As expectativas para o setor de hortifrutis

18 de julho de 2022

Um estudo recente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mapeou e caracterizou a produção de hortaliças e frutas no país. Em termos de valor da produção, as três culturas de hortaliças com maior participação são a batata-inglesa na terceira posição, com 5,5 bilhões de reais; em segundo lugar o tomate, com 6,0 bilhões; e em primeiro a mandioca, que gira quase 11 bilhões de reais por ano.

Do lado das frutas, o ranking é composto pelo açaí em terceiro lugar, com quase 4,8 bilhões de reais; na segunda posição a banana, com 8,6 bilhões; e em primeiro, a laranja que entrega anualmente quase 11 bilhões de reais.

Ainda segundo o relatório, o top 3 com as regiões que mais produzem hortifrutis no Brasil é formado pela região sul, com 17% da produção; na segunda posição, a região nordeste, com cerca de 22%; e na liderança está a região sudeste, que sozinha produz quase 41% de todos as culturas deste segmento no país.

Olhando apenas para as frutas, o Brasil é atualmente o terceiro maior produtor global neste segmento, mas apenas 3% da produção é exportada, conforme dados do CNA. Mesmo assim, os embarques de frutas em 2021 ultrapassaram 1 bilhão de reais, alta de 20% na comparação com 2020.

O professor Marcos Fava Neves comenta que o Brasil tem condições de replicar modelos de agricultura periurbana envolvendo pequenos produtores, agricultura urbana e ainda agricultura em grande escala. "Vamos organizar mais as cadeias produtivas, conhecer os mercados internacionais, as demandas, investir em tecnologia, pós-colheita, conservação, plantio e produção para que tenhamos cada vez mais chance de aumentar a exportação desse setor e colocar no mercado interno produtos cada vez mais saborosos e competitivos para benefício da população", completa o DoutorAgro.

Acesse os dados completos do estudo

Clima favorece cultivo em algumas regiões do país

O clima têm impactado a produção do agro brasileiro. De um lado, o excesso de chuvas prejudica estados como Tocantins, Bahia e Minas Gerais. Do outro, a estiagem castiga os campos no Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul.

Mas também existem regiões onde o clima tem favorecido os produtores. Caroline Bortoloto, representante técnica de vendas das Sementes Agroceres, de São Gabriel do Oeste, MS, conta qual é o cenário das lavouras de grãos na região.

De acordo com ela, diferentemente do cenário no Sul do país e até mesmo no sul do Mato Grosso do Sul, a chuva esteve presente durante toda a safra na região. Como resultado do clima favorável, ela mostra uma área de cultivo de milho com bom desenvolvimento das espigas, folhas sadias e raízes bem desenvolvidas. "Na soja, vamos ter antecipação das colheitas. Os produtores já fazendo a dessecação, alguns já iniciaram a colheita e todos os produtores, tanto de soja como de milho, estão satisfeitos e esperando fazer uma ótima safra", acrescenta Caroline.

Notícias de destaque do agro

A colheita de soja alcançou 5,5% de progresso no Brasil até o dia 22 de janeiro. Na mesma data de 2021, os avanços eram de 0,9%. O Mato Grosso segue na liderança entre os estados, com 15,6% das lavouras de soja já colhidas (fonte: Companhia Nacional de Abastecimento).

Sobre o clima, a Emater de Minas Gerais aponta que chuvas entre dezembro e janeiro causaram perdas em quase 120 mil hectares de lavouras no estado. Grãos e hortaliças foram as cadeias mais afetadas (fonte: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais).

Outra notícia vem do setor sucroenergético: as usinas brasileiras de cana-de-açúcar já fixaram o preço de 52% do adoçante a ser exportado no ciclo 2022/23 (fonte: Archer Consulting). Confira também as cotações da soja, do milho, açúcar cristal e do café arábica.

Para a próxima semana, o DoutorAgro recomenda acompanhar o comportamento do clima, principalmente no Sul do país; a performance do plantio e da colheita; os desdobramentos da crise entre Ucrânia e Rússia; e o andamento na economia no Brasil.