Soja: um dos grandes destaques do agro brasileiro
Confira as perspectivas para a safra atual e saiba como combater as principais doenças que ameaçam a lavoura de soja.A importância da soja para a agricultura brasileira
As exportações do complexo soja – que inclui óleo, farelo e o grão – geraram mais de US$60 bilhões para o Brasil em 2022, segundo o professor Marcos Fava Neves. Esse valor representa 40% de tudo o que o agronegócio brasileiro vendeu ao mundo e quase 20% de todas as exportações nacionais. “A soja está em todo lugar: na ração animal, no óleo e no biodiesel. É um produto com uma capacidade incrível de geração de renda”, destaca o especialista.
Ainda de acordo com ele, o Brasil, que hoje responde por cerca de 55% do mercado mundial de soja, pode alcançar 65% nos próximos 10 anos. Isso significa que, em breve, quase dois terços de toda a soja comprada no mundo poderão ser fornecidos pelo país.
Esses números impressionam, mas nem sempre foi assim. Na década de 1980, por exemplo, o Brasil produzia menos de 10% do volume atual e ainda era importador do grão. O salto de produtividade que levou o país à liderança global da produção de soja é resultado de uma combinação de fatores, como destaca Carlos Toscano: investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, uso de tecnologia de ponta e a dedicação dos produtores brasileiros.
Além da expansão da área plantada e do aumento de produtividade, o Valor Bruto da Produção (VBP) da soja, ou seja, a renda gerada no campo, deve superar R$ 400 bilhões neste ciclo, um crescimento de 20% em relação ao ano passado e equivalente a quase um terço de toda a renda do agronegócio brasileiro, segundo estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Com resultados tão expressivos, é possível atingir patamares ainda mais altos de produtividade na lavoura de soja?
Para Lucas Santos, a resposta é sim. "As áreas de Pesquisa e Desenvolvimento buscam, cada vez mais, ter cultivares adaptadas à realidade daqueles ambientes e muito mais produtivas, além de uma série de manejos que contribuem para que a cultura expresse todo seu potencial", afirma.
Desafios na produção: doenças da soja
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), em 2021 a soja foi a cultura com maior área tratada com defensivos agrícolas, representando 57% do total nacional.
Esse alto índice se explica pela grande pressão de doenças, pragas, plantas daninhas e pelas adversidades climáticas que afetam diretamente a lavoura de soja.
"A dinâmica de doenças da soja tem sido a mais desafiadora safra após safra. A cada ano, temos uma realidade e uma condição ambiental diferente. Há lançamentos de novas variedades com alto teto produtivo, mas sem a robustez para resistir naturalmente às doenças. Com isso, doenças que já eram problema no passado estão mais expressivas e existem novas aparecendo", analisa Ximena.
Entre as principais doenças da soja, a ferrugem-asiática continua sendo a mais temida, podendo comprometer até 80% da produtividade. Outro problema crescente é a mancha-alvo, que preocupa produtores em várias regiões do Brasil.
"Temos um país muito amplo e com realidades distintas. Temos as chamadas Doenças de Final de Ciclo (DFC) que contemplam vários outros patógenos e que têm sido cada vez mais significativas no Brasil. Existe ainda o mofo-branco, comum em regiões de maior altitude e temperaturas mais baixas, e a anomalia das vagens, que compromete a qualidade do grão e tem afetado o Mato Grosso", acrescenta Ximena.
Ela destaca que os fungicidas são ferramentas eficazes para o controle das principais doenças do complexo da soja, inclusive auxiliando na redução da anomalia das vagens, desde que inseridos em programas de aplicação bem planejados.
Carlos reforça que não existe uma “bala de prata”. "Na Bayer, pensamos em um sistema robusto de manejo para essas novas situações que o agricultor enfrenta."
Lucas lembra ainda que o Brasil é um dos poucos países a produzir soja em clima tropical e em uma área tão extensa, o que favorece uma grande diversidade de doenças e pragas. "Por isso temos um complexo de várias doenças que competem entre elas. O agricultor brasileiro investe, sabe que é necessário ter uma proteção adicional diferentemente de outros países. Ele sabe que, se tiver um clima bom para a soja, também vai ser um clima favorável para as doenças."
