Nematóides: estratégias de controle para o inimigo oculto das lavouras

Como identificar um nematóide?

O nematoide é tão pequeno que é conhecido como o “inimigo oculto” das lavouras, mas seus prejuízos são gigantes. Segundo a Sociedade Brasileira de Nematóides, as perdas anuais no Brasil podem chegar a 65 bilhões de reais.

Pedro Soares, nematologista e professor da Unesp, explica que o nematoide é um verme microscópico que passa despercebido aos olhos do agricultor. O que vai indicar a presença dessa praga na plantação são os seus sintomas.

"Ele está naturalmente presente nos solos, é encontrado em todas as áreas do país e se alimenta das raízes das plantas. Então ele cresce, se desenvolve e se multiplica. As raízes começam a ficar menos desenvolvidas, passam a absorver menos água e nutrientes, o que se reflete em menor produtividade", explica.

Guilherme Hungueria, engenheiro agrônomo e gerente de inseticidas Latam da Bayer, destaca que a área tratada com nematicidas no Brasil aumentou mais de 20 vezes desde a safra 2016/17, evidenciando maior conscientização dos produtores. Ainda assim, esse manejo cobre apenas cerca de 30% da área total de soja cultivada, demonstrando que muitos agricultores ainda subestimam o risco.

“O produtor tem plena consciência da importância do inseticida, herbicida e fungicida, mas a proporção de produtores consumindo nematicidas é menor. Eles têm tantos desafios para defender o teto produtivo da soja que levam muito tempo até perceberem que o problema é o nematoide e, por consequência, não fazem o manejo correto”, observa Guilherme.

Erick Cancian, engenheiro agrônomo e gerente de cultivo de soja e milho na Bayer, reforça que o controle é possível. “Existe toda uma mística por trás do nematoide, mas o produtor passa a perceber que é algo manejável e que existem ferramentas para mitigar os problemas. O produtor que faz uso dessas ferramentas não volta mais atrás, ele vai incrementando e entendendo cada dia mais a interação das ferramentas com o sistema dele"..

Aspectos gerais de um nematóide

No Brasil, a soja é a cultura que mais sofre com os impactos causados pelos nematóides, por ser a principal commodity agrícola do país e ocupar a maior área de cultivo. Em seguida, aparecem milho, cana-de-açúcar, algodão, feijão, café e hortifrútis, conforme explica o nematologista Pedro Soares.

Os nematóides costumam ocorrer em reboleiras, e os sintomas mais comuns incluem deficiência nutricional, nanismo, amarelecimento, redução no desenvolvimento das plantas e queda na produtividade. "Ao atingir esses sintomas característicos de reboleiras e manchas, o produtor perde cerca de 30% da produtividade, dependendo da maneira como o problema está distribuído na lavoura. Mas as perdas podem chegar a 50% ou, às vezes, até inviabilizar a cultura", alerta o especialista.

Outro ponto crítico é que, uma vez instalados no solo, os nematóides são praticamente impossíveis de erradicar. Por isso, o controle depende de estratégias de manejo que reduzam a população do parasita. O primeiro passo é um diagnóstico preciso, que pode ser facilitado por ferramentas de agricultura digital. "O diagnóstico é o principal gargalo do combate aos nematóides no Brasil e, nesse sentido, as inovações digitais estão contribuindo de diversas formas. A partir do momento que o produtor começa a observar a produtividade média por hectare, por talhão, ele entende seu ciclo produtivo e investiga por que não está atingindo o teto", afirma Guilherme.

Qual é a melhor maneira de manejar os nematóides?

O manejo integrado de nematoides deve ser racional e contínuo, combinando controle químico, biológico, varietal e cultural. Entender o que é nematoide, reconhecer os tipos de nematoides e onde eles ocorrem com mais frequência é decisivo para definir a estratégia certa.

De acordo com Pedro Soares, algumas práticas são fundamentais para reduzir a infestação e recuperar o potencial produtivo das culturas:

• Manejo do solo: por meio de análise, adubação, correção e rotação de culturas com espécies não hospedeiras;
• Escolha de cultivares resistentes ou tolerantes;
• Controle químico;
• Controle biológico.

Integrar essas frentes aumenta a eficácia do combate ao nematoide e reduz a pressão da praga ao longo das safras.

Erick Cancian observa que o manejo do solo e a seleção de híbridos/cultivares menos suscetíveis já fazem parte da rotina do produtor, mas ainda é preciso avançar nos pilares de controle químico e biológico.

