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Como proteger o milho do ataque da lagarta-do-cartucho

28 de fevereiro de 2024

A lagarta-do-cartucho é temida porque pode surgir em qualquer estágio do cultivo do milho, atacando as plantas tanto na fase vegetativa como na reprodutiva.

Inicialmente, ela danifica as plântulas e perfura o colmo, provocando um sintoma chamado de "coração morto", que pode desencadear falhas no estande de plantas ou necessidade de ressemeadura.

A lagarta-do-cartucho apenas raspa a superfície das folhas, deixando um rastro translúcido. Mas à medida em que cresce, aloja-se no cartucho do milho e alimenta-se das folhas novas e da parte superior do caule.

Os danos causados incluem a murcha, o tombamento e até a morte da planta, reduzindo a produtividade da lavoura em até 60%.

Na espiga, as lesões facilitam a entrada de fungos oportunistas que causam o apodrecimento dos grãos. A identificação da praga pode ser feita através da coloração verde-clara a pardo escura.

"A perfuração da lagarta-do-cartucho ocorre em qualquer lugar da espiga. A ‘mastigadura’ que aparece na palha ocorre quando ela começa o processo de entrada", explica Paulo Garollo, agrônomo e pesquisador especialista para a cultura do milho na Fitolab.

6 estratégias de manejo da lagarta-do-cartucho

1.Uso de tecnologia Bt.
Segundo Eliseu Pereira, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), essa praga é muito adaptada às condições do Brasil. Nesse sentido, a biotecnologia Bt. confere proteção à planta e permite ao agricultor mais segurança para a tomada de decisão.

VTPRO4, biotecnologia da Bayer, oferece ao agricultor três mecanismos de ação acima do solo, que cuidam da planta de milho, além de dois modos de ação que protegem a raiz da planta.

A tecnologia VTPRO4 ainda traz uma ferramenta de manejo pioneira em tecnologias embarcadas em sementes: o RNA de interferência para inviabilizar a propagação de pragas na lavoura.

Mas é preciso entender que o objetivo desses modos de ação não é espantar a lagarta: "Essa biotecnologia não é repelente, a lagarta precisa ir lá roer a planta. Muitos agricultores verão algum índice de raspagem porque ela ingere esse material com a proteína da biotecnologia Bt, que entra no sistema digestivo da lagarta e faz ela entrar em colapso", explica Danilo Belia Kashiwakura, gerente de biotecnologia em milho na Bayer.

Com todos esses benefícios, a planta de milho com tecnologia VTPRO4 consegue se desenvolver melhor, principalmente porque a absorção de água e nutrientes não sofre interferência ao longo da safra.


2. Refúgio estruturado
As áreas de refúgio são necessárias como fonte de indivíduos suscetíveis que, ao se acasalarem com os indivíduos resistentes da área Bt., dão origem a descendentes que poderão ser controlados ao se alimentarem das plantas Bt., adiando a evolução da resistência.


3. Controle das plantas daninhas e tigueras
O controle de plantas daninhas e tigueras também é fundamental, pois essas plantas funcionam como hospedeiras de pragas e podem contribuir para uma maior pressão de ataque nas fases iniciais do milho.


4. Aplicação de inseticidas
É indispensável fazer a aplicação de inseticidas no pré-plantio, em caso de alta infestação de lagartas remanescentes na palhada e o uso na parte aérea.


5. Tratamento de sementes
O tratamento de sementes serve como proteção aos ataques iniciais da lagarta, sendo essencial para o bom estabelecimento e arranque de plantas no campo.


6. Monitoramento da lavoura
Para concluir as estratégias de manejo, é importante realizar o monitoramento. Para isso, é recomendado o uso de uma escala específica para a lagarta-do-cartucho, a chamada escala Davis. Quando 20% das plantas do refúgio atingirem nota de dano 3 da escala Davis, ou seja, pequenas lesões de raspagem circulares e algumas lesões alongadas de até 1,3 cm de comprimento nas folhas do cartucho, sugerimos a entrada com uma primeira aplicação do controle químico.