Cana-de-açúcar: como manejar o bicudo em soqueira
Conheça as estratégias de manejo mais indicadas para combater o bicudo, praga que representa grandes prejuízos na plantação de cana-de-açúcar e compromete o desenvolvimento da soqueira.O bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis) é uma das principais pragas que afetam a plantação de cana-de-açúcar no Brasil. Desde o final da década de 1980, sua ocorrência vem se intensificando, especialmente em canaviais do estado de São Paulo. Atualmente, a presença da praga também já foi registrada em outros estados produtores, tornando o manejo do bicudo ainda mais desafiador.
Para proteger o canavial e garantir os benefícios da cana-de-açúcar, é essencial que o produtor adote práticas de monitoramento, com atenção especial às novas soqueiras. A identificação rápida dos sintomas é fundamental para evitar prejuízos, incluindo folhas ressecadas, com tonalidade amarelada e a deterioração dos perfilhos.
Como ocorre o ataque do bicudo na cana-de-açúcar?
O bicudo da cana-de-açúcar prejudica a lavoura ao perfurar os colmos e atacar a parte subterrânea da touceira, conhecida como rizoma, comprometendo diretamente a produtividade da plantação de cana-de-açúcar. Além disso, o ataque dessa praga afeta a qualidade da matéria-prima e diminui a longevidade dos canaviais.
Segundo Leila Dinardo Miranda, pesquisadora científica do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), “adultos, larvas e pupas vivem no interior do rizoma, por isso, precisamos associar diferentes estratégias de manejo. A primeira delas é a destruição mecânica das soqueiras infestadas, mas como os adultos são muito longevos, também é necessário adotar o vazio sanitário prolongado, com duração de cerca de seis meses.”
A postura dos ovos ocorre de forma contínua, permitindo que novos indivíduos coexistam com adultos mais velhos, o que eleva a população e favorece novos ciclos de acasalamento e proliferação. Além disso, o bicudo da cana pode atingir áreas ainda não infestadas, principalmente pelo transporte de mudas contaminadas ou pelo tráfego de maquinário agrícola.
Embora o inseto esteja presente na lavoura durante todo o ano, seus picos populacionais variam conforme o clima. Os adultos são mais facilmente encontrados em períodos quentes e úmidos, como entre fevereiro e março ou entre outubro e novembro, enquanto as larvas atingem seu pico entre junho e julho, meses mais frios e secos. “A fêmea deposita ovos durante todo esse período, e os adultos apresentam alta resistência a condições adversas, sobrevivendo tanto a altas temperaturas quanto a secas intensas”, completa a pesquisadora.
Principais métodos de manejo do bicudo na cana-de-açúcar
Para evitar prejuízos com o bicudo nos canaviais, é necessário adotar estratégias de manejo integrado, combinando diferentes práticas para alcançar maior eficiência no controle da praga.
O controle cultural inclui a remoção mecânica das soqueiras associada ao preparo do solo, expondo larvas e pupas aos seus predadores naturais. O período mais indicado para essa prática é durante a estação seca, quando ocorre a maior incidência de larvas na plantação de cana-de-açúcar. Além disso, recomenda-se manter a área livre de vegetação hospedeira por pelo menos três meses.
Outras medidas importantes para proteger o ciclo da cana-de-açúcar envolvem:
- Rotação de culturas com espécies não hospedeiras;
- Uso de mudas de alta qualidade e livres de pragas no canavial;
- Higienização do maquinário antes de transitar entre talhões e áreas diferentes.
O controle biológico pode ser realizado por meio de fungos e nematoides entomopatogênicos, que atuam como inimigos naturais do bicudo da cana. Essa abordagem pode ser associada ao manejo químico, com aplicação de inseticidas diretamente nos sulcos de plantio durante a implantação do canavial ou na soqueira logo após a colheita.
Curbix: potencial máximo no controle do bicudo da cana-de-açúcar
No início da brotação da soqueira, fase conhecida como perfilhamento da cana-de-açúcar, os produtores podem contar com o efeito de choque doe Curbix.para proteger o canavial.
“Curbix age gradualmente na contaminação do inseto, tanto por ingestão quanto pelo contato da praga com seu princípio ativo, o etiprole. Essa contaminação gradual tende a ser mais prolongada do que em outros inseticidas que se degradam mais rapidamente, o que demanda mais aplicações, aumenta os custos e nem sempre garante o devido potencial de proteção contra o Sphenophorus levis”, destaca Paulo Donadoni, gerente técnico para cana e amendoim na Bayer.
Com seu novo modo de ação contra o bicudo da cana-de-açúcar, Curbix promove rápida redução na população de larvas e adultos, oferece controle eficiente com efeito prolongado e proporciona flexibilidade no manejo em diferentes modalidades de aplicação.
“Além disso, o Curbix é muito eficaz no controle da cigarrinha das raízes e de cupins, em diferentes modalidades de aplicação e épocas de uso. Ele oferece flexibilidade ao produtor ao controlar as principais pragas de solo, além de versatilidade nas formas de aplicação, facilitando o manejo e protegendo a produtividade do canavial", conclui o profissional da Bayer.