Produção de açúcar tem previsão de aumento na safra 23/24

A produção de açúcar na região Centro-Sul do Brasil deve receber medalha de prata na safra 2023/24, com 38,3 milhões de toneladas produzidas. Será a segunda maior produção de açúcar já registrada, de acordo com dados da consultoria Stonex. O valor representa um aumento de quase 14% em relação à temporada passada e só perde para o ciclo 2020/21.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), o mix produtivo no Brasil está estimado em pouco mais de 48% para o açúcar, enquanto no ano anterior não chegou a 46%.

A consultoria Datagro destaca que essa preferência pelo adoçante pode ser explicada pela previsão de déficit global de mais de 1 milhão de toneladas na safra internacional de 2022/23, que se estende até setembro, além da demanda superior à oferta em mais de 2 milhões de toneladas em 23/24.

Em relação à produtividade dos canaviais, o resultado subiu em média 19% no acumulado de abril a junho, de um ano a outro. O valor foi de 75 toneladas por hectare na safra passada para 91,6 na temporada atual. Isso ocorreu devido ao bom volume de chuvas e a maior parte das áreas colhidas de primeiro a terceiro cortes.

A especialista em agronegócio Roberta Paffaro comenta esses números e analisa como deve ser o cenário de preços do açúcar. "Tivemos uma oferta menor de açúcarpor causa de problemas climáticos na Ásia. No mesmo período, veio o final da safra no Hemisfério Norte e, na sequência, um ligeiro atraso na safra brasileira. Esses fatores fizeram com que as cotações em Nova York ganhassem fôlego entre abril e maio. Agora, a moagem permanece aquecida por aqui e, claro, com a oferta maior, os preços caem."

A recomendação de Roberta é que o produtor fique de olho no clima e em como o El Niño pode impactar as produções de açúcar da Ásia, além de aproveitar as janelas de oportunidades para comercializar e otimizar os custos para a próxima safra, já que o dólar está em queda.

Recorde de exportações no Porto de Paranaguá

O Porto de Paranaguá teve o semestre mais movimentado desde a sua criação, há 50 anos. Foram 11,1 milhões de toneladas exportadas só no primeiro semestre de 2023. Os destaques vão para a soja, que representou 59% dos embarques, ou 6,5 milhões de toneladas. O farelo de soja teve participação de 24%, ou 2,7 milhões de toneladas. Já o milho ficou em terceiro lugar, com 17% das movimentações no porto, ou 1,9 milhão de toneladas.

Alerta nas lavouras dos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, as condições boas e excelentes das lavouras de milho e soja estão abaixo da média dos últimos cinco anos. A queda foi de mais 2 pontos percentuais nas avaliações divulgadas pelo USDA nesta semana.

Para o milho, 55% das áreas se encontram nessas condições na atual temporada, enquanto no ano anterior eram 61%. Na soja, o valor caiu para 52%, contra 60% no ciclo passado.

Apesar do cenário negativo, os meteorologistas estimam que o clima em agosto pode beneficiar as lavouras norte-americanas, pois chuvas dentro e acima da média são esperadas nas regiões produtoras no país.

Giro de notícias

Modelos climáticos apontam que o El Niño será entre moderado e forte. Segundo economistas, a depender da intensidade, o fenômeno climático pode resultar em um cenário de pressão nos preços do agro.

O aumento da mistura do etanol anidro na gasolina pode aumentar a demanda do biocombustível para 13,4 bilhões de litros na safra 24/25. A previsão é de um aumento de 27,5% para 30%.

A safra de citrus pode ser 40% menor no Rio Grande do Sul. O frio tardio na florada, estiagem e ciclone ocorrido em junho impactaram a produtividade, mesmo assim, o estado deve colher 450 mil toneladas.

Agenda da semana

Atenção produtora rural: você já se inscreveu no Prêmio Mulheres do Agro? A iniciativa é idealizada pela Bayer para valorizar e celebrar a atuação feminina no campo. Neste ano o tema é ESG e vai reconhecer a gestão sustentável que você realiza na sua propriedade, com foco nas boas práticas agropecuárias baseadas nos pilares econômicos, sociais e ambientais. O prazo para inscrição vai até o dia 15 de agosto.

Na próxima semana, entre os dias 8 e 10 de agosto, acontece o 12º Congresso da Andav, e a Bayer estará presente no evento com um estande para receber os produtores. O congresso é o principal ponto de encontro para profissionais que atuam no setor da distribuição de insumos agropecuários.

No que ficar de olho?

Para a próxima semana, o Doutor Agro destaca os temas que devem estar no radar dos produtores:

1. Condições das lavouras nos Estados Unidos
2. Impactos do El Niño
3. Compras de insumos para o início do plantio
4. Gripe aviária
5. Intensificação dos bombardeios nas infraestruturas do agro na Ucrânia
6. Reflexos da queda dos juros no Brasil