dias após o plantio.

Manejo da tripes

Independente da cultura onde se pretende reduzir a população das diferentes espécies de tripes, a metodologia de manejo é similar e deve ser adotada preferencialmente de forma preventiva.

Para evitar perdas por tripes, é importante realizar o Manejo Integrado de Pragas, incluindo as seguintes ações:

  • Escolha de variedade ou cultivar com maior tolerância.
  • Tratamento de sementes com inseticidas registrados para a praga na cultura.
  • Aplicação de inseticidas sistêmicos registrados para a praga na cultura via pulverização aérea quando o inseto atingir o nível de controle.
  • Realizar rotação de inseticidas para evitar a resistência da praga aos produtos.
  • Monitoramento constante, mesmo em culturas que sofrem menos impacto da praga, para evitar migração do inseto para lavouras vizinhas mais susceptíveis.

Para conhecer produtos disponíveis para manejar o inseto em sua lavoura, entre em contato com um representante Bayer ou consulte um engenheiro agrônomo de confiança em sua região.

Fonte: Ag.In.

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