Três dicas para uma boa colheita de algodão

12 de agosto de 2019

De acordo com relatório de acompanhamento de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgado em junho de 2020, a produção da pluma está estimada em 2,89 milhões de toneladas, valor 3,9% superior à safra passada. A companhia reporta também que as condições climáticas estão favoráveis para o bom desenvolvimento da cultura na reta final.

Mas afinal, como aproveitar esse resultado em produtividade da melhor forma? Com certeza uma boa colheita é fator decisivo para que todo o rendimento da lavoura seja rentabilizado.

Conheça agora três dicas muito importantes de Bollgard para que a colheita do seu algodoeiro seja realizada com sucesso.


Boa desfolha para uma boa colheita de algodão

A 1ª dica é: realize uma boa desfolha para preparar a lavoura para a entrada das colhedoras.

A desfolha é a operação em que são aplicados produtos “desfolhantes e maturadores” no algodoeiro, para provocar a queda das folhas e acelerar a abertura das últimas maçãs fisiologicamente maduras. O objetivo é garantir a abertura mais uniforme dos capulhos, melhor rendimento na colheita e menos contaminantes nas plumas.

Para realizar uma desfolha com eficiência, cerca de 60% a 70% das maçãs precisam estar abertas nas plantas. Isso indica que as quatro últimas maçãs – localizadas acima do último capulho aberto – estão maduras fisiologicamente e prontas para receber a aplicação dos produtos.

A partir de sete a dez dias após a aplicação do desfolhante, as maçãs estão prontas para receber o maturador – acelerador de abertura de maçãs. As plantas ficam prontas para a colheita, de sete a oito dias após essa aplicação.

Os benefícios da desfolha do algodoeiro são:

  • Aumento na taxa de abertura das maçãs
    Com a desfolha, as maçãs recebem mais radiação solar e desidratam mais rapidamente, o que faz com que mais maçãs se abram até a colheita.
  • Redução do apodrecimento de maçãs
    Com mais acesso a luz e ar, as maçãs – principalmente do ponteiro e terço médio da planta – conseguem abrir mais rapidamente e uniformemente, junto com o restante da planta.
  • Melhoria na performance das colhedoras
    Com lavouras mais uniformes, o maquinário rende mais, por não encontrar problemas com galhas ou matéria verde ao longo do percurso.
  • Preserva a qualidade de fibra
    Com a área bem-desfolhada, evitamos a contaminação da pluma com pimentinhas, folhas secas e quebradiças, e ramos.

Adote uma logística adequada para a colheita de algodão

A cada dia que as plantas de algodão passam no campo após a desfolha, ocorre um percentual de perdas no peso da pluma e na qualidade das fibras. Sendo assim, a 2ª dica é: o produtor deve iniciar a operação de colheita o mais rápido possível, quando o algodoeiro apresentar 100% dos capulhos abertos.


No gráfico, visualizamos a queda de preço da fibra em relação ao atraso de colheita em duas regiões dos EUA.

Nessa época do ano o clima é seco – com baixas probabilidades de chuvas – e o algodão pronto para colher não pode ficar mais tempo que o necessário no campo. Por isso, antes mesmo de realizar a desfolha, é importante ter acesso a uma colhedora e dimensionar a capacidade de colheita do maquinário de acordo com o tamanho de área plantada.

A capacidade de colheita dos modelos de colhedoras mais utilizados é:

  • “Máquina de cesto”: de 8 a 12 hectares por dia.
  • “Máquina de rolinho”: de 25 a 30 hectares por dia.

Monitore a umidade das plumas: elas vão dizer a hora certa de iniciar a colheita de algodão

A 3ª dica é: a colheita pode começar quando o teor de umidade do algodão em capulho estiver inferior a 12% – esse indicador é importante para preservar a qualidade da fibra e facilitar o processamento na algodoeira.

Em situações em que a umidade estiver elevada e não for possível adiar a operação de colheita, o produto (algodão em caroço) não pode ser armazenado no campo por muito tempo e deve ser levado o quanto antes para a secagem, antes do descaroçamento.

Se existir possibilidade de chuvas na época planejada para a colheita, o mais indicado é antecipar a operação, mesmo que as plantas apresentem de 80% a 90% dos capulhos abertos. Dessa forma, é possível evitar problemas com a umidade e preservar a qualidade intrínseca dos capulhos abertos.

Agora, é só colher o algodão com tecnologia Bollgard

Depois dessas dicas, basta observar alguns detalhes e extrair o máximo de produtividade da lavoura. Veja os pontos de atenção:

  • Manejo de plantas daninhas
    Quanto menos massa verde no campo, melhor é o rendimento da colhedora e menor é a contaminação da pluma.
  • Manejo de pragas
    Insetos como pulgão (Aphis gossypii) e mosca-branca (Bemisia tabaci) podem danificar a qualidade da pluma e dificultar a comercialização.
  • Observar as perdas
    As perdas na colheita devem ser de 5% a 15%, dependendo das condições da lavoura. Mais que isso pode significar falhas na operação.

Desejamos uma ótima colheita para todos os cotonicultores brasileiros, que superaram a produtividade da fibra da safra passada e estão se engajando na produção dessa matéria prima essencial para diversos mercados no Brasil e no mundo.


Data
03 julho 2020

Localização
São Paulo

Fonte
Ag.In