Para o controle químico dos nematóides, a Bayer oferece Verango® Prime, cujo diferencial é a sistemicidade: o produto entra em contato com o nematoide, é absorvido pela planta e inicia a ação em cerca de 30 minutos. Além disso, o produto oferece diversos benefícios, como:

• Ação residual longa e persistente no solo, característica importante frente à alta taxa de reprodução dos nematóides;
• Amplo espectro de controle, com registro para mais de 20 culturas;
• Aplicação em barra, em área total, recomendada em bula — prática que facilita a operação e reduz custos;
• Flexibilidade operacional: registro para pulverização pós-plantio, evitando a necessidade de aplicação direta no suco, sem perda de eficiência.

"Quando falamos em uma molécula química persistente, estamos dizendo que o produtor, além de ter um controle eficiente, tem um controle por mais tempo. Ele não precisa usar aquele produto novamente", reforça Guilherme.

Além disso, Verango® Prime apresenta um dos maiores resíduos funcionais do mercado, com período de ação de 80 a 90 dias, contribuindo para manter a população de nematoides abaixo do nível de dano econômico.

"As operações de milho e soja não podem dar errado, principalmente a soja que tem uma janela de plantio muito organizada. Então, algo que gere mais complexidade nesse momento vai ter resistência por parte dos produtores. Para reduzir essa complexidade, depois de muito estudo, conseguimos reduzir o registro de Verango® para pulverização após o plantio, sem perda de eficiência", acrescenta Erick sobre a possibilidade de pulverizar o nematicida após a semeadura, sem precisar aplicar diretamente no suco.

Verango®Prime e agricultura digital: uma dupla imbatível contra os nematóides

EErick relata que vem acompanhando testes de Verango® Prime em campo: foram quase 3 mil áreas analisadas nas duas últimas safras, com ganho de 3 a 4 sacas de soja por hectare. "É um dado muito relevante porque a produtividade média da soja no Brasil é de 60 sacas, então, estamos falando de um incremento na casa de 8%."

Outro ponto destacado é o período de ação do produto — cerca de 90 dias. Considerando que o ciclo da soja dura em torno de 115 dias, a planta permanece protegida na maior parte do desenvolvimento. Além disso, a área entra na próxima cultura sob menor pressão de nematóides, favorecendo o sistema produtivo.

Caso prático com agricultura digital

A produtora Lia Katzer utilizou ferramentas de agricultura digital para otimizar o manejo. Antes, perdia de 6 a 7 sacas/ha por safra; após participar do programa de recomendações da Bayer (OBM), modelo baseado em resultados, e adotar Verango® Prime, obteve retorno de R$ 13 mil, com manejo assertivo dos nematoides em soja.

Com o Climate FieldView™, os produtores recebem recomendações de dose e localização do nematicida conforme os dados do talhão:

“As aplicações tornam-se mais assertivas, em unidades menores de terra, reduzindo o custo por metro quadrado”, explica Guilherme.

Erick acrescenta que o trabalho realizado com Lia será replicado com outros 100 agricultores ainda neste ano. Ao expandir o modelo, o algoritmo das ferramentas digitais será ainda mais refinado e disponibilizado ao mercado nas próximas safras:

“É uma solução inteligente: mapeamos o talhão e definimos doses por zona de manejo para tratar o problema de nematóides de forma eficiente.”

Gestão por metro quadrado: custo sob controle

Para o professor Marcos Fava Neves, a gestão por m² viabilizada pela tecnologia digital é crucial para controlar custos — especialmente no combate aos tipos de nematóides mais danosos, como os nematoides das galhas:

“É primordial usar todo o pacote tecnológico disponível para identificar e alocar o produto exatamente onde está o problema. No cenário atual, sem previsão de alta relevante de preços, isso é fundamental.”

Observação: compreender o que é nematoide e conhecer exemplos de nematóides que acometem a soja ajuda a direcionar o manejo e potencializar os resultados do uso de Verango® Prime integrado à agricultura digital.

O que os especialistas recomendam contra nematóides?

O professor Pedro Soares orienta que, para combater os nematóides, o produtor precisa entender e adaptar as práticas de manejo à realidade da sua propriedade.

"Nossa sugestão é o Verango®, testado em diferentes culturas, nos sistemas de produção soja-milho, soja-sorgo, soja-feijão e a gente. O produto de fato entrega uma cultura com melhor desenvolvimento e com potencial produtivo totalmente diferente."

Guilherme reforça a recomendação e destaca que é fundamental o agricultor aprofundar o diagnóstico, observar a área, identificar os tipos de nematóides presentes e testar o produto para verificar, na prática, os resultados: "Queremos que o agricultor experimente o resultado do Verango® porque estamos transformando a forma como ele faz o manejo químico."

Na mesma linha, Erick reconhece a determinação do produtor brasileiro, que enfrenta desafios diários no campo, mas alerta para que os nematóides em soja não se tornem mais um problema a comprometer a produtividade: "Temos ferramentas para manejar essa praga, além de conhecimento e produtos como o Verango® Prime, que pode contribuir para reduzir perdas provenientes dos nematóides", conclui.