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Cana: como manejar o bicudo em soqueira

As estratégias de manejo mais indicadas para combater essa praga que é sinônimo de prejuízos nos canaviais
06 de maio de 2025 /// 3 minutos de leitura

O bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis) é uma das principais pragas dessa cultura. Desde o fim da década de 1980, a ocorrência se intensificou no Brasil, principalmente em canaviais do estado de São Paulo. Mas a presença da praga também já foi reportada em outros estados produtores, o que torna o manejo do bicudo ainda mais desafiador. Para evitar problemas no canavial, o produtor deve adotar o monitoramento, com atenção especial para as novas soqueiras. Além disso, é preciso identificar rapidamente os sinais provocados pelo bicudo, como folhas ressecadas, com tonalidade amarelada, bem como a deterioração dos perfilhos.

Como ocorre o ataque do bicudo

Isso acontece porque o bicudo da cana faz galerias nos colmos e ataca a parte subterrânea da touceira, chamada de rizoma, o que prejudica a produtividade da lavoura. Além disso, o ataque dessa praga afeta a qualidade da matéria-prima e reduz a longevidade dos canaviais. “Adultos, larvas e pupas vivem no interior do rizoma, por isso, temos que associar diferentes ferramentas. A primeira delas é destruir mecanicamente as soqueiras infestadas, mas como os adultos são muito longevos, também temos que adotar o vazio sanitário longo, ao redor de seis meses", explica Leila Dinardo Miranda, pesquisadora científica do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). A postura dos ovos, que vão gerar um novo adulto, pode conviver por um período conjunto com os insetos mais velhos, aumentando a população até um novo acasalamento e proliferação. Além disso, o bicudo da cana pode atingir áreas que ainda não estão infestadas, principalmente por meio de mudas infectadas e pelo tráfego do maquinário. Apesar desse inseto ser encontrado na lavoura durante o ano todo, é necessário se atentar aos seus picos populacionais. Enquanto os adultos são encontrados facilmente entre fevereiro e março ou entre outubro e novembro, meses mais quentes e úmidos, o pico populacional das larvas ocorre entre junho e julho, quando o clima é mais frio e seco. “A fêmea deposita os ovos durante todo esse período e, além disso, os adultos são muito resistentes a condições adversas. Portanto, conseguem sobreviver a altas temperaturas e fortes secas”, acrescenta a pesquisadora.

Os principais métodos de manejo

Para não ter mais dor de cabeça com o bicudo no canavial, é necessária a integração de práticas de manejo que, juntas, serão mais eficazes para controlar a praga. O controle cultural, por exemplo, envolve a remoção mecânica das soqueiras combinada com o preparo de solo, que visa expor as larvas e pupas aos seus predadores. O momento mais adequado para essa ação é durante a estação seca, período em que ocorre a maior incidência de larvas no canavial. Além disso, recomenda-se que a área seja mantida livre de vegetação hospedeira por mais de 3 meses. Outras medidas importantes incluem a rotação de culturas com espécies não hospedeiras, o uso de mudas de qualidade na implantação da lavoura e a higienização dos equipamentos ao alternar entre as áreas de operação. O controle biológico é feito por meio de fungos e nematóides entomopatogênicos, que são importantes inimigos naturais do bicudo da cana. Eles podem ser associados ao manejo químico, com a utilização de inseticidas. Nesse caso, as aplicações devem ser feitas nos sulcos de plantio, durante a implantação do canavial e na soqueira, logo depois da colheita.

Curbix: potencial máximo no controle do bicudo da cana

No momento de início da brotação da soqueira, ou perfilhamento da cana-de-açúcar, os produtores podem contar com o efeito de choque de Curbix. “Curbix age gradualmente na contaminação do inseto, tanto por ingestão ou por contato da praga com seu princípio ativo, o etiprole. Essa contaminação gradual tende a ser mais prolongada do que em outros inseticidas que se degradam mais rapidamente, o que demanda mais aplicações, aumenta os custos e nem sempre garante o devido potencial de proteção contra o Sphenophorus levis” destaca Paulo Donadoni, gerente técnico para cana e amendoim, na Bayer. Com o novo modo de ação contra o bicudo da cana-de-açúcar, Curbix causa rápida redução na população de larvas e adultos, tem controle eficiente com ação prolongada e proporciona flexibilidade no manejo em diferentes modalidades.“Além disso, o Curbix é muito eficaz no controle da cigarrinha das raízes e de cupins, em diferentes modalidades de aplicação e épocas de uso. Ele oferece flexibilidade ao produtor ao controlar as principais pragas de solo, além de versatilidade nas formas de aplicação, facilitando o manejo e protegendo a produtividade do canavial", conclui o profissional da Bayer.

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