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Manejo e controle de lagartas nas culturas de milho e soja

Saiba como proteger a sua lavoura das lagartas com o uso de boas estratégias, tecnologia e as melhores práticas.17 de julho de 2022 /// 5 minutos de leitura

Elas estão sempre em foco e quando entram em cena é prejuízo na certa. As lagar-tas atacam de diversas formas, nem plantas de soja que acabaram de emergir e nem plantas de milho que superam a casa dos dois metros de altura escapam dessas pragas. E o pior: quando elas entram em campo o resultado é avassalador.

No milho, a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) é considerada uma das principais vilãs pela frequência de aparecimento e prejuízos econômicos que, segundo a Agro-precision, costuma ser de 22%, mas podem chegar a 60%.

Em fases iniciais da produção do cereal, essas pragas podem cortar as plântulas rente ao solo e perfurar o colmo, gerando o sintoma de coração morto. Além disso, em plantas na fase de crescimento vegetativo, a lagarta causa desfolha, se alimentando de folhas novas e destruindo o cartucho do vegetal. Por isso a origem do nome – lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda).

Jerson Guedes, professor de Entomologia da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul), alerta que na cultura do milho, a mais importante é a lagarta do cartucho. Trata-se de uma praga com distribuição mundial e que hoje, no Brasil, impacta o início do culti-vo, entre a sexta e oitava folha do milho, reduzindo a área foliar e comprometendo a produtividade do cereal.

Já na soja, duas lagartas estão tirando o sono do agricultor: a Chrysodeixis includens, conheci-da como Falsa Medideira, que tem elevado poder de desfolha que pode chegar até 100%, segundo a Embrapa, e as lagartas do complexo Spodoptera, dentre elas a conhecida Spodoptera frugiperda, que muitas vezes aparece nas etapas finais do ciclo, se alimentando das estruturas reprodutivas das plantas como as flores e vagens, causando impacto direto na produ-tividade.

Guedes lembra que nos últimos anos e safras, algumas Falsas Medideiras têm ganhado força em alguns estados, mas o complexo de lagartas que causa preocupação na cultura da soja é a Spodoptera, o que determina o controle químico e a busca por soluções biológicas, inclusive com associação dos dois métodos para diminuir o impacto dessas lagartas na soja.

Para qualquer uma das situações, tanto na soja como no milho, o produtor, para não ser surpre-endido, precisa ficar atento ao monitoramento e ao manejo. Isso significa que é pre-ciso manejar as lagartas muito antes de começar a cultura, monitorando a cultura antecedente, a cobertura utilizada antes do cultivo do milho ou da soja, a combinação de milho e soja quando eventualmente as culturas hospedam a mesma espécie, monitorar os níveis populacionais para integrar métodos biológicos e químicos e a tecnologia embarcada na cultivar utilizada para que a combinação implique em menor dano possível dessas pragas. O manejo integrado de pragas deve ser a técnica preconizada para reduzir os riscos e danos das lagartas na cultura do milho e da soja.

Estratégias e soluções

O técnico agrícola Carlos Otávio, da Fazenda Boa Sorte, em Quarto Centenário (PR), adotou uma estratégia para combater as lagartas: o monitoramento semanal. Ele explica que a ação é realizada a cada cinco dias com tolerância de sete dias em caso de chuvas ou imprevistos. O ponto de monitoramento é realizado a cada dez hectares com a ajuda de um aplicativo que aponta o mapa de calor, e quando é atingido o nível de controle, entra-se com a aplicação na lavoura.

Nessa guerra contra as lagartas, o monitoramento semanal tem dado resultados. No entanto, o principal desafio enfrentado, segundo ele, é realizar a aplicação o mais rápido possível e nas melhores horas do dia, que oferecem temperatura e umidade adequadas parar obter a melhor eficiência dos produtos.

Entre as lagartas, Otávio chama a atenção para uma espécie. Antes do uso de cultivares com a biotecnologia Intacta, a fazenda enfrentava problemas com a Falsa Medideira, e nos pós, o cuidado deve ser com a Spodoptera frugiperda.

Daniela Okuma, gerente de Desenvolvimento Avançado de Inseticidas e Nematicidas da Bayer, explica a razão para o sumiço da Falsa Medideira e o aumento de Spodoptera. Ela comenta que a introdução de soja BT agregou muito ao manejo, principalmente das lagartas mais específicas da cultura como a Falsa Medideira e a lagarta da soja. No entanto, o cultivo BT não é eficiente para o controle de todas as espécies de ocorrência na cultura, como o complexo Spodoptera, por exemplo.

O manejo através de aplicação de inseticidas também é fundamental na integração de técnicas para combater as lagartas não alvo da tecnologia BT. Uma dica importante é que a aplicação adequada depende da identificação das pragas. Daniela orienta que para evitar essas perdas é importante realizar o monitoramento e a identificação das espécies que estão ocorren-do. Dessa maneira, pode-se escolher o melhor produto a ser utilizado para o controle.

Para identificar as pragas na soja e no milho, o agricultor pode contar com o serviço Patrulha, que oferece o monitoramento da lavoura na palma da mão através de uma ferramenta digital e conectada. O tratamento de sementes é outra importante técnica do manejo integrado, garantindo que outras lagartas e pragas não controladas pela tecnologia BT se mantenham lon-ge de ameaçar o desenvolvimento inicial das lavouras. Mas, um detalhe: é importante utilizar produtos sistêmicos, que são absorvidos e translocados para as partes aéreas, as mais apetito-sas às lagartas.

Para o manejo desse complexo de lagartas, Daniela esclarece que a Bayer possui inúmeras soluções que podem ajudar no manejo. O Certero é um produto do grupo dos reguladores de crescimento, ideal para as primeiras aplicações devido a sua seletividade aos inimigos natu-rais e ao grande poder residual.

Já o Belt é um produto com ação no sistema muscular do inseto e um inseticida do grupo das diamidas. Ele é bem completo e age em todas as espécies de lagartas, principalmente nas de difícil controle, pois possui ação translaminar e um excelente residual, além de ser seletivo aos inimigos naturais e pode ser aplicado durante a florada.

Outro produto muito eficiente que Daniela chama à atenção é o Larvin , principalmente nas lagartas de difícil controle, incluindo as espécies de Spodoptera. Ele é extremamente versátil, uma vez que possui ação tanto em ovos como em lagartas, além de ser a melhor opção para ser utilizado em dias quentes e secos devido à sua formulação. Possui um modo de ação dife-rente, sendo uma alternativa para a rotação de ativos no campo.

Lembre-se: as práticas de rotação de culturas são medidas importantes para a que-bra do ciclo reprodutivo de algumas pragas, eliminando a presença de inimigos remanescentes.

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