Para ele, o ponto de partida para uma lavoura de soja produtiva é a escolha da cultivar mais adaptada à região. “Depois que o produtor estabelece um alto teto produtivo, a prioridade deve ser a proteção da planta com manejos integrados que garantam o máximo potencial na colheita de soja”, conclui.
Desafios na produção: doenças da soja
Com foco em um sistema de manejo altamente eficaz para a lavoura de soja, a Bayer ampliou a linha Fox® Xpro com o lançamento do Fox® Supra, que traz em sua formulação uma nova molécula da classe das carboxamidas.
Com dose única de aplicação, o produto apresenta alta eficácia contra a ferrugem da soja e todo o complexo de doenças que afetam a cultura, protegendo o potencial produtivo da colheita de soja.
“O Fox® Supra já está no campo em áreas comerciais e estamos acompanhando os resultados. Além dessas áreas, mais de 150 estão instaladas em condição de pesquisa experimental para compará-lo com outros produtos do mesmo segmento", conta Ximena.
Carlos destaca que 3.200 áreas estão sendo acompanhadas pelos representantes comerciais da Bayer junto aos agricultores, a fim de comparar o manejo padrão com o sistema Bayer. "Estamos com 70% de vitória, 5% de empate e apenas 25% de derrota. Isso é fantástico e além dos 70% de vitória nas áreas colhidas, temos um incremento de produtividade em torno de 2 sacos por hectare", acrescenta.
O cenário da safra de soja 22/23
De acordo com levantamentos da Conab, a colheita de soja da safra 2022/23 segue em ritmo mais lento do que o registrado no ciclo anterior.
Segundo o professor Marcos Fava Neves, esse atraso na lavoura de soja é consequência de problemas climáticos, que afetaram principalmente o Rio Grande do Sul, além do excesso de chuvas no Mato Grosso, o que dificultou a entrada das máquinas no campo e atrasou as operações de colheita da soja.
"Mesmo assim, a expectativa é de que o Brasil produza 153 milhões de toneladas de soja e boa parte desse volume já está garantido. Estamos com um preço bom porque os americanos e argentinos tiveram perdas. A preocupação é com o futuro porque o preço vai estimular o plantio nos Estados Unidos, que deve trazer 5% a mais na safra que será plantada em abril e maio", observa o professor.
Além de interferir no ritmo da colheita de soja, o excesso de chuvas favorece o desenvolvimento de doenças na lavoura de soja, já que a maioria delas se manifesta em ambientes úmidos e com temperatura elevada.
"Esta safra está com um regime de chuvas peculiar e a ferrugem está aparecendo onde, antes, não representava um problema significativo", conta Ximena.
Em relação às perspectivas climáticas, Carlos comenta que a previsão é de retorno do fenômeno El Niño no segundo semestre, o que deve trazer um regime de chuvas dentro da média em grande parte do Brasil. Ele acrescenta que, apesar da seca ter castigado novamente o Rio Grande do Sul, os estados do Paraná e Santa Catarina apresentam bons resultados de produtividade nesta safra.
Novas soluções da Bayer para a lavoura de soja
Ximena destaca que, no controle de doenças na lavoura de soja, é importante dar atenção especial à aplicação de fungicidas durante o estágio vegetativo. Pesquisas indicam que essa é a fase que mais contribui para reduzir a pressão das doenças sobre as plantas, além de facilitar as aplicações pré-fechamento da lavoura de soja.
Outro ponto importante é o uso de produtos com princípios ativos realmente eficazes para as condições da agricultura brasileira.
"Se tiver dúvida, consulte um técnico ou agrônomo para saber sobre os ativos dentro do produto, preste atenção às doses indicadas pelas empresas e atente-se para o intervalo das aplicações. Por fim, recomendo a utilização de fungicidas multissítio, que têm se tornado imprescindíveis para dar longevidade às moléculas e maior efetividade no controle", orienta a especialista.
Lucas complementa com um alerta importante: a escolha bem fundamentada é decisiva para o sucesso da produção. "A vida do agricultor é feita de escolhas. Ele precisa escolher a cultivar, o trator e colhedora. E hoje está muito mais difícil fazer escolhas porque o mercado cresce, há mais ofertas, mas é preciso conhecer o histórico da empresa", conclui.